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Mostrando postagens de novembro, 2022

Começando ideias

No fim de semana passado realizamos a exitosa reunião do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, em que praticamente foi dada minha posse na presidência daquela instituição. A brilhante palestra da Arilda Ribeiro acerca do período imperial em Campinas, e o desenvolvimento dali decorrido, foi acompanhado por cativa plateia que também pôde compartilhar dúvidas e sugestões sobre as ilustrações, fatos e peculiaridades apresentados. Um registro mais detalhado da reunião foi encaminhado para a imprensa local. Afinal de contas, a História do próprio Instituto precisa ser documentada. Faremos uma edição da Revista do Instituto em abril de 2023, mantendo o blog, que possui um acesso numeroso, com postagens quinzenais. Estão no radar a elaboração de um Dicionário Histórico de Campinas e a participação nas comemorações dos 250 anos do município em 2024. Há um bom e rico trabalho em curso, portanto, cheio de ideias. Precisamos de empenho e comprometimento para dar conta. Naquele

Tremendo número

Os espasmos a percorrer o corpo inebriado de acontecimentos podem ser devido ao frio, à ansiedade, a sustos, a medos, enfim, à vida. Tremer é defesa, é reação. O adjetivo tremendo, roubado do gerúndio conota também a coisa boa, a surpresa, o superlativo. Multifuncional, tal como quase todo nosso léxico. Bendita língua portuguesa, de cuja data quase me esqueci, passada a 5 de novembro. Sim, é o Dia Nacional, pois o Internacional, festeiros que somos, foi a 5 de maio. Ambas são em dias 5, o único número que sorri. Tremenda coincidência. Português é a língua brasileira mais falada nesta terra cujo nome é derivado da cor vermelha. Usada em toda nossa comunicação - a língua, não necessariamente a cor -, adentra a ciência para dizer o que é a natureza e como estudá-la de forma que seja entendível por todos. O uso da linguagem para a divulgação científica tem, assim, sido abordado em artigos recentes e um deles está no Jornal da Cidade Bauru, que pode ser lido aqui: ( https://sampi.net.br/ova

Só há morte na vida

"Só há morte na vida". A frase tem seu costumeiro duplo sentido, que a morte naturalmente seja determinada pela vida ou que seja o lamento de nada mais se encontrar na vida além da morte. Dubiedade proposital para rechear a crônica, confessando que foi constatada depois que a frase estava pronta. O complemento pelo primeiro significado seria dizer que, sem vida, não há morte. Tudo o que morre precisa estar vivo, por óbvio. Da segunda interpretação mantenho distância, pois, por pior que a vida seja, tal qual a música, ninguém quer a morte. De sorte que sigamos na rima e na sina de viver. Dias ruins já vivemos e os deixamos para trás, pois a esperança nos diz que a melhora se descortina no horizonte. E quanta vida vista nesses dias em que o Brasil recuperou o protagonismo internacional, apresentando compromissos e propostas! Volta-nos o orgulho de sermos um povo. Sim, há os discordantes, minorias tresloucadas espalhadas por cantos e canteiros, mas não muito distinta dos câncere

Que seja a arte!

O estímulo à escrita vem dos conflitos internos. Apaziguados, parece que faltam assunto e palavras para preencher crônicas, antes frenéticas. Os artigos políticos, que eram quinquídios, já não surgem há uma quinzena. Um bom sinal, haja vista que eram todos críticos e denunciavam o pior por vir. Tempo para tratar de reflexões mais prazerosas da sociedade em que vivemos, mesmo com focos de fanatismo espalhados e pulverizados por aí. Atrapalham o tráfego, no máximo, já que a lei parece não atingir os que praticam tais atos criminosos nem os que os financiam. Nesse âmbito do prazer existencial, o jornal local dedicou espaço para artigos dos professores Maria Eugênia Castanho e Sérgio Castanho, casal com vida integralmente dedicada à educação e à cultura. Com a devida vênia a ambos, pude tecer comentários sobre esses textos que chamei de resgates. Sim, nos próximos meses teremos a refundação das políticas culturais no país e estaremos atentos a contribuir, na verdade, a voltar a contribuir

Lima Barreto, novas tristezas

Cem anos da morte de Lima Barreto em 1 de novembro de 2022. A proximidade da data com outros eventos, em especial as eleições, deixou pouco espaço para as devidas lembranças e reflexões. A teimosia de Lima em escrever sua negritude suburbana é resgatada nos movimentos sociais de hoje, ainda que sem a devida autoria ou inspiração. Foi crítico do sistema político, dos acordos explícitos e implícitos para negociar privilégios, e da sociedade que julgava o negro a priori , qualquer a situação. Pouco mudou no século que se passou, bem o sabemos. Triste visionário, esse Lima. Por pura sorte sua obra e biografia foi resgatada por Francisco de Assis Barbosa a partir de 1952 que nos revelou um Lima Barreto além dos romances "Triste fim de Policarpo Quaresma", "Clara dos Anjos" e "Recordações do escrivão Isaías Caminha". Sua crônica intensa e ininterrupta na imprensa da época foi feita em grande parte sob pseudônimo, o que nos criou um obstáculo a mais para descobri