Encontro de Acadêmicos
O fim de semana de dez dias atrás foi de júbilo, com o encontro das Academias Literárias e de Artes do Vale do Paraíba, em minha Lorena querida, promovido por nossa Academia amada. Estive lá acumulando a presença como membro fundador da Academia de Letras de Lorena e representando os presidentes das duas Academias de Campinas às quais pertenço. Ana Maria de Melo Negrão, presidente da Academia Campinense de Letras, e Sérgio Caponi, da Academia Campineira de Letras e Artes, delegaram-me o nobre mister. No passado, houve dissabores entre fundadores de uma e de outra instituição campineira, mas que com o tempo - o onipresente senhor da razão - foram extintos. Tanto é que muitos de nós somos membros de ambas. Em minha contagem, oito acadêmicos mantêm a dupla filiação, à semelhança do que ocorre em outras cidades. A cultura deve ser maior do que o ego dos que querem constituir uma academia apenas para chamar de sua. Por isso a Academia de Letras de Lorena é nossa instituição cultural.
Surpresas boas foram registradas no evento; as ruins, deveríamos esquecer, mas a indignação faz com que as registremos também. A presença do presidente da Academia Paulista de Letras, Antônio Penteado Mendonça, foi ilustre, mas a ausência posterior tornou-se aliviadora. Em sua fala sobre a importância das academias literárias para a preservação da cultura, senti-me nos anos 1970-1980, nos bancos escolares em que se ensinava ser o indígena (era índio que se usava) susceptível à conquista do branco e que quase "pacificamente" foi viver com ele em sua civilização traduzida em cidades que construía. Ingênuo, adolescente estudante acreditei. Mas estamos em outro século... parece que as décadas iniciais de cada século têm de conter sobressaltos sociais, tais como aconteceu nos anos 1920-1940. Esperemos que não seja essa a voz dominante, ao menos no mundo cultural, lugar de resistência da Humanidade.
Vi Joffre Cappucho e Tatá Cardoso comporem um hino para a ALL. Tatá também apresentou uma viagem ao passado pelas lentes de sua máquina fotográfica. Enalteci-me com a exposição filatélica do José Antônio Bittencourt Ferraz, nosso professor de efemérides estampadas nos selos. Tive o privilégio de compartilhar uma mesa com Joaquim Botelho, Edmundo Carvalho, e Juraci Condé para falarmos de nossa madrinha Ruth Guimarães. Assisti aos dedos didáticos do Guto Domingues explicado e explorando o violão para nosso deleite. Aprendi mais um tanto sobre a literatura indígena, ancestral e de todos nós, pelas palavras de Daniel Munduruku, também membro fundador e de múltiplos predicados culturais e literários. E para a orquestra funcionar é necessário uma maestrina, nossa presidente, a professora Neide Arruda de Oliveira. Nas redes sociais das entidades e de seus participantes há uma miríades de postagens que darão o conjunto da obra apresentada, mas somente ali, na presença dos sons, das cores e dos aromas - sim, mesa farta de bolos, salgados, café e outros quitutes - é que o deleite foi completo. Pessoas transmitem seus sentimentos pelas palavras e imagens que produzem, mas é na materialidade de um abraço que partilhamos as sinceras emoções. A próxima empreitada ficará por conta da comitiva de Caçapava e a seguinte será em Pindamonhangaba.
Parabéns mais uma vez! Com seu texto, mergulhamos ainda mais nesse universo literário tão rico e conhecemos, ao menos de nome, várias personalidades que fazem parte das Academias de Letras.
ResponderExcluir🤝👏👏👏
ResponderExcluir*Cidinha*
ResponderExcluirO mundo das letras é fascinante!
Parabéns, Adilson pelo seu trabalho
junto a outros academcos.
Parabéns pela sua participação ativa nessas três academias, Adilson. Quem o conhece sabe que você tem muito a oferecer no universo da cultura.
ResponderExcluirMaria Felim