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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Ultimatum

Em pouco mais de 24 horas um novo ano civil se inicia. Para o cosmos isso nada significa, porém, psicologicamente, deixaremos para trás um ano insano. Quer dizer, o calendário muda sem alterar as mazelas consequentes da pandemia global e do desgoverno local. Não haverá reunião familiar íntima, nem vistas de fogos de artifício, muito menos o amanhecer na praia para ver o primeiro nascer do sol do ano. Ausências para os que têm consciência. Infelizmente, a evolução de nossa espécie não é completa e desinteligência constitui elemento de ampla incidência na população. Ah, mas e a saúde mental? Morto não possui mente. Ou ainda: vivo mente e morto não tem mente. Resposta simples, direta e mal-educada, já que explanações científicas detalhadas foram e são difíceis de serem aceitas. Paradoxalmente, 2020 foi um ano de grande crescimento da ciência avaliado por publicações e conquistas, as vacinas sendo uma delas. #IniCiencias Junto a esta postagem do blog, saiu hoje uma publicação no Brasil 247

Festas sem covidados

O trocadilho do título pode parecer um erro de digitação. Reflete o desejo maior de todos nós. Reunir pessoas queridas não será possível neste final de ano, pois a sobrevivência e a defesa da saúde e do bem estar falam mais alto. Apenas os parentes mais próximos, aqueles com quem já convivemos, sentar-se-ão à mesa para desfrutar da ceia e da companhia. Mesmo como remota a possibilidade disso ser respeitado pela maioria, é o desejo maior. O aumento de novos casos de infectados pelo coronavírus, especialmente entre os mais jovens, é sinal de alerta máximo em face da falta de comportamento adequado das pessoas. Aglomerações, recusa ao uso de máscara, higienização precária e, o pior, falta de governança foram os fatores que nos levaram a mais uma situação de apreensão em relação à covid-19. As vacinas passaram, finalmente, a ser aplicadas. O Brasil está atrasado e o desejo para o Ano Novo é que a ciência vença as distensões políticas dos que estão interessados apenas em suas eleições e dri

Outras formas de poder

Dada a diferença de formação e aprendizado fônico, falantes nativos de espanhol têm dificuldade de diferenciar a pronúncia de nossas vogais abertas e fechadas. As palavras poço e posso são exemplos. O que para nós contém evidente diferença, constituindo-se palavras heterógrafas e heterófonas, para os vizinhos da América Latina não há essa distinção. Se não posso ir a fundo, vou ao fundo do poço. Uma frase irônica como trava língua é hostil na compreensão de nossa incapacidade de convivência pacífica em sociedade. Nem adentraremos a histórica incompreensão de sons idênticos transcritos com distintas letras. E vice-versa. A expressão 'fundo do poço' perdeu o sentido da esperança nela contida, pois já não há limites para a degradação social, pessoal e política, qualquer que seja a entonação que demos à pronúncia. O pior sempre piora. O poder indígena é traduzido de outras formas, ao menos entre as comunidades com que temos acesso e informação. Em discussão com especialistas, há re

Perder e aprender

Repetir que dezembro é para mim o pior dos meses perde parte do significado em ano tão díspar. Foram muitos dezembros acumulados em nove meses. Um ano perdido que adentra seu final com alguma luz na forma de vacinas contra a covid-19 sendo aplicadas em outros países, luz que se mostra difusa em solo nacional a vingar a disputa política que se estabeleceu. Reis nus e de vestes expostas em palácios se digladiam para saber quem mais mata. A prática ali e aqui, já sabemos, é da tríade mata, desmata, mamata. Sigo com a segurança da ciência: pelo menos quatro vacinas superando os testes finais e com aval para imunização em massa. Mas não nos iludamos, pois é certo que haverá um tipo de selo de proteção a quem seguiu as normas sanitárias contra o coronavírus, abrindo mão de segurança econômica para tanto. Estaremos fora. E também normas rígidas para permitir a entrada de estrangeiros vacinados em países que estiverem com a pandemia sob controle. Também estaremos fora. A crença sai da religião

Numerosos números

Números aos milhares, com o perdão do trocadilho, adentraram meu computador vindo do TSE. Usei-os para reinterpretar o que todos já diziam, a abstenção e o não-voto ganharam as eleições. Campinas foi recordista no Brasil, escrevi um comentário no Correio Popular de Campinas e divulguei pelo Facebook. Apesar de ter sido considerado "dor de cotovelo" (sim, ainda usam a expressão) por um leitor estranho a meus círculos de "amigos virtuais", houve os que defenderam a escolha do campineiro a lhe dar um voto de confiança. Procurei limitar-me apenas à análise do porcentual de abstenções, votos brancos e nulos que, somados, ultrapassam o total dado aos dois candidatos - isso fique bem claro. Há uma correlação direta entre baixa votação no primeiro turno e rejeição no segundo, o que indica a necessidade de mudar o procedimento, como já discorri aqui. Por que não incluir os três mais votados, caso os dois primeiros, juntos, não atinjam 50% dos votos válidos? O voto é trocado