Postagens

Mostrando postagens de julho, 2019

A carta e seu destino

Como missivista contumaz, meus destinatários principais são os jornais e revistas. Considero, para tanto, a carta moderna eletrônica, conhecida como e-mail, pois o objeto de papel manuscrito ou datilografado já não existe ou mais. Ou existe muito pouco, lembra-me aqui a seção de cartas de alguns jornais do interior paulista que solicita aos leitores não mais se utilizarem de tais instrumentos em sua correspondência. Mas também as cartas do passado subsistem e as que ainda nos chegam carregam surpresas. A revista de divulgação científica UnespCiência publicou uma matéria que elaborei sobre cartas de Euclydes da Cunha ( http://unespciencia.com.br/2019/05/01/literatura-107-1/ ). O texto é do ano passado e foi apresentado no curso de Especialização em Jornalismo Científico da Unicamp ( http://www.labjor.unicamp.br/ ), daí conter alguma desatualização. A edição da revista contém outras matérias sobre o autor de Os Sertões, uma vez que Euclydes da Cunha foi o homenageado na Flip deste ano e

Lunáticos

Não!  - Uma pequena palavra para uma pessoa, uma frase completa e profunda para a sociedade. Sim, estou parodiando Neil Armstrong ao colocar sua pegada na Lua. A negativa é de protesto pela forma ininterrupta e insana pela qual ciência, educação, tecnologia e meio-ambiente estão sendo atacados e destruídos em nosso país. O plano de privatização do ensino superior está em pleno curso, travestido de "investimentos", ignorando todo o desenvolvimento científico e tecnológico realizado até aqui, que é quase exclusivo das instituições públicas, ao contrário do que os ignorantes governamentais continuam propugnando. Que eu saiba, falsidade ideológica continua sendo crime grave e suficiente para cassação de mandatos. Por outro lado, está sendo uma semana de efemérides e os 50 anos do lançamento da missão Apolo 11 foram coroados com um eclipse lunar na terça-feira, 16/7, que pude ver, mas para o qual meu equipamento ótico de registro é muito rudimentar. Aliviou a cirurgia dentária p

Vozes em silêncio

Paulo Henrique Amorim não tinha seus méritos pelo programa televisivo que comandava, do qual foi afastado por pressão do governo federal. O bom trabalho jornalístico e opinativo que fazia estava principalmente nos canais de vídeos e outros locais na internet. Pude assistir a palestra dele ano passado, com forte discussão e questionamento sobre o jornalismo que é praticado no Brasil, e possuo um livro autografado. Bem, a assinatura é apenas um quase círculo, rudimentar diria, mas foi de sua pena - como se isso ainda existisse. O silêncio paira sobre a aridez da forma como as notícias estão sendo propaladas na atualidade, quando até uma mentira mal contada é mais aceita do que um fato documentado, apurado e aprofundado. Aprendi a cantar Chega de Saudade no ônibus fretado que me trazia da escola técnica à noite, quase já virando o dia, isso no primeiro ano de estudos. O bairro dos Amarais em Campinas era muito longe da casa de meus pais e não havia transporte público direto. O nome de

De ludo et litterae

Só mesmo as meninas para me fazerem parar para ver um jogo de futebol. E que determinação e técnica em uma partida, levando-me a crer que ainda pode ser um esporte interessante. Basta haver gente que jogue bem em campo, deixando o teatro para outros palcos. Nas quadras e nas arenas, o Brasil segue sua trajetória de destaque no vôlei, com ligas e campeonatos mundiais, com boas equipes masculinas e femininas. Pouco desse prazeroso esporte é noticiado nos jornais, mas é rico no conteúdo estético e plástico, bem como na física do movimento e da força, além do envolvimento da psicologia e da poesia. Boa oportunidade de combinar um bom saque com equilíbrio mental e rimar bloqueio na rede com 'da bola, a sede' e ponto no chão com dedicação. O tênis, jogado agora nas seculares gramas de Wimbledon, já foi assunto de discussão em outra ocasião sobre o movimento rotacional de um bólido. Sim, poemas esportivos que levam a outros lugares. A Semana Guilherme de Almeida está sendo comemorad