Escolha seu tempo

A campanha está nas ruas, nas mentes e nos corações. Assisto a análises eleitorais da movimentação política envolvendo acordos, conchavos, pesquisas, distribuição de apoios e recursos. São tediosas, em parte, porque a emissora de notícias precisa preencher o tempo com as mesmas palavras, ditas por diferentes jornalistas e especialistas. Porém, ela não esconde a decepção quando seu candidato ou sua candidata não vai bem nas pesquisas e vice-versa, ou seja, o outro continua indo muito bem, ainda bem. Imprensa isenta? Tal qual quadratura do círculo ou força vital, são conceitos que podem até ser bem definidos, bem elaborados, mas são inexistentes. Já me convenci de que não há lógica e obviedade nas escolhas políticas que fazem os eleitores, pensando que meu ponto de vista é o melhor de todos, por certo, já que é o único com que posso conviver e é a mim mesmo que necessito justificar as escolhas. Na cultura e nas artes, por outro lado, esperamos que houvesse uma inclinação progressista ao entendimento global do ser humano, fugindo de candidatos anacrônicos, retrógrados e antissociais, que estão presentes no terço - mal rezado, concluo - dos eleitores, confirmando-se os porcentuais das intenções de voto.

Agostamos de tudo um pouco. Reclamamos ser um mês interminável, sem feriados, que mistura tempos de frio e de seca. Alguns ainda podem aproveitá-lo como férias, deslocadas no tempo que foram em função da pandemia. São dias tais como outros, vividos a cada hora, a cada segundo, ou a cada terceiro problema que surge para ser enfrentado e, quiçá, resolvido e absorvido. O tempo não pode ser encolhido, talvez nem escolhido para os fins que queremos. Inventamos o calendário, mas não somos donos do tempo nele contido. Criamos acontecimentos para equilibrar a angústia da existência e também atender ao que o corpo exige, comer, dormir, exercitar e descansar aí incluídos. Até posse de ministros em tribunal eleitoral passa a ser entretenimento de primeira linha, combinado com aquela indisposição dos que precisam comentar acerca de tudo. Mas a minha opção de usar o máximo para leituras é uma meta longe da realidade; prova disso é a ausência de comentários de livros lidos. Ficam apenas os escritos, que saem costumeiramente e podem ser vistos no Facebook (https://www.facebook.com/adilson.goncalves.9847).

Se o mês é realmente eivado de fatos trágicos, não fiz o levantamento para confirmar os maus agouros e que a campanha e outros acontecimentos não façam parte deles. Verifico ser comum falarmos de agosto com esses predicados, mas já usei postagens em demasia para preencher o espaço cibernético com isso. Que fiquem as palavras em melhor distribuição para compor o que se possa chamar de crônica ou artigo de opinião. De qualquer forma, foi feriado da Padroeira de Nossa Senhora da Piedade em Lorena e haverá a festa da Academia de Letras de Lorena (ALL) no sábado, dia 20. Estaremos emplacando o décimo-terceiro aniversário com a publicação de nossa antologia de mesmo número. Por idealização do professor Nelson Pesciotta, nosso primeiro presidente, conseguimos fazer a instalação da Academia junto com a primeira coletânea. Obrigação de Acadêmico é produzir literatura e cultura, colocando devidamente o nome da ALL junto às obras. A coletânea anual é mais uma delas. São infundados, portanto, os alertas de que o nome de uma instituição não possa ser colado a opiniões individuais, uma vez não ser possível distinguir o autor de sua obra.

Comentários

  1. Adilson, confesso que deve estar sendo difícil fazer cultura em momentos tão difíceis, ásperos, conflituosos como os atuais e poder contar com o reverberar dos leitores. Para as pessoas comuns, a literatura é até um luxo. Percebo em mim, antes uma voraz leitora, hoje incapaz de ler um livro inteiro. Parece que a pandemia, as perdas dela advindas de pessoas queridas, a atuacão perversa deste governo, famílias que mal se fala por diferenças ideológicas, todos esses dissabores tornam a vida muito difícil, retirando espaço mental até para coisas mais agradáveis e edificantes. Quem sabe quando tudo isso passar, voltaremos a sentar para curtir um bom livro com produtivas trocas de ideias e convivência mais tranquila. Enfim, a vida como deve ser vivida e não como está sendo. Abraço!!!

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