Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2021

Segredos

Um cronista revelou em apresentação na Academia Campinense de Letras que escrevia, diariamente, seu material por temas de uma lista, alguns escolhidos por ele, outros impostos por quem pagava-lhe pelo espaço. Leio tais textos hoje, mas admiro-me com os do passado, parecendo que uma sociedade de menores nuances era mais fácil de ser comentada. Ou melhor, uma sociedade cujos nuances menos apareciam, já que o silêncio sempre foi marca de nossa cultura, de nossa história. Segredos revelados ou a revelar, fui mudando textos de lugar para emplacar em outros espaços aquilo que considero opinião balizada. Se o jornal x tem política editorial contrária ao enfrentamento, então que a revista y assim publique. Funciona bem em tempos de amplitude de veículos eletrônicos e a gentileza de fornecer os materiais sem custo. Balizas que nos delimitam, muitas necessárias para o convívio social. Aquelas usadas para estacionar também têm um papel importante, ao menos para tirar a carteira de habilitação, ch

Liberdade de expressão, expressão da liberdade

Ao longo da semana assisti à segunda edição da Jornada da Leitura no Cárcere, uma iniciativa do Observatório da Leitura, coordenado pelo Galeno Amorim, cujos vídeos podem ser assistidos no canal https://www.youtube.com/channel/UCsC9mOhWW-y01qccZ9c4H8w . É importante conhecer as iniciativas da leitura para remição de penas, integração de detentos e detentas, além da humanização do processo de execução penal, tão crítico e criticado em nosso país. O envolvimento de juízes, promotores, educadores, bibliotecários e demais profissionais que atuam nas unidades penais é mostrado, ainda que parcialmente, nessa Jornada. A leitura é fundamental, libertadora pela sua expressão. Assinalo que atividades de leitura e produção de textos é um dos objetivos da recém criada Associação OndulArte que dá apoio ao já atuante projeto OdulAções. A entidade está em fase de registro e atualizarei informações aqui, mas podem ver parte dos projetos e atividades realizadas no canal do youtube: https://www.youtube.

Vagalumes

Aprendi Eugenia Sereno com o saudoso professor Nelson Pesciotta. Em reuniões da Academia de Letras de Lorena, o falecido ex-presidente e fundador da Academia discorria sobre a escritora que sensibilizou grandes nomes da literatura de sua época, autora de livro único e ímpar, contando folclores seus para que passassem a ser de todos. Adquiri "O Pássaro da Escuridão" e confesso que li com parcimônia e dificuldade devido às construções inusitadas e muitas palavras inventadas lá contidas. Certa vez comentei com a também saudosa Irmã Olga de Sá que as palavras do pássaro da escuridão não eram acatadas por dicionários e vocabulários e ela em respondeu com essa expressão, que "eram palavras inventadas". Mas todas não são? Setembro contém mais essa efeméride, o nascimento de Benedita Pereira Rezende Graciotti, nome da escritora que adotou Eugênia Sereno como pseudônimo e nascida em São Bento do Sapucaí em 13 de setembro de 1913. Uma boa compilação sobre estudos de sua obra

Cores e dissabores

Sete de setembro foi um excelente dia para assistir à televisão. O principal torneio de tênis dos Estados Unidos - o US Open - fez brilhar os olhos com tantas bolas bem jogadas, aceleração dos movimentos, efeitos incríveis com a raquete, enfim, aquilo que vale a pena para se admirar do sofá. E me perguntam sobre o jogo do Brasil com a Argentina dias antes e respondo que foi, sim, meio morno, mas ganhamos de 3 a 1, conquistando, mais uma vez, o título sulamericano masculino. No vôlei, esporte que me digno a assistir, é assim vitorioso, pois, independente das admirações e confissões criminosas de muitos jogadores, a soberania continental é nossa. Para não dizer que não falei de cores e de esportes sem bola, o encerramento das paralimpíadas com as maratonas em diversas modalidades foi dinâmico e instrutivo. Aprendi que narradores continuam manifestando preconceitos e ideias erroneamente formadas, mesmo em evento que enaltece a diferença. O australiano Jaryd Clifford, deficiente visual, co

Exercícios históricos e retóricos

Viramos o mês. Faltam apenas mais 16 deles, no máximo, para terminar a travessia das trevas. Setembro inicia com o Dia do Educador Físico. Parabéns a todos e em especial à irmã pela profissão escolhida. A movimentação do corpo não é matéria de meu domínio, mas a admiração pelos atletas em seu melhor desempenho é muito prazerosa. Sei que esporte de alto rendimento não combina com todas as correntes da educação física, perdoem-me os envolvidos, mas em qualquer ramo do conhecimento é assim e não pensem que na química seja diferente. A alegoria é importante, ainda mais agora com os Jogos Paraolímpicos caminhando para o final e com desafios superados e recordes alcançados. A minha querida química foi citada porque fiquei instigado com as três cordinhas que arrebentaram nas provas de corrida com deficientes visuais brasileiros. Os comentaristas avocaram a necessidade de instrumentos maiores para se adaptar melhor às mãos dos guias, mas creio que a resistência mecânica desses materiais precis