Numerosos números

Números aos milhares, com o perdão do trocadilho, adentraram meu computador vindo do TSE. Usei-os para reinterpretar o que todos já diziam, a abstenção e o não-voto ganharam as eleições. Campinas foi recordista no Brasil, escrevi um comentário no Correio Popular de Campinas e divulguei pelo Facebook. Apesar de ter sido considerado "dor de cotovelo" (sim, ainda usam a expressão) por um leitor estranho a meus círculos de "amigos virtuais", houve os que defenderam a escolha do campineiro a lhe dar um voto de confiança. Procurei limitar-me apenas à análise do porcentual de abstenções, votos brancos e nulos que, somados, ultrapassam o total dado aos dois candidatos - isso fique bem claro. Há uma correlação direta entre baixa votação no primeiro turno e rejeição no segundo, o que indica a necessidade de mudar o procedimento, como já discorri aqui. Por que não incluir os três mais votados, caso os dois primeiros, juntos, não atinjam 50% dos votos válidos? O voto é trocado pelo veto na etapa complementar. Em Campinas foi trocado pelo não-voto. Também usei alguns desses números para avaliar a diminuição e dispersão havida com os partidos de esquerda (https://www.brasil247.com/blog/a-esquerda-especialmente-o-pt-sai-derrotada-das-urnas), que também foi pouco compreendida por um interlocutor. Mesmo que eu não deixe minhas preferências eleitorais explícitas, o intuito foi, novamente, usar dados levantados nas eleições e ver quantos habitantes serão governados por partidos específicos. O artigo diz isso por si e não redundarei na explicação aqui.

Os trinta dias restantes para o virtual réveillon são contrastantes com os mais de 250 de quarentena e reclusão da pandemia. Passadas as eleições, o vírus volta a ser parte do discurso político do governador de ouvir sempre a ciência, já que o afilhado está garantido na capital pelos próximos quatro anos. A fase amarela do Plano São Paulo não condiz com localidades que estão com seus leitos de UTI chegando ao máximo de capacidade; o aumento de casos é visível, contrariamente ao próprio vírus microscópico. Infectologistas, epidemiologistas se juntam a estatísticos e analistas políticos para descobrir a razão voto/morte que foi usada no cálculo eleitoral de novembro. A anestesia política no Tucanistão foi relembrada pelo amigo Rafael Moia Filho, usando um argumento meu em sua postagem (https://falandoummonte.blogspot.com/2020/11/eleitor-paulista-sofre-da-sindrome-de.html). Seguimo-nos mutuamente nos blogs com a intenção de ampliar a palavra dita (maldita, muitas vezes). Torço para ao menos chegar à meia centena de clicadas nesta página.

Em números absolutos foram 23 textos elaborados e publicados em novembro, a título de balanço mensal. Um recorde que nada significa, entendo. Pelos compromissos com jornais e blogs são escritos entre dez e quinze artigos costumeiramente. Mas, no mês passado, motivado pelas eleições e atualização mais frequente do boletim anti-covid (https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/) bem como o resgate de três crônicas perdidas nos circuitos internos de computadores e que foram preteridas em concurso do Litoral Norte, conforme noticiei na postagem passada (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2020/11/o-que-nasce-da-pandemia.html), o número aumentou sobremaneira. Mas, enfim, produção de reflexões que não contam para o relatório de atividades de pesquisa científica. Pouca química e tecnologia houve ali. #IniCiencias

Comentários

  1. Uma coisa urgente, no país, é uma reforma política para valer. Mas como esperar que os cachorros jogem fora a linguiça?

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