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Mostrando postagens de março, 2020

Socorro!

Tento me acalmar e pensar que a insanidade presente não seja perene e faça parte de algum aprendizado social necessário. Um grito que se traduza em escrita, espero. Quanto ao que acabamos de vivenciar, elaborei um texto sobre essas mentiras propaladas nos grupos virtuais, texto esse que foi publicado no site Brasil 247: https://www.brasil247.com/blog/isolamento-de-verdade-espalhamento-de-mentiras . O título "Isolamento de verdade, espalhamento de mentiras" reflete a necessidade de se manter em casa, saindo apenas quando estritamente necessário, mas com o contraponto da mentira oficial dita aos quatro ventos, estarrecendo o mundo todo, porém, sem qualquer traço de punição a vista. Polêmico? Sim, mas ao menos vou depurando o perfil dos leitores, já que muitos extremistas me excluem de suas redes sociais e retiram o e-mail de assinatura deste blog. A maior presença em casa exige um novo aprendizado de divisão e utilização do tempo, ainda que adotada em caráter voluntário. As

Quarentena

O período de quarenta dias era suficiente para garantir que os marujos e passageiros de navios que chegavam de longe aportassem sem maiores riscos de também desembarcar doenças. Era praticado quando havia notícia de qualquer doença a bordo ou no local de origem do navio, que ficaria ao largo, perto da costa, mas sem contato físico com a população local. A origem da palavra manteve sua acepção de isolamento, segregação, deixar de praticar alguma ação, mas o tempo se alterou. Assim, nos casos recentes de coronavírus, a quarentena individual pode ser de duas semanas para saber se a pessoa que apresenta sintomas realmente está com a doença, mas pode chegar a alguns meses, pensando na população como um todo. Como não há mais fronteiras físicas relevantes, a entrada por um porto deixou de ser eficiente para a contenção de doenças. O que estamos fazendo é retardar o contágio e diluir sua proliferação ao longo do tempo para possibilitar que centros de saúde e hospitais deem conta do atendiment

Cultura com samba

Entidades culturais se reúnem, fazem seu nobre trabalho, ainda que muitos de seus membros defendam idiossincraticamente o fascismo instalado no poder. Sim, mesmo sendo notória a destruição cultural do país, participantes dessas agremiações insistem em usar os espaços de comunicação e apresentação (em tese apartidário) para seus raivosos manifestos e convocações esdrúxulas. Não há ação humana que não seja política, isso sabemos. Ela pode não estar vinculada a partidos, correntes ou linhas ideológicas estabelecidas. Porém, entendo que viver é tomar partido, usando o título do livro de Anita Leocádia Prestes. Aproveitando mais uma pandemia que vivemos, tais indivíduos se comportam como vírus, pois querem triunfar sobre a destruição do hospedeiro. O combate à ignorância é ininterrupto e não penso apenas na falta de conhecimento. A ignorância é a base da ciência, pois há sempre o que não se sabe e o que se quer saber. A questão é ignorar o diferente, o outro, as necessidades e histórias q

Rimas rumos

A trova exige rimas perfeitas, aprendi com a Myrthes Masiero da Academia de Letras de Lorena. Louca e boca não rimam de forma harmônica, porém seu uso em canções é frequente, desde "quando tão louca, me beija na boca...", na voz do cantor Wando, até "não faça papel de louca pra não haver bate-boca...", de Chico Buarque. A poesia está presente, pois. O popular que admira a redução e a abreviação também levou a substituição do c pelo k, contaminado talvez pela simplificação que ocorre quando do uso do dígrafo qu, k esse que foi readmitido em nosso alfabeto, mas introduziu um desnecessário acento para resultar em "lôka" e seu congênere "lôko", comum em dizeres eletrônicos modernos. Um pouco de submissão aos ditames da língua de Shakespeare se revela, o mesmo que induz a grafar "disk-pizza" para economizar aquele qu sonoro, mas com palavra inglesa inexistente, pois seria dial-pizza a tradução correta para acessar - pelo abandonado telefone