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Mostrando postagens de agosto, 2023

Memórias e esquecimentos

Uma reunião para definir a melhor forma de lidar com arquivos públicos levou à discussão sobre memórias apagadas. Ainda que estudando nosso passado, há os que o reneguem e não querem entender a necessidade dessa compreensão para não repetir ou evitar os mesmos erros; nem tudo o que vivenciamos possui uma memória confiável. Na forma documental muitos papéis se perdem e a historiadora Eliane Morelli, naquela reunião, atentou para o fato de que, modernamente, outro desafio surge: o de não haver mais arquivos de e-mails trocados, aqueles que formam a memória de tratativas, discussões para a elaboração de projetos, quer seja uma decisão empresarial, quer seja de uma lei ou ação governamental. Bem, há os que usam a ferramenta para fins ilícitos e até se esquecem de apagar em definitivo das lixeiras virtuais... O uso das redes sociais também possui o dilema da dificuldade para resgatar tudo o que foi ali postado, uma vez que material antigo precisa ser apagado para dar lugar ao novo e se não

Quentes e menosprezadas

Por estes dias, a única manifestação inspiradora são estes parágrafos. Por menos ideias que surjam, dois parágrafos não acomodam o todo a ser dito. Os da semana passada, concordo, foram uma reverberação de outras ideias, preteridas por órgãos de imprensa, transpostos de cartas a parágrafos. Funcionou. Ideias que nem sempre são aceitas, o que é corriqueiro no devido debate, mas que também sequer são ouvidas ou consideradas. São desprezadas. No calor de uma discussão, o editor pode não publicar tudo o que a ele chega, humano e defeituoso que também é. Por outro lado, um artigo enviado para um site que quase tudo publica foi repetido em jornal de Sergipe, tratando da crítica que é feita a servidores públicos, mesclando com as recentes mudanças havidas na política de cotas:  https://jornaldodiase.com.br/servidor-publico-e-a-politica-de-cotas/ . Muitos outros escritores estão no mundo virtual e passei a acompanhar este blog de Hilda Milk com bons textos para leitura:  https://escritoressemf

O uso de celebridades

As celebridades são usadas - e, às vezes, abusadas - para a venda de produtos. Isso é patente, uma relação ganha-ganha, pois a celebridade pode ter boletos além dos suportados pela função principal que desempenham. Tomo alguns exemplos, sem pensar em quantas curtidas tiveram nas redes (anti)sociais, apenas um exercício de memória. Continuam as discussões em relação ao "meme" que viralizou nessas redes e em outros recantos cibernéticos no momento, refletindo o deepfake da Elis Regina. Reconstituições são frequentes em peças publicitárias. Com o avanço da tecnologia, mais e mais pseudorrealidade é trazida às imagens. Subverter posições políticas e a própria história também é típico de quem quer vender, pois o lucro fica acima de escrúpulos. São muitos os exemplos, desde um Vinícius de Moraes tomando cerveja ao piano (quem se lembra?) até uma Elis Regina dirigindo uma Kombi. Mas ninguém pensou em usar inteligência artificial para reconstruir meu pai colocando calhas pela cidade.

Infância cíclica

Filmes que dão medo ou que nos fazem pensar parecem ser os melhores. Há também os de ficção científica produzidos acima da barreira do pastelão de efeitos especiais. Cinema de qualidade não é entretenimento, dizem os especialistas, mas eu sou um mero espectador, então entretenho-me em assisti-los. A proibição por faixa etária que vem junto ao filme é o maior chamariz para despertar curiosidade do que estão escondendo dos mais jovens. Tirando filmes pornográficos que estão em outra esfera de "curiosidade pelo conhecimento", filmes mais sérios são frustrantes quando a expectativa por vê-los devido às proibições é maior do que a realidade depois de vistos. A pergunta que resta é por que uma criança não pôde ver isso agora, mas um ou dois anos depois será permitido ao jovem dali resultante? Algumas passagens com linguagem inapropriada ou cenas de erotismo, talvez nudez, justificam a proibição. Mas não parece nada diferente daquilo com que boa parte dos jovens tem contato no mundo

Correspondências

O preparo para a postagem começou no Dia do Selo, início de agosto, que motivou uma tentativa de trova que não deu muito certo. Fiquei, então, com o poema na forma de versos livres, publicados no Facebook: Agosto inicia pelo Dia do Selo, / que há muito tempo não lhe dão valor, / mas gostaria ainda de vê-lo / estampando uma carta de amor . Devo fazer a ressalva ao adjetivo livre, pois um verso será sempre prisioneiro da angústia do poeta, fingidor ou não. O poeta fingidor é o mais honesto dos confidentes. Mas em mundo eivado de falsidades, constato que algumas mentiras correspondem aos fatos, outras datas correspondem à vida. Descubro que o Jornal da Cidade Bauru tem a mesma idade minha e pude tecer umas linhas em agradecimento ao espaço que lá me é concedido ( https://sampi.net.br/bauru/noticias/2778106/articulistas/2023/08/o-oasis-do-jornal-da-cidade ). E o site Chumbo Gordo, da Marli Gonçalves, abriu espaço para minha primeira publicação: https://www.chumbogordo.com.br/432016-guerra-