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Mostrando postagens de junho, 2022

Orgulho de viver e lembrar

O belo arco-íris no céu é fruto da decomposição da luz branca do sol pelas gotículas de água presentes na atmosfera. Ou melhor, luz quase branca, pois tem um componente mais intenso na região do amarelo. Esse conjunto de ondas luminosas ou de energia é chamado de espectro eletromagnético, fruto dos estudos que revelaram de mesma natureza tanto a luz quanto as ondas de rádio e a radiação, passando pelo ultrassom, pelas outras energias emanadas de estrelas e até as microondas de nossos fornos domésticos. A interação da radiação luminosa com a matéria origina as cores e abre a possibilidade para um grande conjunto de análises químicas, quali e quantitativas, que estão presentes em nosso cotidiano. Exames de sangue usam esses princípios nas determinações de substâncias lá presentes, da mesma forma que medidas ambientais, industriais, e, é claro, artísticas. O fotômetro talvez seja o instrumento mais próximo dos artistas quando a questão é luz, mas os pintores bem sabem o jogo que devem faz

Versos e reversos do conhecimento

Quinta-feira pós-solstício de inverno para os meridionais habitantes deste mundo. Depois da noite mais longa, o sol volta a migrar para o sul. O frio não dará sossego tão cedo e apenas as questões mundanas políticas e eleitorais aquecem o ambiente. Pouco mais de 100 dias! Aguentemos, pois. O desejável seria sem dias sob estes cem dias. Três anos atrás o uso do homófono fazia parte do título de artigo publicado tanto no jornal campineiro quanto no de Bauru. Lá no centro geográfico do estado de São Paulo o editor fez questão de colocar "sem" entre aspas para o realce, desnecessário para o jornal daqui. São sons idênticos que se tornam um assunto sério na formulação das rimas de trovas, ainda que haja os que não conseguem ou não querem entender o que os manuais explicitamente explicam. Sim, há regras definidas e constantemente reavaliadas para a arte sucedânea da quadrinha portuguesa. Sei que os amantes da poesia livre - ou seriam os poetas do amor livre? - poderão elevar seus n

Cultura da vida e da morte

No meio do feriado, o blog não para, mas também não é lido. Deve haver outras coisas a serem feitas além de pensar em cultura e, portanto, vai uma postagem mais curta. A leitura aquece o frio e alimenta reflexões e indignações. Neste período acontece a comemoração do Dia dos Profissionais da Química, antes chamado apenas de Dia do Químico, coincidente com o da morte do escritor português José Saramago. O Conselho Regional de Química da IV Região promove anualmente um prêmio para os melhores trabalhos na área realizados por alunos e orientados por profissionais lá registrados. Assim, é uma felicidade compartilhar a notícia de que, neste ano, alunos meus foram contemplados por projeto orientado por mim: https://www.crq4.org.br/pcrq_2022_resultado . O Conselho fará cerimônia para marcar a data, presencialmente, uma vez que houve alívio nas questões pandêmicas, com todos os protocolos de segurança e sanitários necessários. Ainda estamos morrendo de Covid-19, é bom lembrar. Química é vida!

Juízes que julgam e jogam

O editor é meu julgador e por ele nada passará. O espaço para a divulgação científica existe, mas é limitado, acabando por chegar às mesmas pessoas, ao mesmo público. O blog tem uma função definida, mas carrega a vantagem e a desvantagem de não ter mediação, nem avaliação. Assim, a submissão para outros veículos que tenham algum critério para publicação ou não passa a ser um desafio. A questão basilar é saber quais são esses critérios e se é interessante moldar-se a eles para ver o escrito publicado. Artigos políticos opinativos eu deixo para determinados canais, uma vez bem definida minha posição em concordância com a deles. Um exemplo recente é este:  https://www.brasil247.com/blog/a-falta-de-juizo-do-despresidente . Pensamos que textos culturais ou científicos são desprovidos de tais barreiras, mas não é o que acontece. Somente por conter a palavra "negacionismo" no título, uma reflexão arrazoada que serviria de apresentação em espaço sobre ciência, tecnologia, ambiente e

Sol em gêmeos

Foi impossível ver a chuva de meteoros de madrugada porque choveu. Choveu água, para não ficar confusa a frase, nublando o céu. Benéfica chuva para aplacar a secura de final de outono que traz fumaças e doenças respiratórias. Olhar o céu à noite é atividade rara, ainda mais em centros urbanos cobertos pela poluição luminosa. Há um mundo acima dos olhos invisível para os conviventes com concreto, asfalto, edifícios e monumentos à materialidade da civilização. Paradoxalmente, a contemplação de estrelas é uma viagem ao passado, distantes a muitos milhares ou milhões de anos-luz que estão, cuja luminosidade vaga pelo espaço há um tempo de igual grandeza. O sol já vai nascendo cada vez mais ao norte, fruto da inclinação do globo terrestre em seu trajeto ao redor da estrela. Sabiam disso os povos da antiguidade que atribuíram tal deslocamento a estrelas próximas que formam constelações artificialmente desenhadas pela associação com imagens que conheciam. Assim, a virada do mês na astrologia