Educação para o Brasil

Esta quarta-feira, dia 15 de maio, foi um dia histórico de mobilizações e manifestações por todo o país em defesa da educação. Participei da passeata em Hortolândia, que congregou o Instituto Federal e a Escola Técnica Estadual daquela cidade, além de outras escolas públicas da região. Vesti-me de preto, com adesivo dizendo sim para livros e não para armas. O movimento foi significativo, o que levou o presidente - a partir de evento nos EUA para o qual há dúvidas se se convidou ou se foi convidado - dizer que os alunos são idiotas, inúteis e imbecis. É o reflexo do que pensa um governante que deveria estar defendendo o futuro dos habitantes de seus país, e não extinguindo suas aspirações. A inépcia é orquestrada, pois não demonstrou articulação política nos dias anteriores, permitindo a convocação do ministro da educação para passar vergonha na Câmara dos Deputados no momento em que ocorriam as manifestações, que levaram de 2 milhões a 3 milhões de pessoas às ruas em mais de 200 cidades, em todos os estados. Uma festa democrática. Porém, uma festa vestida de luto, pois foi contra os escandalosos cortes que fizeram nos orçamentos das Universidades e Institutos Federais, além das bolsas de estudo para pesquisa científica. O tal do decoro foi transgredido há muito tempo e o que o presidente disse causou espanto até em seus apoiadores.

Houve cortes orçamentários em governos anteriores, mas nunca com tanta volúpia e satisfação. Os interesses do mercado predominam, pois, apesar do que os verdadeiros imbecis e ignorantes apregoam, nunca houve qualquer sopro de governo socialista em nosso país. O capitalismo é isso o que está aí: riqueza crescente para poucos. Outros governos tiveram um pouco mais de sensibilidade para as questões sociais, estabelecendo políticas públicas para um pouco mais de inserção das camadas mais pobres no sistema produtivo, incluindo a expansão do ensino público federal. E foi somente isso, suficiente para incomodar muita gente. A educação atravessou momentos difíceis, mas não se imaginava a decretação da extinção do sistema público de escolas e universidades. Sim, morreremos por inanição, por mais idealistas que sejamos! Quando se corta uma bolsa de estudo, a população não entende que essa é a única fonte de recurso para a maioria dos alunos se manterem - alimentação, moradia, transporte. Sem contar que não existe décimo-terceiro de bolsa, nem direito a férias, muito menos que sejam remuneradas. É mais uma informação que não chega às pessoas, uma falha da comunicação institucional científica que tanto se defende neste e em outros espaços.

Como contraponto, temos a notícia do investimento bilionário que a Alemanha fará nos próximos anos em educação, ciência e tecnologia, e também as iniciativas privadas no Brasil. O país europeu e alguns bilionários brasileiros sabem o que realmente é importante para tirar a sociedade de uma crise econômica. Algo de nobre acontece no meio podre, pois. Infelizmente, os de Brasília não ouvem essas notícias, por total falta de sinapses cerebrais. O Instituto Serrapilheira está financiando projetos interessantes e inovadores em vários campos do conhecimento e abriu edital - o segundo - para apoiar iniciativas de divulgação científica. Ainda que com provável grande concorrência é uma oportunidade a ser considerada, haja vista a seriedade com que os demais editais foram conduzidos e os proponentes avaliados. #IniCiencias

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