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Mostrando postagens de setembro, 2020

Gestão de crises

Um setembro primaveril, muito quente, seco e queimando. Vírus viralizando. Na falta de um banho de mar, antes que o Dia do Secretariado (ou, do outrora da Secretária) acabasse, providenciei a auto-introdução na piscina de água ainda fria, mas com volume à quase metade pela evaporação. Quente, ou melhor, entrópico, foi também o debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. Debate&apanha melhor dizendo, contrastando diametralmente com o certame de mesma natureza aos pleiteantes à Reitoria da Unesp. Forma, métodos, linguagem e educação que enobrecem este foram os elementos que sumiram daquele. Sabemos das dificuldades vindouras e constantes na administração da Universidade Pública e a gestão de crises é permanente. Mas quando se olha para os intestinos de uma das maiores nações do planeta, é angustiante a falta de exemplos e a maneira como os lambe-botas daqui se subvertem aos ditames nórdicos. Eles passarão, mas os passarinhos já arderam em chamas. Se de poemas iniciam

Contagem regressiva

Cem dias para o réveillon, se minhas contas estiverem certas e considerando que, ao menos no calendário, 2020 aconteceu de fato. Seis meses de reclusão poderiam ser descontados dos aniversários e efemérides. Poderíamos até omitir idade sem mentir. Meu aniversário seria levado para o início de dezembro, deixaria de lembrar do Dia Mundial do Meio Ambiente e falaria apenas do Dia Internacional dos Voluntários para o Desenvolvimento Econômico e Social. O Dia da Mentira já passou a ser o 22 de setembro, ontem, combinando com o equinócio para resultar no "Pinócio". Argumentaríamos que seria uma simples correção cósmica à la Gregório XIII. Essa manobra não justifica ter omitido cumprimentos ao leitor número 1 deste blog, Paulo Viana, por mais uma volta completada ao redor do sol. Pode ser também ato falho de exercício do distópico calendário proposto. Quiçá também uma das duas certezas da vida fosse deixada de lado (o imposto), certeza essa coincidente com uma das quatro coisas que

Quebra da quarentena

Após seis meses de confinamento domiciliar, com saídas semanais apenas para a compra de gêneros alimentícios e ida esporádica a farmácia, médicos e veterinários (para a cachorra, que fique claro), fui ao local de trabalho para verificar o estado e uso do laboratório e uma conversa mais próxima com alunos e colegas. Mantido, obviamente, o distanciamento social. A produção do conhecimento segue seu curso com adaptações necessárias e transformação de obstáculos em desafios e, a partir desses, a conversão em novas oportunidades. Processo mais fácil de descrever do que executar. Aproveitei também para cortar o cabelo, crescido no mesmo meio ano sem qualquer intervenção de tesoura. O calor de verão pré-primaveril assim o exigiu e enormes chumaços brancos acinzentados se aninharam no chão do salão, chamando a atenção da moça da loja ao lado que ali veio bater papo. Alguma poesia ainda resta, pois. Pelas ruas, uma maioria devidamente protegida. O passo um pouco mais inseguro, o destino, incert

Simpatia para a empatia

Conhecer o mar pela primeira vez veio acompanhado de queimaduras de sol e alergia pelo corpo todo, devido ao contato com a areia. Pele muito branca, descuido na exposição, euforia para aproveitar o tempo ao máximo para as brincadeiras na praia e não se conheciam protetores solares, caros que eram. Um preço a se pagar. Outros tempos e vemos que também se vai à praia para pegar Covid-19, num arroubo quase infantil e irresponsável, desprezando toda e qualquer medida de proteção sanitária e sem o mínimo respeito à saúde alheia. Sim, no feriado da Independência, quando os recursos do Brasil são entregues ao capital externo ou ao fogo, quebramos as amarras que nos prendiam ao pequeno bom senso residual e lotamos a orla marítima. Por enquanto, contabilizam-se os números de mortos por afogamento, imediatos que são, e esperamos as duas semanas de incubação e aparecimento dos sintomas do coronavírus para ver em que situação estamos. As imagens refletem a total falta de empatia de um povo já rotu

Escolhas

Assisti à renomada pesquisadora Mayana Zatz falando sobre os estudos para entender a resistência natural à contaminação por vírus de grupos de pessoas, que são os centenários, os gêmeos e também os cônjuges de pacientes que tiveram a Covid-19 e eles próprios não manifestaram a doença. Chama a atenção a proximidade física ou genética que não necessariamente determina a contaminação ou imunização do indivíduo. Apesar da complexidade dos fundamentos, a forma como ela elucida os preceitos a serem testados é muito didática e traz um pouco de luz nessa escuridão que é o acompanhamento epidemiológico de uma pandemia. O link para uma reportagem abreviada da transmissão que foi ao vivo no dia 31 de agosto é do Instituo do Legislativo Paulista ( https://www.youtube.com/watch?v=OgR6vasOj1I&t=16s ). Outros vídeos podem ser assistidos no canal da Fapesp, a agência que foi parceira nesse evento, incluindo avaliações econômicas do momento atual, com retração de um lado e mecanismos de renda básic