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Mostrando postagens de julho, 2022

Cartas vividas

Missivista contumaz, todos os dias envio cartas e comentários a jornais e revistas. No início, no tempo da universidade, o foco eram os erros e omissões de caráter científico que grassavam, que pululavam, que abundavam em tais veículos informativos. O vício dominou o hábito, e a política, como não poderia deixar de ser, invadiu o conteúdo dos textos. Diminuiu a porcentagem de publicações, talvez pelo aumento do interesse de todos opinarem, facilitado pelas vias eletrônicas e digitais que passaram a existir. Lembro que até por fax (!) enviei comentário para a Veja, que chegou a ser publicado. Essa revista não mais publica cartas, ficando a possível crítica de leitores limitada aos que possuem assinatura digital e podem fazê-las no site ( http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2021/02/pedacos-de-jornais.html ). Isso quando a censura permite, pois aprendi que o conteúdo do texto deve ser dosado em função da natureza do veículo. O princípio é nunca trair a própria opinião, mas há tons que

Bibliotecas

A Biblioteca Nacional, com terraplanista à frente, substituído por outro de igual naipe, não consegue mais atualizar o acesso ao acervo digital. Preocupada que está em diplomar os indignos, deixa de cumprir função primordial de preservação e disseminação do acervo, no caso, de sua vasta e completa hemeroteca. A digitalização da revista Fon-Fon, do final de 1907, por exemplo, prometida há anos, continua tal qual. É um período de quatro meses que pode conter inéditos importantes, especificamente de Lima Barreto, que existe de forma impressa, mas que não foi digitalizado porque estaria em condições mais precárias que o restante da coleção e necessitaria de tratamento mais cuidadoso. São informações de quase quatro anos atrás, com promessa recente de atualização, não concretizada. No momento é necessário fazer uma acrobacia digital, primeiramente acessando a aba "acervo digital" e, depois, "hemeroteca digital" para possibilitar a pesquisa nos jornais e revistas, caso co

De volta ao mundo

O povo entra em férias e cai pela metade a audiência do blog. A premissa ao menos vale aos que seguem um calendário escolar, atrasado para uns, fragmentado para outros, nebuloso para todos. Também nos altos escalões do poder, a folga se faz presente. É um outro mundo. Sem celebridades para chamar a atenção para as postagens, aumentando as interações virtuais, fico com minhas singelas reflexões e clamando por algumas marcas. A de hoje? Tinha de ser num 13 o dia mundial do rock, jabuticabamente comemorado somente aqui, ainda que lembrando aquele Live Aid de 1985, ano de meu ingresso na Unicamp. Um gênero musical que consegue conciliar estímulo sonoro, balanço do corpo, poesia na mente, perenidade, além do protesto e posicionamento político. Rock é atitude. Na verdade, a data foi ontem, porque hoje já é aquela data multifuncional, da queda da Bastilha ao aniversário desta Campinas, terra das andorinhas, e também do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, presidido pelo

Modernas resistências

Em Campinas, estamos na Semana Guilherme de Almeida, com reflexões sobre os impactos do Movimento de 22 em sua obra e sua concomitante influência no evento. Aqueles poucos dias de fevereiro de um século atrás marcaram a estética, a cultura e a literatura posteriormente. Sabemos que alguns eventos não determinam um novo movimento, pois a modernidade nas artes se consolida no tempo. Uma data é importante para marcar o fato, mais como símbolo do que como ímpeto. Os estudiosos atuais da Semana de Arte Moderna de 22 abriram uma discussão ampla sobre o esquecimento de vários personagens importantes para o movimento. Também os chamados pré-modernistas são até mais debatidos do que os modernistas, como os precursores do movimento ou os preteridos no momento. Lima Barreto é um deles, Monteiro Lobato ali se encaixa também, mas o assunto nos eventos campineiros é o poeta que aqui nasceu. A semana segue recheada de atividades e destaco as curtas falas sobre Guilherme de Almeida na Academia Campine