Ambiente e ciência das palavras

A depressão pode ser passageira pela chegada dos 54 anos neste sábado ou por ver ainda distante a possibilidade de imunização contra o coronavírus, uma vez que deixei de ser professor da educação básica há muito tempo e pesquisadores universitários não estão nas listas de prioridades na fila da vacina. Quer dizer, deprimente é o fato de existir uma fila, não para organizar o processo, mas vergonhosamente por não haver vacina. Pelo que vejo no cadastro e no cronograma anunciado hoje, terei a picada como presente do dia dos pais. Já é algo de esperança. O dia do meio ambiente chega junto com a completude da volta ao redor do sol, portanto, e as perspectivas nessa área nunca estiveram tão desanimadores. Uma palavra importante dita hoje pelo senador Omar Aziz presidindo a CPI da Pandemia é que os casos de malária estão aumentando em Manaus devido à devastação da Floresta Amazônica. Estou participando de lives e eventos de grupos ecológicos com a sensação de que estamos perdendo a essência da própria existência. Quero estar totalmente errado desta vez.

Na minha tarefa de acompanhar os depoimentos da já mencionada CPI da Pandemia no Senado Federal, fiz um resumo da participação de Nise Yamaguchi no blog do Boletim Anti-Covid (https://bacunesprc.blogspot.com/2021/06/tese-indefensavel.html). Hoje, foi a arguição da Dra. Luana Araújo que deu uma aula brilhante e esclarecedora sobre o que é ciência, infecção por vírus, formas de prevenção e outras questões envolvendo a contribuição que poderia ter dado ao Ministério da Saúde, mas foi preterida por motivos políticos. A transcrição de seu depoimento pode ser lida aqui: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/notas-taquigraficas/-/notas/r/10022. No entanto, recomendo assistir à sessão ou trechos dela para ver o que é uma profissional médica, da ciência e com notória capacidade de comunicação. Como disse o senador Randolfe Rodrigues, é vendo a atuação de mulheres como a Dra. Luana Araújo que ainda temos esperança neste país. #IniCiencias
 
Já fui aqui criticado pelo uso de estrangeirismos e palavras copiadas diretamente do inglês e confesso que não consigo evitar. Talvez não devesse me preocupar com o purismo ou puritanismo da língua, derivada de outras que é. Voltaremos aos grunhidos das cavernas e linguagem pictórica? Os emojis das mensagens eletrônicas junto às abreviações e letras que representam frases completas mostram que pelo menos um desses passos já demos. A diminuição do vocabulário usado possui relação direta com o nível de falta de democracia, isso é o que apreendi de alguns estudos tidos, lidos e vistos. Hoje, por exemplo, me faltaram as melhores palavras para dar o título da postagem. Não, ainda não é censura prévia, mesmo que o Brasil não esteja em seu melhor momento de liberdade de expressão, com tantos ataques à imprensa e condenação do pensamento crítico. Nem vou dizer pensamento contrário, pois quem está de um certo lado, sequer pensa. O "Orgulhos" do título da semana passada (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2021/05/orgulhos.html), na forma singular, é, por coincidência, o tema do Lugar de Fala deste mês: https://revistacult.uol.com.br/home/colunistas/lugar-de-fala/. Um bom ambiente para deixarem ali suas palavras. Minha reflexões lá estarão; outras dúvidas e mentiras abordei no Brasil 247, novamente com partes de cartas preteridas e colhidas alhures: https://www.brasil247.com/blog/duvidas-e-mentiras-oficiais.

Comentários

  1. Hoje ouvimos um depoimento de quem sabe do que está falando. A dra. Luana Araujo colocou os senhores senadores nos devidos lugares, com educação e classe.
    Apesar de não concordar com a posição da dra. Nise, reconheço que o tratamento dado a ela ontem foi tudo, menos civilizado.
    Estamos vivendo momentos em que faltam mesmo palavras...

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  2. Verdade Adilson, a situação é bem complicada. Mas tenhamos esperança, dias melhores virão.

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  3. Quando um país sustenta na sombra um gabinete paralelo e clandestino, enquanto mostra ao público um ministério fantoche e desautorizado, chegamos ao fundo do poço. Enquanto isso, na CPI, fazem perguntas equivocadas para colher respostas capengas. Perdemos a capacidade de pensar?

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