A carta e seu destino
Como missivista contumaz, meus destinatários principais são os jornais e revistas. Considero, para tanto, a carta moderna eletrônica, conhecida como e-mail, pois o objeto de papel manuscrito ou datilografado já não existe ou mais. Ou existe muito pouco, lembra-me aqui a seção de cartas de alguns jornais do interior paulista que solicita aos leitores não mais se utilizarem de tais instrumentos em sua correspondência. Mas também as cartas do passado subsistem e as que ainda nos chegam carregam surpresas. A revista de divulgação científica UnespCiência publicou uma matéria que elaborei sobre cartas de Euclydes da Cunha (http://unespciencia.com.br/2019/05/01/literatura-107-1/). O texto é do ano passado e foi apresentado no curso de Especialização em Jornalismo Científico da Unicamp (http://www.labjor.unicamp.br/), daí conter alguma desatualização. A edição da revista contém outras matérias sobre o autor de Os Sertões, uma vez que Euclydes da Cunha foi o homenageado na Flip deste ano e a Editora da Unesp lançou recentemente dois livros revisitando seus escritos. #IniCiencias
No entanto, outras cartas, detentoras de retratos momentâneos de vidas vívidas e vividas, podem estar dormindo em acervos privados ou repousando em baús e gavetas esquecidas. Lamento que tais cartas sejam segredos assim guardados, com o objetivo único e egoísta de satisfazer seu detentor. Que pena! A revista CULT deste mês trouxe uma carta inédita do químico e escritor Primo Levi a seus parentes no Brasil, datada de novembro de 1945, que foi descoberta somente no início do ano. O instigante, além de sua descrição detalhada de acontecimentos em Auschwitz , é citar que enviara outra, mas que deve ter sido extraviada. Qual seria seu conteúdo?
Registro, por fim, o falecimento da Acadêmica Maria Luiza Reis Pereira Baptista, fundadora da Academia de Letras de Lorena, ocupante da cadeira 26, cujo patrono é Péricles Eugênio da Silva Ramos. Ela já estava doente há um bom tempo e impossibilitada de se locomover. Fica a lembrança de sua obra literária, de seus olhos sempre brilhantes quando participava das reuniões da Academia e de outros eventos e dos ensinamentos que deixou em uma vida plena. Subia as escadas, locomovia-se, lia seus textos e se esforçava acima de suas já debilitadas capacidades físicas. Seu livro "Chuva doce" é o que melhor expressa a suavidade de suas palavras. Sem o saber, a Maria Luiza foi a responsável pela minha presença na Academia de Letras de Lorena, quando publicou em sua coluna, no extinto Jornal Guaypacaré, uma espécie de carta aberta, informando que a Academia se instalaria naquele fim-de-semana e convidando os interessados para lá se apresentarei. Fui, indiquei José Luiz Pasin como patrono da cadeira 13 que assumi como membro fundador. Há dez anos!
No entanto, outras cartas, detentoras de retratos momentâneos de vidas vívidas e vividas, podem estar dormindo em acervos privados ou repousando em baús e gavetas esquecidas. Lamento que tais cartas sejam segredos assim guardados, com o objetivo único e egoísta de satisfazer seu detentor. Que pena! A revista CULT deste mês trouxe uma carta inédita do químico e escritor Primo Levi a seus parentes no Brasil, datada de novembro de 1945, que foi descoberta somente no início do ano. O instigante, além de sua descrição detalhada de acontecimentos em Auschwitz , é citar que enviara outra, mas que deve ter sido extraviada. Qual seria seu conteúdo?
Registro, por fim, o falecimento da Acadêmica Maria Luiza Reis Pereira Baptista, fundadora da Academia de Letras de Lorena, ocupante da cadeira 26, cujo patrono é Péricles Eugênio da Silva Ramos. Ela já estava doente há um bom tempo e impossibilitada de se locomover. Fica a lembrança de sua obra literária, de seus olhos sempre brilhantes quando participava das reuniões da Academia e de outros eventos e dos ensinamentos que deixou em uma vida plena. Subia as escadas, locomovia-se, lia seus textos e se esforçava acima de suas já debilitadas capacidades físicas. Seu livro "Chuva doce" é o que melhor expressa a suavidade de suas palavras. Sem o saber, a Maria Luiza foi a responsável pela minha presença na Academia de Letras de Lorena, quando publicou em sua coluna, no extinto Jornal Guaypacaré, uma espécie de carta aberta, informando que a Academia se instalaria naquele fim-de-semana e convidando os interessados para lá se apresentarei. Fui, indiquei José Luiz Pasin como patrono da cadeira 13 que assumi como membro fundador. Há dez anos!
Parabéns ��
ResponderExcluirVocê de forma clara e cativante transmitiu a importância desses documentos para compreendermos o cotidiano da sociedade.
Como sempre um belo texto. Parabéns. Já indiquei seu Blog aos leitores que acessam o meu Blog Falando Um Monte - https://falandoummonte.blogspot.com/ Forte abraço e sucesso.
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