Vale de sorrisos

O resumo do encontro vale-paraibano de academias culturais de semana passada gerou comentários, elogios e alguma apreensão pelo que escolhi dizer - e pelo que omiti (https://adilson3paragrafos.blogspot.com/2025/07/encontro-de-academicos.html). O espaço é um dos limitantes, pois o mundo cibernético é supostamente ilimitado até chegar ao cansaço do leitor. Entenda-se aqui como leitor aquele que consegue vencer a barreira das primeiras três linhas, elemento raro no mundo moderno, em que apenas a lacração de títulos é que dá cliques e 'engajamento'. Deixei de fora, por exemplo, falar do querido professor Alexandre Barbosa, que está debilitado, em tratamento médico, e, mesmo assim, compareceu em cadeira de rodas no evento para apresentar os dois volumes já lançados sobre os perfis de escritores vale-paraibanos, que ainda não consegui adquirir. Na festa de aniversário da Academia de Letras de Lorena, daqui a duas semanas, assim o farei. Também deixei de mencionar o jovem Acadêmico Correspondente Pedro Lucas (https://www.instagram.com/lucsilva0804), que nos sensibilizou e impactou com sua bela voz e interpretação de versos e canções, além dos doces e instigantes relatos sobre "A Senhora do Café e a Loira do banheiro: o que a História diz e o que a lenda oculta", palestra proferida pelo Acadêmico e Historiador Diego Amaro (https://www.instagram.com/_diegoamaro/).

A informação não vem apenas do Vale, mas das ondas de rádio. Ou melhor, dos podcasts, sua versão moderna. Um dos que mais ouço e aprecio é o Foro de Teresina (https://piaui.folha.uol.com.br/radio-piaui/foro-de-teresina/), com uma tríade de apresentadores que disseca a política brasileira para torná-la digerível ainda que indigesta, por vezes. Digerível e não dirigível de nossos ações, autônomos que somos (risos, para seguir o padrão internético que pouco entende de sarcasmos e afins). De Celso Rocha de Barros, já havia lido PT, uma história, de 2022 (título autoexplicativo), e é o membro do trio que faz análises com um humor peculiar. No Foro são constantes e profundas as matéria de Ana Clara Costa, que também escreve para a revista piauí. A mais recente, desde mês de agosto, chama-se A biruta e traça um perfil sobre o governador fluminense de São Paulo, título que também se explica. Por fim, Fernando de Barros e Silva acompanho desde os primórdios do Foro, com outras composições, e tenho seu autógrafo no livro de André Simões, Chico Buarque em 80 Canções (https://adilson3paragrafos.blogspot.com/2024/06/semana-do-solsticio.html), do qual escreveu a orelha.

O dia de início da escrita desta postagem (sempre sem o auxílio da chamada inteligência artificial) foi de múltipla felicidade, ainda que relativa, o que levou a risos e sorrisos. Dar cumprimento ao que a lei já determina é como a história do bode na sala. Está incomodando e, quando é retirado, cria alívio, mas apenas voltou-se à situação anterior, sem o bode. A grita foi grande, mas parece que já está sendo domada. Muita mentira perigosa prospera e aos poucos vamos aprendendo que o direito à liberdade de expressão não é e nunca foi absoluto. Mesmo as previstas lágrimas pelo tarifaço do doidivana norte-americano já foram enxugadas, medidas não tão trágicas que foram, com contínuas possibilidades de novas exceções. Sabemos que, especialmente em relação ao nosso soberano país, os motivos não são econômicos. Nada da distopia e do caos hoje criados são novidade e creio que os movimentos mais progressistas da sociedade deveriam deixar um pouquinho Marx de lado e ler os manifestos de nazistas quando eles começaram, quase um século atrás, para entender as origens. Eu tinha até escrito um desses títulos, mas vou omiti-lo para não ferir o parágrafo 1o. do artigo 20 da lei 7.716/1989 (divulgação do nazismo) e permanecer com meu sorriso no rosto.

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