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Mostrando postagens de novembro, 2023

Trânsito pelo tempo

Subvertendo o ditado, dê um volante e um motor possante a uma pessoa para ver sua verdadeira índole. No trânsito, já devo ter anunciado, a ignorância alheia não pode determinar meu comportamento. Nestes dias de forte chuva pelas estradas, em que até caminhões e ônibus hesitam continuar rodando, a surpresa fica por conta dos que não sabem a relação entre atrito, velocidade, pista molhada e força centrífuga. Os bólidos seguem pelo rio que se forma e lá dentro, imagino, deveria haver ao menos um ser pensante. Veículos autônomos ainda não são vistos por aí e talvez eles teriam uma programação que impedisse externar a ignorância, eivados de "inteligência" que são. Direção defensiva passou a ser item obrigatório no trânsito, junto com pneus, faróis e setas indicadoras. Quer dizer, não aqui, em que motoristas vivem em sociedade secreta e não revelam para onde estão conduzindo seus veículos. Ou seja, não dão seta! Resolvi, finalmente, ler PT, uma história , de Celso Rocha de Barros.

Perspectivas

São os dias finais de novembro e parece que a primavera resolveu começar. Bem, não dá mais para esperar estações do ano nos moldes em que vivíamos há uma, duas décadas. O mundo esquentou e o novo normal deveria ser mais prazeroso para nós brasileiros, acostumados que estamos com o calor, comparando com os europeus. Mas o uso mais frequente do ar condicionado e do ventilador está fazendo com que picos de energia sejam mais intensos, acompanhando a incidência de eventos climáticos extremos. Tudo correlacionado, diria o estatístico que olha para os dados e a tragédia salta feito aqueles desenhos do livro "Olho mágico", em que víamos autoestereogramas ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Autoestereograma ), as imagens em três dimensões que se formam quando desfocamos o olhar para um ponto focal atrás da folha de papel. Foi uma febre antes da virada do milênio. Nem todos enxergavam as imagens, e era frustrante para quem não conseguia ver ou dava enjoo em muita gente ao ficar prostrada

Conhecimento bem próximo

Eu não conseguiria fazer o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e outras provas de ingresso para as universidades públicas que estão sendo aplicadas nestes dias. Não pela dificuldade das provas bem elaboradas, mas por não ter estudado boa parte das Humanidades ali contida, deprovido de tal prazer e necessidade durante a ditadura militar. Talvez tivesse desempenho razoável pelo conhecimento acumulado ao longo do tempo, mas falta-me a base de aprendizagem. O único vestibular que prestei foi há quase 40 anos! Acho admirável que os estudantes tenham aulas de Sociologia, Filosofia, além de História e Geografia. Disciplinas de forma contextualizada e crítica, com o objetivo de aprendizado e formação integral, nada parecido com a decoreba sem sentido de "educação moral e cívica" e "organização social e política brasileira". Além da nova abordagem nas Linguagens e Ciências da Natureza, com maior interconexão entre elas. Ler o mundo não é simplesmente olhar palavras impress

Perdas e mais danos

A revista piauí é a que leio com prazer e regularidade. São matérias longas, análise profunda, com muitas referências e indicações de leituras complementares. Um contraponto com o acesso cibernético diário. Por outro lado, a  piauí  decepcionou seus leitores quando extinguiu o podcast Foro de Teresina ( https://piaui.folha.uol.com.br/radio-piaui/foro-de-teresina/ ), isso ficou bem claro nas manifestações nas redes sociais. Se vai impactar negativamente no número de assinantes da revista ou em sua qualidade, é dúvida que carregamos até o próximo número. A notícia imediata é marca de nosso tempo, mas é necessário filtrar os veículos. Muita mentira propositadamente é veiculada, símbolo da pós-verdade e marca da extrema direita. Há canais adequados, menciono apenas os mais conhecidos: UOL, G1, Nexo; e os que apresentam uma visão mais progressista Brasil 247 e CartaCapital, por exemplo. Os sites dos jornais também são importantes, apesar de cobrarem pela leitura. Correio Popular, Folha de S

Dia de todos os sintos

O dia de todos os santos antecede o de todos os sintos. Sinto tristeza, sinto ausência, sinto luto. O dia é longo para reflexões, mas curto para escrevivências permanentes. Então a postagem é reduzida, em meio de feriado com poucos leitores, porém marcando a data, datando a marca. No Diário do Rio Claro escrevi um pouco mais sobre vida e morte, morte e vida, considerações que não repito aqui por ser de fácil acesso nos meios cibernéticos:  https://www.j1diario.com.br/edicao-de-02-de-novembro-de-2023/ . Apenas reafirmo que a morte não devia ser tão trágica e triste como culturalmente a vivenciamos. Um paradoxo da vida. No sábado passado pude falar de Lima Barreto na Academia Campineira de Letras e Artes, cronista que foi e cuja obra é marcada pelo uso de pseudônimos. Destaquei também a coincidência do escritor, que vivia no Bairro de Todos os Santos, morrer no dia de Todos os Santos, em primeiro de novembro de 1922. A tristeza de sua morte rondou a família, pois, no velório ocorrido em