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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Acabando com filmes e livros

Encerro o ano finalizando o primeiro volume da trilogia Escravidão , de Laurentino Gomes. Leitura retardada, não sei o motivo. O segundo volume já está à espera há um bom tempo. Será aberto na semana que vem. Aprender um pouco mais sobre o que somos como sociedade é muito bom para entender as lutas que aqui são travadas e as dívidas históricas, difíceis de serem pagas. Uma lacuna nas minhas leituras é de alguns clássicos. Em busca do tempo perdido já foi iniciada em algum momento e retomei, mais firme e convicto agora, já devorando o maravilhoso primeiro volume, No caminho de Swann , na tradução de Mário Quintana. Não sou leitor fluente de francês para arriscar o enfrentamento do original. Estou fazendo alguma comparação com trechos da tradução mais recente de Fernando Py. Tais leituras seguem a termo para darem espaço para livros que provavelmente ganharei de amigo secreto familiar. Sim, nós nos presenteamos alegremente com a base do conhecimento e já é um alívio saber que não houve

Para um Feliz 2023

No início da pandemia em março de 2020 imaginávamos uma quarentena de duração próxima à etimologia da palavra. Mais de 40 dias de reclusão se passaram e a gravidade da situação se mostrou dura e triste. Seria, então, o equivalente ao tempo de uma gestação? Nove meses e registrávamos um total de quase 200 mil mortos naquele final de ano. Entre inação governamental e cientistas, entre negacionistas e vacinas, enfim, conseguimos esboçar um controle da situação. Superamos, porém, a gestação da elefanta, de 22 meses. Talvez a próxima marca seja análoga à da salamandra alpina que leva 38 meses para o completo desenvolvimento de seus filhotes, dentro do oviduto do animal. Por ser um anfíbio, não consideraremos a hipótese, além de ser uma curiosidade retirada da enciclopédia, mas com possibilidade assustadora para nós reles humanos. A evolução da pandemia que continua pode ser acompanhada pelo livro "Linha de fundo: um giro de divulgação científica sobre a COVID-19 no blogs Unicamp",

Saberes em construção

Em obras, a casa está se reformando para acomodar um poste de eletricidade novo. O medidor antigo virou abrigo de formigas, habitantes originárias do espaço - os invasores somos nós. Na retirada da caixa que acomodava o dispositivo, ecossistemas múltiplos, incluindo fungos nas partes de madeira, várias versões de insetos, além de um caramujo de jardim. Pedreiro e eletricista se desdobram para atender ao reparo, sem pisotear muito a grama e plantas ali colocadas para alegrar olhos e o ambiente. A palavra de um deles foi primordial: fazer direito para não deixar rebarba para o próximo que vier a mexer aqui, pois pode ser eu mesmo. A propriedade não é dos trabalhadores, mas eles dela dependem para seu sustento. É uma concepção diferente da coisa pública que é de todos e não pode ser considerada como não sendo de ninguém. Operários na casa souberam o que fazer. Os que operam o poder público no momento parecem se esquecer de que a tarefa bem executada trará benefícios para todos. Um breve p

Sustos e contratempos documentais

Semana passada o blog ficou fora do ar por pouco mais de cinco horas. Foi excluído pelos administradores, sem qualquer explicação. Na sexta-feira, dia 3, por volta de 19h, recebi uma comunicação de que teria havido uma tentativa de invasão de minha conta e, com isso, ela fora desativada. Realizei o procedimento de recuperação da conta, com confirmação por código enviado ao celular e, aparentemente estava tudo certo de novo. No acesso ao blog, a mensagem era de remoção sumária e definitiva, sem qualquer possibilidade de recuperação. A sensação de perda, mesmo de coisas imateriais e de cunho intelectual, foi grande. Enviei e-mail questionando a exclusão e adentrei um forum online em que partilham problemas deste blogger. No mais, pensei que poderia estar sendo vítima de fraude maior e resolvi fazer um boletim de ocorrência eletrônico, ferramenta que funciona muito bem. Ao iniciar o preenchimento, ia fazer uma cópia da mensagem que recebi pela exclusão do blog e qual não foi a grata surpr

Repetindo o aprendizado

No rememorar de vivências e convivências, lembrei-me de um gerente de uma importante indústria química com o qual tive contato por um bom tempo para desenvolver projetos conjuntos de pesquisa científica. Fizemos um treinamento para escolher estudantes de engenharia que trabalhariam conosco. Num desses encontros, ele discorreu sobre a necessidade de aprimoramento e mudança de abordagens frente a inovações e novos desafios que se apresentam, pois o risco de ficar obsoleto - tanto o processo quanto a pessoa - é muito grande. Falou que começou a trabalhar em um escritório e lá aprendeu a tirar cópias xerox. Com o tempo, ficou craque na tarefa e ninguém tirava cópias melhor do que ele. Sabia ajustar as dimensões para ampliações e reduções, posicionava corretamente os originais, serviço perfeito. E depois disse que aquela prática nada mais valia: não se tiram mais xerox. Na época dei crédito às considerações, mas hoje entendo a questão de forma diferente. Aquela experiência foi importante pa