Acabando com filmes e livros

Encerro o ano finalizando o primeiro volume da trilogia Escravidão, de Laurentino Gomes. Leitura retardada, não sei o motivo. O segundo volume já está à espera há um bom tempo. Será aberto na semana que vem. Aprender um pouco mais sobre o que somos como sociedade é muito bom para entender as lutas que aqui são travadas e as dívidas históricas, difíceis de serem pagas. Uma lacuna nas minhas leituras é de alguns clássicos. Em busca do tempo perdido já foi iniciada em algum momento e retomei, mais firme e convicto agora, já devorando o maravilhoso primeiro volume, No caminho de Swann, na tradução de Mário Quintana. Não sou leitor fluente de francês para arriscar o enfrentamento do original. Estou fazendo alguma comparação com trechos da tradução mais recente de Fernando Py. Tais leituras seguem a termo para darem espaço para livros que provavelmente ganharei de amigo secreto familiar. Sim, nós nos presenteamos alegremente com a base do conhecimento e já é um alívio saber que não houve conflitos familiares nesses dois anos, pois aqui não há negacionistas.

Sobre o negacionismo e o conflito com a verdade trata a comédia Não olhe para cima. Curioso que a polêmica saiu das telas - ou do streaming, propriamente dito - e foi se frutificar nas redes sociais. Não esperava tal clamor entre os que amaram e os que odiaram o filme. É um bom filme, sim, longe de ser fantástico ou fenomenal, mas não é documentário; a proposta é ser comédia, desde o início. Uma forma inteligente de tratar com humor de assunto tão sério quanto o negacionismo que está nos levando à piora da existência como seres humanos. Filmes no cinema, na tela grande? A cautela ainda mantém seus obstáculos. Na fila estão Marighella e o novo Matrix. O primeiro pela coragem de ter sido feito e a censura branca imposta ao lançamento. O segundo, pela tradição da ficção científica bem feita, apesar de, depois de uma trilogia, um quarto filme sempre carregar o risco do fracasso. Ouvi poucos comentários desso novo Matrix para não contaminar a surpresa, fã que sou da ficção científica, apesar de pouco dela falar.

Com isso não falarei, ainda, sobre o telescópio James Webb, lançado em 25 de dezembro. Ficará para o jornal impresso ou para o Boletim Anti-Covid (BAC) da Unesp Rio Claro. Talvez faça uma correlação com o filme sobre a catástrofe do cometa, com o negacionismo e outro livro em andamento na mesma linha, O mundo assombrado pelos demônios, de Carl Sagan. Outros escritos foram preenchendo esta última semana. Até discorri sobre futebol! Um artigo para o Correio Popular comentando outro do início do mês. Não é sobre esporte e, sim, sobre significado de certos termos relacionados ao dito esporte que pode ser lido aqui: https://correio.rac.com.br/colunistas/2021/12/1152365-linguagem-esportiva.html. Um artigo de opinião política compilando comentários vários sobre os jornalões saiu na derradeira semana do ano: https://www.brasil247.com/blog/os-jornaloes-e-o-tabuleiro-politico. E assim a próxima postagem será com calendário novo e as velhas angústias e os velhos desejos. Respiremos fundo para os doze meses que seguem!