Jornada dos 4 aos 40

Uma nova quarentena, agora a da esperança, começa a ser contada. Uma quarentena de exatos 40 dias. Aquela de dois anos e meio atrás prenunciava um período incerto que soubemos ser de muitas dores e mortes devido à pandemia (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2020/03/quarentena.html). Somávamos dias com semanas, depois meses, sem saber o que de pior aconteceria. E o pior aconteceu. Combater pandemia e pandemônio simultaneamente trouxe-nos experiência a um custo muito elevado, 700 mil mortes e uns 40 anos de atraso institucional. A esperança, agora, é de tempos menos incertos. Assim será com a (re)construção social, não apenas por meio da esperança passiva, da qual nada resultará, a não ser um pouco mais de angústia. Atividade e atitude são esperadas, portanto. Como sempre, em outros espaços aprofundo-me em tais reflexões (https://www.brasil247.com/blog/demonios-eleitoreiros), sem perder a ternura da poesia de um Paulo Leminski, por exemplo, e da profundidade dos fatos históricos em curso, a morte de Getúlo Vargas sendo outro exemplo. Menciono ambos pelo significado moderno e também por hoje ser uma data que combina o dia do nascimento do poeta com o da morte do estadista. Servem para lembranças, reafirmando que são poucos dias do ano para acomodar tantas efemérides.

Trilhando caminhos que outros percorreram, haverá ainda descobertas a serem feitas? Carrego o traço do invasor europeu, pois a marca foi estabelecida no tempo, há bastante tempo. Os que primeiro aqui estavam também chegaram de algum lugar, mas sem expulsar outros, é o que a História nos revela. O mato que havia foi habitado, não devastado. Aprenderemos a voltar ao passado redentor, espero, se nos dermos tempo e espaço suficientes e abundantes, as duas incompreensíveis grandezas do universo, uma vez que matéria e energia investigamos com mais profundidade e são parâmetros que, em essência, explicam as avassaladoras relações de exploração e consumo em que modernamente vivemos. Longe de mistificar a lógica e a ciência, mas, se um dia foram os quatro elementos que determinaram a natureza - água, fogo, terra e ar -, hoje são essas quatro grandezas cósmicas que nos governam: tempo, espaço, matéria e energia. Ideias que vêm de outras reflexões que colocam também o vasto caminho ambiental (a que tanto ecologia quanto economia deveriam ser atreladas) em intersecção com as manobras políticas e a cultura do conhecimento. #IniCiencias

A Academia de Letras de Lorena realizou a reunião festiva em comemoração ao seu 13. aniversário, com posse de dois novos membros, Polyana Zappa e Aurélio de Castro Figueiredo, que vêm a ocupar as cadeiras de Acadêmicos falecidos recentemente. Irmã Olga de Sá e Pedro Alberto de Oliveira foram devidamente homenageados com palavras do José Luis de Miranda Alves, resgatando poéticas palavras de ambos e incluindo, emocionado, algumas suas. Foi uma cerimônia bonita e no tamanho ideal, com tempo para conversarmos, ver os livros novos lançados, apreciar uma boa música. Idas e vindas fazem parte da jornada acadêmica, literária e do pensamento a que esse grupo se propôs treze anos atrás, quando escolheu a proximidade com a morte de Euclydes da Cunha, seu patrono, para dar os primeiros passos. A morte é perda e é conclusão de vida. Pode ser lógica no desfecho, mas é sempre triste no sentimento. Perdemos em luto os que amamos, com quem convivemos, com quem aprendemos a seguir na incrível jornada da existência. Transformar o luto em saudade, a tristeza em memória e a dor em alento para continuar é um processo lento. Sinto por várias perdas de amigos e por aqueles que os amigos perderam. Meu abraço ao Paulo Viana.

Comentários

  1. Sim tranformar o luto em saudade já é um processo para afastar a tristeza.

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  2. A saudade é sempre um luto

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