Tremendo número

Os espasmos a percorrer o corpo inebriado de acontecimentos podem ser devido ao frio, à ansiedade, a sustos, a medos, enfim, à vida. Tremer é defesa, é reação. O adjetivo tremendo, roubado do gerúndio conota também a coisa boa, a surpresa, o superlativo. Multifuncional, tal como quase todo nosso léxico. Bendita língua portuguesa, de cuja data quase me esqueci, passada a 5 de novembro. Sim, é o Dia Nacional, pois o Internacional, festeiros que somos, foi a 5 de maio. Ambas são em dias 5, o único número que sorri. Tremenda coincidência. Português é a língua brasileira mais falada nesta terra cujo nome é derivado da cor vermelha. Usada em toda nossa comunicação - a língua, não necessariamente a cor -, adentra a ciência para dizer o que é a natureza e como estudá-la de forma que seja entendível por todos. O uso da linguagem para a divulgação científica tem, assim, sido abordado em artigos recentes e um deles está no Jornal da Cidade Bauru, que pode ser lido aqui: (https://sampi.net.br/ovale/noticias/2670354/articulistas/2022/11/ciencia-saindo-da-redoma).

No sábado, 26 de novembro, haverá coincidência de reuniões culturais em Campinas. Pela manhã, estarei presidindo a reunião do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, retomando as atividades presenciais depois da morte de nosso Presidente Fernando Abrahão (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2022/06/orgulho-de-viver-e-lembrar.html). Podem ver os detalhes na página do Facebook (https://www.facebook.com/adilson.goncalves.9847/). À tarde, será a vez da reunião da Academia Campineira de Letras e Artes, em que apresentarei o centenário de morte de Lima Barreto, escondido por outros centenários comemorados neste 2022, presencialmente desta vez, acrescida de nobre programação musical. Na mesma página citada antes, naquela ainda existente rede social, a programação lá está com o convite, claro, limitado a quem estiver nesta também Terra das Palmeiras Imperiais no fim de semana. A fala anterior foi virtual para a Academia de Letras de Lorena (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2022/11/so-ha-morte-na-vida.html).

Para mim, cultura e educação se mesclam de forma indistinta e fazem bom número quando as políticas de uma levam ao crescimento da outra. Porém, na mistura com questões de fé, pouca coisa boa resulta. Reflito sobre isso aqui: https://www.brasil247.com/blog/educacao-de-criancas-e-reflexos-na-suposta-fe. Uma das formas mais dinâmicas, vastas e profundas da expressão cultural é a música. Eis que no dia do músico morre o Tremendão Erasmo Carlos. E também Pablo Milanés. Músicas a menos. Ou a mais, pois nesses momentos há picos de acesso às obras dos que morrem para relembrá-los ou conhecê-los. Na beira do caminho choram Yolandas. A coincidência e a tristeza fizeram-me plasmar esta trova: Do músico é seu o dia, / com a Gal já fiquei pasmo / e hoje, a triste sincronia: / Pablo Milanés e Erasmo! O dia da postagem era para ser de Fibonacci, 23/11, escrito em inglês 1123, que é o início da sequência matemática em que o próximo número é a soma dos dois anteriores, cuja divisão do maior pelo menor tende ao que se chama de razão áurea (um número aproximadamente igual a 1,618). Mais um dia dedicado a um número ou que a ele alude. Matemática a serviço da poesia musical.