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Mostrando postagens de junho, 2021

Dezoito meses

Último dia do mês, exatamente metade do ano alcançada - na verdade, quase, pois dos 365 dias foram 181, já que o primeiro semestre congrega o curtíssimo mês de fevereiro. A metade será ao meio-dia de sexta-feira, dia 2/7 (descontando aquelas horas e minutos a mais, segundo a astronomia), véspera da importante data para importantes acontecimentos. O acúmulo de afazeres já grande em qualquer fim de mês parece se engrandecer quando se refere ao mês que marca a metade do ano. Pior se o 30 de junho caísse numa sexta-feira, o dia da semana em que todas as ideias surgem para poderem ser executadas somente na semana seguinte. Fim de semana é útil para muita coisa, apesar da confusão que se faz agora nesta época de pandemia. Dias úteis ainda seguem uma acepção burocrática de se restringirem a cinco dias, ainda que há muito tempo tudo acontece 24x7. Os términos de calendários se impõem à nossa perda de paciência e de fôlego para dar conta. Números estampados na folhinha que escravizam. Sim, sei

Primeira dose para não esquecer

O calendário vacinal foi percorrido e chegou minha vez de tomar a primeira dose da AstraZeneca contra o novo coronavírus. Sensação única ser testemunha e partícipe de uma das maiores façanhas da ciência atualmente. Em menos de um ano, o vírus chamado de Sars-CoV-2 foi identificado, isolado e plataformas distintas de produção de vacinas foram aplicadas e desenvolvidas para se obter vários imunizantes com eficácias adequadas para aplicação na população, ainda que em distintos graus de qualidade. O pequeno desconforto causado pela reação ao imunizante fez-me ficar praticamente um dia de molho, mas é um dissabor saudável. Nós pais e mães não nos esquecemos de todas as febrinhas que nossos filhos tiveram nos primeiros meses de vida quando da aplicação de boa parte das vacinas que os protegem por toda a vida. Isso é o comportamento corriqueiro ou deveria ser de quem vive em sociedade moderna, sabedores que somos sobreviventes por conta das vacinas. Triste, nesta festa toda, é constatar que m

Transformando orgulhos e acidentes

O buraco levou pneus e rodas, a prefeitura se omite. Vida urbana que segue em solavancos e prejuízos. O susto foi muito, a irritação o acompanhou, mas, ao final, sobra a resignação pela ausência de danos físicos. O dentista ficou para depois, experimentos científicos também, outro arranjo orçamentário deve ser feito, diminuindo alguma guloseima de fim de semana. O acidente, portanto, foi saudável, controlando as calorias entrantes para conter a obesidade pandêmica. Os mecânicos se impressionam que o veículo necessita de mais cuidados, uma lavagem, o motor já com prazo de validade ultrapassado e tento convencê-los de que pouco me sensibiliza a devoção ao volante que muitos possuem. Segurança e conforto sim, com certeza. Mas gostar de carros e de dirigir não é verbo que eu consiga conjugar. Crônica improvável de um acidente certo, assim poderia ser o título representativo, caso o objetivo fosse apenas impressionar leitores. Mas a crônica da realidade é angustiante, e um buraco no meio do

Um dia perdido

Ver parte do depoimento de ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, apenas aumentou a revolta contra as mentiras oficiais e nem as usei para compor o texto publicado no Boletim Anti-Covid (BAC), restrito a outra oitiva controversa, essa do ocupante atual da Pasta (veja aqui o BAC  https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ , e a versão para o blog aqui: https://bacunesprc.blogspot.com/2021/06/a-volta-do-que-nao-foi-de-novo.html ). Desde o início dessas oitivas no Senado Federal passei a compilar informações para nosso BAC com o intuito de divulgar esclarecimentos. Fones no ouvido, atenção em outros afazeres, volto-me à transmissão quando algo inusitado é dito ou representando. Sim, a pantomima de inquérito é transformada em teatro com as primeiras falas e intervenções. Ao menos alguns fatos científicos puderam ser confrontados, reiterando que não existe tratamento precoce contra a covid-19 e que os medicamentos que foram testados, comprovadamente, não

Ambiente e ciência das palavras

A depressão pode ser passageira pela chegada dos 54 anos neste sábado ou por ver ainda distante a possibilidade de imunização contra o coronavírus, uma vez que deixei de ser professor da educação básica há muito tempo e pesquisadores universitários não estão nas listas de prioridades na fila da vacina. Quer dizer, deprimente é o fato de existir uma fila, não para organizar o processo, mas vergonhosamente por não haver vacina. Pelo que vejo no cadastro e no cronograma anunciado hoje, terei a picada como presente do dia dos pais. Já é algo de esperança. O dia do meio ambiente chega junto com a completude da volta ao redor do sol, portanto, e as perspectivas nessa área nunca estiveram tão desanimadores. Uma palavra importante dita hoje pelo senador Omar Aziz presidindo a CPI da Pandemia é que os casos de malária estão aumentando em Manaus devido à devastação da Floresta Amazônica. Estou participando de  lives e eventos de grupos ecológicos com a sensação de que estamos perdendo a essênci