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Mostrando postagens de maio, 2019

Cultura no fim de maio

A história de Campinas por meio de cartões postais. Esse foi o tema da palestra do Prof. Luís Eduardo Salvucci Rodrigues, promovida pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, realizada no CIS Guanabara (Centro Cultural da Unicamp), no último sábado. Uma manhã muito agradável que, além da cultura, nos trouxe um paradoxo físico, pois não percebemos o tempo passar. O professor Luís apresentou a coleção que possui e suas motivações profissionais e pessoais para explorar essa forma de documentação histórica, arquitetônica, urbanística e cultural. Uma foto marcante foi a tirada da atual Praça Carlos Gomes em direção à Catedral da Conceição, mostrando, de um lado, a região de - digamos - serviços sexuais da época, e, do outro, o marco católico principal da cidade. Cometi o impropério de afirmar que o contraste das finalidades de uso é superado pelo público que os frequenta, que é basicamente o mesmo! É de 1893 o primeiro postal brasileiro feito com fotografia e no acervo

Culto às forças incultas

A extração de dois dentes com os antibióticos tomados me deixaram um pouco zonzo. Talvez seja uma explicação para ver o mundo tão embaçado nestes dias. Eu não estava no Brasil quando Collor chamou a população às ruas para se manifestar em sua defesa, usando as cores verde e amarela. O povo foi, mas vestido de preto e gritando pela saída do presidente comprovadamente corrupto. Na Alemanha, chamaram de guerra das cores; não sei se escutaram o que se dizia aqui. Hoje a situação é muito semelhante e a previsão é que o chamamento oficial para apoiar a retirada de direitos do trabalhador seja um fiasco. Ou talvez não, evidenciando o lado mais sórdido das "pessoas de bens", defendendo um regime que beira o da exceção. Bem escreveu Ranier Bragon na Folha de S. Paulo: forças incultas estão agindo. Emprestei, sem pedir, o título do colunista para compor o daqui. Um jogo de palavras pode ser traçado, usando o culto que possui cultura, com o culto da adoração, o oculto das forças apreg

Educação para o Brasil

Esta quarta-feira, dia 15 de maio, foi um dia histórico de mobilizações e manifestações por todo o país em defesa da educação. Participei da passeata em Hortolândia, que congregou o Instituto Federal e a Escola Técnica Estadual daquela cidade, além de outras escolas públicas da região. Vesti-me de preto, com adesivo dizendo sim para livros e não para armas. O movimento foi significativo, o que levou o presidente - a partir de evento nos EUA para o qual há dúvidas se se convidou ou se foi convidado - dizer que os alunos são idiotas, inúteis e imbecis. É o reflexo do que pensa um governante que deveria estar defendendo o futuro dos habitantes de seus país, e não extinguindo suas aspirações. A inépcia é orquestrada, pois não demonstrou articulação política nos dias anteriores, permitindo a convocação do ministro da educação para passar vergonha na Câmara dos Deputados no momento em que ocorriam as manifestações, que levaram de 2 milhões a 3 milhões de pessoas às ruas em mais de 200 cidade

Luto hoje, luto sempre

De preto, de luto pelos cortes de recursos que o Ministério da Educação está fazendo no orçamento dos Institutos Federais e das Universidades Federais. O governo estadual não fica atrás, ao promover uma CPI das Universidades Paulistas. Mentem presidente, ministro e governador, pois é na Universidade Pública que se produz mais de 90% de toda a tecnologia, ciência e conhecimento do país. Não, não é a indústria nacional que o faz, muito menos a universidade privada. Muito pelo contrário, pois o empresário nacional é bom de conversa para defender o chamado liberalismo econômico, mas, quando a situação aperta, recorre imediatamente ao governo para suporte financeiro para seus empreendimentos. As universidades públicas são, portanto, locais em que não se faz balbúrdia, como o inepto ministro alega. Ministro esse que é economista e não sabe a diferença entre milhões e milhares de reais, quando foi anunciar valores para a realização de provas de avaliação educacional. Os cortes estão sendo cha

Passagens e ultrapassagens

Além dos necessários protestos no Dia do Trabalhador, precisamos de profundas reflexões para entender o que estamos passando e avaliar se alguma solução se apresenta. Não haverá uma resposta pacífica ou única. Devemos arquitetar um rompimento com o ciclo de destruição de nossa memória, ocultações das informações sobre a sociedade e do extermínio das poucas conquistas sociais havidas até aqui. Nossas cartas de protestos, artigos de opinião e alguma discussão na internet - diga-se redes antissociais - ainda continuam sendo publicadas e compartilhadas, apenas como verniz de tranquilidade democrática. O país está se escondendo e se perdendo e já dissemos que um governo sem projeto é pior do que se tivesse um projeto ruim. Imagino que haja algum ser pensante dentre os minguados 35% da população que ainda aprovam os compadres do poder que se instalaram em Brasília. Poderia pedir que se dignificassem e passassem a defender alguma agenda de ações, mas sei que se expor ao ridículo demandaria um