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Mostrando postagens de novembro, 2018

Escritas de ontem e de hoje

Consegui falar na Biblioteca Nacional para perguntar sobre buracos nas coleções de revistas digitalizadas na hemeroteca on-line daquela secular instituição. Em tempos de comunicação rápida, a atualização dos contatos e e-mails não é mais feita. Quem é tão dinossáurico como eu para se valer da escrita, ainda que teclada e computadorizada? A simbologia e abreviações do uso constante nas mídias e meios fazem-nos retroceder ao tempo dos hieróglifos. O rótulo é, paradoxalmente, 'modernidade'. Mas falei, o que é o mais importante, e agora vou saber se aquela edição da revista Fon Fon de 1907 não existe para consulta ou se terei de me deslocar à Cidade Maravilhosa para avaliar se o número contém aquele suposto comentário de Lima Barreto. O cronista ainda me persegue. Acabei por não confirmar um de seus pseudônimos, mas descobri quem o usou. E outra máscara que ninguém havia atribuído a Lima concluí ser dele. Um químico que sabe relatar suas descobertas para o mundo científico não cons

Vai e vem

Na infância, o jogo de vai-e-vem era um bólido de plástico movido pela força do abrir de braços, guiado por duas cordas finas de náilon. O objetivo não era apenas fazer chegá-lo ao outro lado, mas tentar surpreender o parceiro do jogo com a força e a velocidade. Exercício e diversão. E atenção, pois o colega mandava de volta. Brincadeira que parece estar em voga na constituição do novo governo, com tantas idas e vindas, mostras de energia, mas que parecem ser apenas diversão de quem tuíta ou dá um zap sobre escolhidos e ungidos. Quanto mais volta atrás, mais acerta; quando tenta avançar, erra muito. Nas áreas em que tenho mais afinidade, como educação, agricultura e ciência, um futuro distópico se forma, com crendices superando o conhecimento, a mentira valendo mais que a história. Só falta agora a área econômica lançar a nota de 3 reais para tudo ficar no mesmo patamar. O longo feriado desconcerta alguns planos. O de finalizar as atividades didáticas é um deles. Avaliar questões de

Rap rapadura ou rep República

Foi golpe! Os historiadores ainda debatem a questão. A transição do Império para a República foi um golpe... Bem, mesmo com o devido distanciamento, a dúvida permanece. Fato é que nenhuma ruptura no Brasil se deu com a profunda participação popular, como aconteceu no restante da América e foi uma constante na Europa. O sul da Ásia também viveu e vive convulsões recentes e da África só não sabemos mais porque pouco é noticiado. Os cronistas do início do século passado - os mais críticos e atentos às questões sociais - transitavam entre aclamar a modernização dos grandes centros urbanos e denunciar que o regime republicano não entregou o que prometeu: diminuição da disparidade social. Nada muito diferente da atualidade, mas aí já é pisar em ovos e a documentação dessas questões ainda não está disponível no WhatsApp das tias... Golpe ou não, hoje é feriado. Tempo para colocar escritos em ordem e buscar a finalização da especialização em Jornalismo Científico. Um ano e meio de excelente

Falando nisso

De um lado, o silêncio eloquente dos que dizem que vão publicar meus textos e não o fazem. De outro, a Folha de S. Paulo, que resolveu voltar a dar espaço para meus comentários, muitos meses depois de esnobação. Duas cartas na mesma semana! Talvez seja o canto do cisne do jornal calado pela política, acovardado pelo medo generalizado e cibernético. Jornais como o The New York Times sobrevivem porque encontraram a fórmula óbvia de cobrar pelo oferecimento de notícia com qualidade. Há público além do WhatsApp, do Facebook e do Twitter, portanto. Aqui, mesmo passado o tsunami eleitoral, o império da mentira se mantém como um mantra, revelando que se alimenta da continuidade anestésica, pois, se baixar a dose, emergirá uma doída verdade. As incursões pelo mundo de Lima Barreto rendem mais material que se considerava perdido ou inexistente. Pseudônimos não revelados pelos estudiosos me deram alento para sonhar com uma publicação mais densa sobre o escritor. Torno-me repetitivo, eu sei. Ma