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Mostrando postagens de agosto, 2022

Alimentando o fim

Acabou! Última quarta-feira deste infindável mês. Quando entrar setembro... dirá o poeta que a boa nova entrará pelo campo. Tenho minhas dúvidas quanto à serenidade que possa vir nos próximos dias. Serão intensos e tensos, ainda mais com comemorações amargas - talvez sangrentas - que se avizinham. Por outro lado, setembro que começa é o mês dedicado a Carlos Gomes, o compositor magnânimo das Américas, nascido em Campinas. A programação foi divulgada pela prefeitura local e muitas atividades já estão em curso ( https://portalcultura.campinas.sp.gov.br/2022-mes-carlos-gomes ). O Correio Popular, jornal impresso de Campinas, também é aniversariante, completando 95 anos no próximo domingo, 4 de setembro, e a comemoração será com apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas na Concha Acústica do Parque Taquaral. Uma oportunidade para voltar aos concertos ao ar livre. É um veículo importante, que publica opiniões e reflexões culturais com certa diversidade, ainda que criticado q

Jornada dos 4 aos 40

Uma nova quarentena, agora a da esperança, começa a ser contada. Uma quarentena de exatos 40 dias. Aquela de dois anos e meio atrás prenunciava um período incerto que soubemos ser de muitas dores e mortes devido à pandemia ( http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2020/03/quarentena.html ). Somávamos dias com semanas, depois meses, sem saber o que de pior aconteceria. E o pior aconteceu. Combater pandemia e pandemônio simultaneamente trouxe-nos experiência a um custo muito elevado, 700 mil mortes e uns 40 anos de atraso institucional. A esperança, agora, é de tempos menos incertos. Assim será com a (re)construção social, não apenas por meio da esperança passiva, da qual nada resultará, a não ser um pouco mais de angústia. Atividade e atitude são esperadas, portanto. Como sempre, em outros espaços aprofundo-me em tais reflexões ( https://www.brasil247.com/blog/demonios-eleitoreiros ), sem perder a ternura da poesia de um Paulo Leminski, por exemplo, e da profundidade dos fatos históricos

Escolha seu tempo

A campanha está nas ruas, nas mentes e nos corações. Assisto a análises eleitorais da movimentação política envolvendo acordos, conchavos, pesquisas, distribuição de apoios e recursos. São tediosas, em parte, porque a emissora de notícias precisa preencher o tempo com as mesmas palavras, ditas por diferentes jornalistas e especialistas. Porém, ela não esconde a decepção quando seu candidato ou sua candidata não vai bem nas pesquisas e vice-versa, ou seja, o outro continua indo muito bem, ainda bem. Imprensa isenta? Tal qual quadratura do círculo ou força vital, são conceitos que podem até ser bem definidos, bem elaborados, mas são inexistentes. Já me convenci de que não há lógica e obviedade nas escolhas políticas que fazem os eleitores, pensando que meu ponto de vista é o melhor de todos, por certo, já que é o único com que posso conviver e é a mim mesmo que necessito justificar as escolhas. Na cultura e nas artes, por outro lado, esperamos que houvesse uma inclinação progressista ao

Pontes entre a vida e a arte

A arte é necessária porque a vida não basta, dirá o poeta. Imitam-se mutuamente até a cópia ter mais valor do que o original, indistintos que ficam. Pontes que se fundem aos elementos ligados, feito os átomos em uma molécula, pois os elétrons envolvidos e compartilhados são partes intrínsecas da matéria. É, um pouco de química não poderia faltar em um mundo com constantes transformações. Dentro das artes, a poesia na música de Caetano Veloso, por mais contundente que seja, é suave e preenche espaços sonoros, começando por nossos ouvidos. O especial em comemoração aos 80 anos do cantor e poeta fez baixar a audiência do debate entre os postulantes a governos estaduais. Fiz um breve comentário sobre o desempenho nervoso deste primeiro embate em São Paulo, sem ferir a poética das canções de Caetano ( https://www.brasil247.com/blog/debates-em-sp ). Com a temporada de pesca do voto, coloquei alguns peixes miúdos e graúdos para se debelarem em picuinhas jornalísticas, arriscando usar o alfabe

Sublime mês

Agosto é um mês longo, com cinco quartas-feiras. A dois meses do tilintar eletrônico e esperançoso da mudança de ventos, aguardemos em atenção. Respeitável, venerando e sublime são sinônimos para o augusto derivado do título dos césares romanos de onde sai o nome do oitavo mês do ano. Quanto ao sétimo, devidamente encerrado, há que se constatar que julho foi um mês com espaço dedicado à ciência em colunas de jornais importantes, bela iniciativa. Se os alertas de combate ao negacionismo científico e defesa de recursos para a área, juntamente com a educação, sendo feitos de forma mais enfática, surtirão efeitos é uma incógnita que nem os melhores cientistas podem resolver no momento. Os qualificativos para o mês não incluem a seca, as queimadas e o ar ruim. A ciência e a boa medicina nos ensinam os malefícios de queimar matos, pastos e lixo, mas são pouco ouvidas. Dizem que há uma herança cultural difícil de ser alterada, convencendo os que praticam a queimada de que estão limpando a áre