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Observações

A motorista do Uber reclamou dos buracos de meu bairro. Uma região com altíssimo valor de IPTU, mas desprezada pela administração municipal. Dizem que é devido ao esclarecimento político dos moradores, que não compactuam com favoritismos ou fisiologismo dos mandatários e, não por menos, a região carrega o adjetivo universitária em seu nome. Eu duvido um pouco, ainda que nas últimas eleições os vencedores das urnas daqui se distinguiram dos que foram eleitos no município. A motorista foi categórica ao dizer que precisamos de um vereador, que brigará por recursos para melhorar a condição urbana do bairro. Afinal das contas, essa é a única utilidade do vereador, segundo a autônoma. Talvez por estarmos habituados ao favoritismo político, normalizando-o, esquecemos que a sociedade em harmonia é muito mais do que isso. Os recursos públicos deveriam ser aplicados em função do interesse coletivo e melhoria da urbanidade para todos, e não para os grupos que consigam impor sua influência por mei

Cultura na lei e na prática

Em inglês, o verbo maquiar está relacionado a complementar - make up . O termo é usado em química quando há um componente que é adicionado a outro para completar um volume, por exemplo. Chamamos esse complemento de make up. O maquiar em nosso idioma está mais para disfarçar, em vários âmbitos da vida, incluindo as leis maquiadas. Difícil encontrar uma lei que não contenha um jabuti ou jabuticaba, com artigos ou outras partes estranhos ao objeto principal. Até uma singela lei que estabelece o Dia Nacional da Cultura, a 5 de novembro, em homenagem ao nascimento de Rui Barbosa (Lei 5.579/1970), contém um elemento intrigante, pois é para comemorar qualquer um que tenha nascido nessa data, não apenas Rui Barbosa. Somente no Facebook, tenho uma dezena de conexões que poderia avocar a homenagem. Na mesma data é o Dia Nacional da Língua Portuguesa, estabelecida por outro dispositivo legal (Lei 11.310/2006). Nacional porque há o dia mundial, a 5 de maio, e o dia da língua em Portugal, a 10 de j

Saci daqui

O colonialismo cultural é importante para o estabelecimento de mercados, ideais, crenças e ideologias. Começa com a língua. Quantos no Brasil falam tupi ou o guarani? Um dia, a língua importante foi o grego, depois o latim, passou pelo francês e desembarcou no inglês. Mas se falar também o mandarim, terá o mundo a seus pés. Se por um lado não sabemos a principal produção literária de Burundi, país africano, por outro, não temos dúvidas em conhecer e enaltecer os clássicos gregos. Junto à cultura, vêm os preconceitos, pois uma das formas de impor visões de mundo é destruir outras. Certa vez em uma escola em que trabalhei, o professor de História disse que os "índios" (era esse o termo usado) não têm cultura... Devorar saberes, digeri-los e produzir outros seria um caminho mais palatável, menos beligerante. Porém, nem a dieta do Mediterrâneo é adequada para os trópicos, faltando juntar com os pães, vinhos e queijos, a baixa temperatura ambiente e o esforço físico na lavoura. Se

Bruxas carecas

O tempo das bruxas se aproxima. Quero uma para mim! Não precisa surgir pilotando uma vassoura, como nos clássicos contos da literatura mágica. Caminhando pela rua seria suficiente. Um boa bruxa teria uma vassoura robusta, mas tal meio de transporte, claro, é fictício. Quer dizer, bruxa, vassoura, uma ou outra ou ambas, não existe, não existem. A vassoura-de-bruxa é também nome de infestação que dá nos cacaueiros. Isso remete a um interessante trabalho do pesquisador Paulo Teixeira, da USP, que estudou a imunidade de certas plantas ( https://www.youtube.com/watch?v=2m6R0AW7jYs ), umas que resistem a essa praga, e outras, não. Porém, seria importante relacionar o caso da vassoura-de-bruxa que infestou propositadamente os cacaueiros da Bahia décadas atrás, como sendo o primeiro caso de bioterrorismo exitoso em nosso país. E digo isso com as informações que tal contaminação proposital fora feita por grupos supostamente progressistas. Os vegetais, assim, dominam o espaço científico e tecnol

Semânticas

Faltando 70 dias para o fim do ano, já descontando aqueles em que nada é feito, a lista dos afazeres continua bem maior do que a dos feitos. Queria tempo, bem mais tempo para ler, mas é a escrita que me resta como refúgio, diria o poeta. Mas o que escrever? Qual o significado do que se escreve? Sem entrar no drama das reflexões infinitas que não chegam a lugar algum, ainda que partindo de um ponto difuso, as homenagens poder ser o início desse processo de vencer a palavra e seus vários tons e acentos. Em menos de uma semana, coincidiram várias dessas homenagens de peso: dia das crianças, do professor e do médico. O feriado nem contou por ter caído num sábado. Começando pela criança que todos um dia formos, sim, voltaria no tempo para dizer para aquele outro - ou mesmo - eu: brinque mais, muito mais! E tente crescer sem assumir tantas responsabilidades. No plano fictício, tudo é possível, certo? No caso do professor, o significado do que ele seja é distinto, sobrecarregado que está por

Agridoces palavras

A palavra serve para alegrar ainda que alegria seja anagrama de alergia, com uma singela troca de letras. Joguinhos à parte, a atração pela literatura seria infinita, se fisicamente plausível, mas a imaginação nos dá a liberdade de poder ler tudo o que já foi escrito e pensado. Não apenas as alegrias, mas as insatisfações, dúvidas e não vou me alongar nos manjados substantivos e adjetivos que dizem o que é a literatura. De crônicas a romances, a literatura pode estar nos mais curtos versos escritos numa trova até nos poemas épicos. Ou na chamada prosa poética, premiada agora com o Nobel de Literatura para a sul-coreana Han Kang. Confesso que a única obra em coreano que possuo é um exemplar do Novo Testamento, de linda capa vermelha, que tomei emprestado por tempo indeterminado do hotel em que estive em Seul, muito tempo atrás. Empréstimo porque comuniquei ao atendente que estava levando o livro comigo. A expressão dele - ou falta de expressão - disse muito sobre o fato inusitado. É um

Idade das luzes

A eletricidade flui por condutores e diferentes materiais. Campos magnéticos já foram associados à magia e quando o cientista combinou tudo para mostrar que corrente elétrica, magnetismo, luzes e outras radiações estão todos correlacionados, causou espanto e decepção. E incredulidade, tanto é que muita gente hoje ainda fala em magnetismo pessoal, da luz que sai dos olhos, e levam choques elétricos domésticos pela simples falta de aterramento de fios. Há os que defendem a ilusão do Iluminismo, época do esclarecimento que resultou no melhor entendimento daquilo que somos, época que foi subvertida para hoje estarmos às escuras, especialmente com os que, de cabeça reluzente, querem nos convencer que são a modernidade. Uma das consequências do Iluminismo, além de saber um pouco mais da mecânica do mundo, foi a democracia moderna, revelando que somos muito mais iguais do que gostaríamos. Em decorrência do exercício pouco energético do voto - e esperamos também menos obscuro -, em alguns luga

Machado e Clarice

Clarice Lispector, sempre ela, virou notícia internacional quando a atriz australiana Cate Blanchett a citou e a incorporou na cerimônia em que ganhou o prêmio Donostia pelo conjunto da obra, durante a 72ª edição do Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha. E não eram as frases soltas que circulam indiscriminadamente pela internet, muitas delas longe de serem de Clarice. No mesmo dia, foi noticiado um Machado de Assis revigorado pela Academia Brasileira de Letras, na forma de um mural inaugurado na sede da Instituição para comemorar os 185 de nascimento do Bruxo do Cosme Velho. A "tik-toker de leitura" - é assim que ela é chamada - Courtney Henning Novak, que ficou ainda mais famosa ao revelar sua paixão imediata por Memórias Póstumas de Brás Cubas , visitou o Brasil e o Museu da Língua Portuguesa neste mês. Neste blog constato que houve oito postagens citando Clarice e dezenove mencionando Machado de Assis. Influências explícitas, apenas isso. E ainda dizem que não te

e-criada

As tecnologias da informação dão azo a muita coisa indesejada e artificial. Criação eletrônica tem sempre o dedo humano, ao menos até agora. Mas não é disso que se trata a reflexão aqui. E também não se pode pautar apenas pelo assunto mais falado da semana. O destaque é a ocupação de quatro cadeiras na Academia de Letras de Lorena na festa de 15 anos acontecida em 14 de setembro. Momento único, com apresentações musicais de produções autorais e regionais, junto com dança, a mais nobre expressão artística do movimento. Tenho reconhecidas dívidas com instituições de que participo, pois o tempo corre diferente quando a urgência se manifesta. Mas o carinho também é presente, e é isso que sinto pela Academia de Letras de Lorena. Sou um dos membros fundadores; dos 23 iniciais somos hoje apenas onze, uma vez que é facultado ao membro se desligar passando a remido ou emérito. Dois outros passarão à condição de remido a pedido. A imortalidade não tem prazo, mas tem peso e responsabilidades que

Escrito nos livros de História

A história é contada pelos vencedores, mas com o tempo, o lado dos perdedores passa a ser conhecido. Essa é a maravilha do trabalho do Historiador, buscando em arquivos e depoimentos a integridade dos fatos pretéritos. Com a Independência do Brasil não é diferente, pois muitas versões dão conta do que realmente aconteceu naquele 7 de setembro de 1822. Ou se o determinante histórico fora exatamente aquele dia ou os acontecimentos precedentes e com outros atores políticos. Se pelo lado da precisão histórica, os detalhes compõem o verdadeiro quadro - um pouco diferente da tela de Pedro Américo no Museu do Ipiranga -, do lado contemporâneo, são os fundamentos do que veio a ser chamado de país que passam a ter valor. O Historiador, cujo dia foi comemorado em 19 de agosto, se ocupa também desse mister. Mas foi bonito ver o povo indo aos desfiles em ato cívico com as autoridades que compõem os poderes constituídos do país. Infelizmente há os que não entendem a diferença entre democracia e gol

Desafios

Mulher de malandro foi uma expressão pejorativa para representar a subserviência a quem era supostamente mais forte e poderoso por manter a posição subalterna tendo alguma vantagem. Grande equívoco, pois era a própria sobrevivência que estava em jogo e denunciar tais situações eram e são desafios constantes de suas vítimas. A situação é real e atual, o impróprio hoje - que torna a expressão inadequada - é atribuir tal submissão apenas à mulher, como se não houvesse gentes de todos os gêneros, sexos, cores e desilusões submetidas à submissão, chegando ao cúmulo de admirar criminosos internéticos somente porque possuem dinheiro. E dinheiro conseguido com os diamantes de sangue, é bom fazer o resgate histórico. Não se pode culpá-los, não todos. Alguns, sim. Por exemplo, os outros admiradores de criminosos que aplicam golpes em idosos e vulneráveis e insistem em se dizer paladinos da moral e dos bons costumes. Antes a palavra com correição causava admiração. Hoje, aversão. O desafio é conv

Cores

Queima o país em incêndios criminosos. O lindo pôr do sol é retrato da poluição, o espectro de espalhamento da luz se expande porque partículas estão no ar, não o amor, como diz a letra da música de John Paul Young. E surgiu uma nova coloração vermelho alaranjada que estampou os céus, as capas de jornais e revistas e as apresentações televisivas. Bonito cenário, porém perigoso. Poucos são os fogos iniciados naturalmente, sim, porque raios que vêm da atmosfera existem, mas são raros. É o ato de riscar um palito de fósforo ou acender um isqueiro que está por trás de mais uma calamidade ambiental e respiratória. As cores, novamente eles, são fruto de transições eletrônicas, com partículas subatômicas excitadas pelo calor e devolvendo a energia obtida na forma de luzes. Sim, a química, a mais bela das ciências, tinha que estar presente. O fogo é tido e havido como elemento de limpeza e o que ele faz é transformar o exuberante verde e o colorido múltiplo de flores em cinzas, uma nefasta mes

O velho e o novo sempre vêm

Uma senhora espanhola de 117 anos morreu. Era a pessoa mais idosa viva. Diferentemente dos esportes, o recorde de pessoa mais velha só pode ser ultrapassado com a morte! Viver demais não é competitivo. No Brasil, temos mais idosos do que jovens entre 15 e 24 anos, segundo os novos dados do IBGE, a partir do Censo de 2022. Passamos a ter o padrão europeu na composição de nossa população. A primeira questão que os economistas trazem é se a previdência se sustenta com essa inversão da pirâmide etária, esquecendo que os aposentados de hoje contribuíram ontem. O problema é que parte do recurso arrecadado pelo trabalho que os idosos realizaram não foi aplicado no próprio sistema, e querem nos convencer que a fórmula de cálculo do "rombo previdenciário" é uma conta de armazém, tal qual uma das candidatas à prefeitura de São Paulo externou em recente entrevista. Não, não podemos apenas nos limitar à aritmética do quanto entrou e o quanto sai. O componente tempo aqui é muito important

Voos efêmeros e coincidentes

O químico Francisco Carlos Nart morreu na queda do voo Gol 1907, que se chocou com um jato Legacy em 29 de setembro de 2006. Ele estava em Manaus trabalhando na análise de novos cursos de pós-graduação, e, segundo colegas que participavam da avaliação com ele, acabara a análise de projetos mais cedo e resolveu antecipar sua volta a São Paulo para retomar suas atividades de pesquisa na Ufscar. Foi uma das 154 pessoas mortas naquela tragédia. Dias depois, eu recebi um projeto da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para analisar e os olhos tremeram ao ler como responsável pelo departamento o nome do Chico Nart, como era conhecido. Feito uma cápsula do tempo, tratei de olhar aquele material, demorando-me na folha com sua assinatura. Eram tempos em que o papel impresso imperava, a documentação em arquivos pdf estava na iminência de acontecer, mas demoraria alguns anos para ser quase exclusiva. Tocando o papel com o relevo da assinatura, senti que a sensação da efem

Para não dizer que não falei de medalhas

E vamos pelo ar, terra, quadras, águas e mar conquistar medalhas olímpicas. Até aqui estamos com os pódios mais negros e femininos nas Olimpíadas. Pena que tal consagração não se reflita na sociedade como um todo. Mas é um primeiro passo, ou um salto, para ficar com uma das habilidades de Rebeca Andrade, o retrato de um Brasil que pode dar certo. Farão um álbum com as imagens icônicas capturadas, ou melhor dizendo em linguagem raiz: com as belas fotografias tiradas. Tudo bem que uma dessas medalhas é de um negacionista surfista e nem fui atrás de detalhes dos demais esportistas, desmemoriados que são da Bolsa Atleta que sustenta a muitos. Há jornalistas que não se avexam em afirmar que não sabiam de muitos outros esportes mais interessantes que o ludopédio. Sempre fui fã das bolas realmente rápidas, do vôlei e do tênis, mas preferem o jogo da cera, da catimba, do recuo, do toquinho lateral, que não faz gol e nem sabe lidar com o VAR. Houve uma imagem histórica dessas bolas rápidas a qu

A fórmula de Bhaskara

Deixei de falar sobre o dia do escritor na semana passada. Não falado não quer dizer não pensado. Dizem que há excesso de escritores e falta de leitores. Não tenho instrumentos confiáveis para avaliar, mas fato é que escrevemos hoje muito mais do que antes, com possibilidades de impressão de livros ou transformação dos textos em ambiente virtual, textos que podem chegar a muito mais gente. Mas essa gente está lendo o que escrevemos? Já fui criticado por dizer que escritores somos todos nós, uns com livros publicados, todos com livros vividos. Quem é escritor profissional acusou-me de desvalorizar tal profissão. Não foi a intenção, pois eu também escrevo e, até aqui, não tive a pretensão de usar a escrita como meio de vida. Mas compro muita literatura. A dessa semana foi um misto de Valter Hugo Mãe ( Deus na escuridão ), Ana Maria Gonçalves ( Um defeito de cor ) e um mimo da ficção científica - StarWars, a trilogia . Um colunista do Correio Popular, que reproduz o texto no Hora Campinas

Parados e pirados

Sexta-feira, 19 de julho, houve falha global de computadores, impedindo parte do tráfego aéreo, operações financeiras e bancárias e surgiram muitas telas azuis enlouquecedoras. Raul Seixas e Robert Wise foram lembrados na semana passada, o dia em que a Terra parou . Um, pela linda e provocante música, o outro, pela direção do filme de 1951. Há outra película mais moderna, sempre há uma versão mais nova. Prefiro o filme original, baseado no conto Farewell to the Master , de Harry Bates. A parada computacional global, no entanto, não teve um apelo para o fim das guerras, como foi o filme, um protesto contra a Guerra Fria em curso na época. Um pouco diferente do conto, que foi publicado em 1940 quando era a Segunda Guerra que afligia os povos. Alguns cogitaram a parada atual ser o bug do milênio com 24 anos de atraso e lembro que tal alerta - ou alarme - foi uma grande falácia, pois não haveria a catástrofe apenas porque a data registrada nos computadores iria zerar com a virada para o an

O 14 de Julho

No 14 de julho os franceses fizeram uma festa para aproveitar a proximidade de vários eventos, desde as celebrações da tomada da Bastilha, que está muito próxima ao início dos Jogos Olímpicos em Paris, daqui a dez dias, e a derrocada, ainda que momentânea, da extrema direita nas eleições havidas na última semana. Um ufa! global foi dado. Do outro lado do Atlântico, porém, as coisas estão ruins, com mais um atentado a político norte-americano. No Brasil, em 2018, a facada elegeu Bolsonaro. Nos Estados Unidos, ainda não está claro como o tiro de raspão em Donald Trump interferirá na eleição. A violência típica da extrema direita pode ser um tiro no pé, com o perdão do trocadilho. Os que estavam indecisos podem ver na volta do ex-presidente o açodamento dessa violência. Mas também, a elite masculina e branca pode ver na imagem do candidato sangrando a consolidação da hegemonia da força. Do outro lado, continua a candidatura cambaleante de Joe Biden que poderia usar o atentado em seu benef

Condutores

Virgílio conduziu Dante pelo inferno até o paraíso. Viagens profundas e um bom livro ficam melhores com um guia. Leandro Karnal fez isso com Hamlet, de William Shakespeare, em sua obra "O que aprendi com Hamlet", de 2018. A história do príncipe dinamarquês como um todo sabemos, mas ela continua a nos intrigar e instigar a novas leituras e interpretações. Em duas viagens de ônibus e mais uma espera no dentista e outra no shopping consegui concluir o livro que não estava na minha lista principal de leituras. Karnal foi meu Virgílio sem saber na busca pelo autoconhecimento e felicidade, seja lá o que isso signifique. A química aparece em três momentos significativos nessas obras. Sim, são duas obras em uma, o texto do Bardo e o de Leandro. Ele detalha a esponja orgânica de antigamente, de baixa durabilidade que era usada praticamente uma única vez, tal qual o papel higiênico de hoje. E cita a mudança que houve com a introdução de esponjas feitas de material plástico, muito mais

Heróis humanos e falhos

Meus heróis são professores. Ao contrário do que a música diz, os que morreram não deve ter sido de overdose, mas de vida já vivida. Nem todos encerraram suas atividades mundanas, pois convivi com mestres com duas décadas a mais de idade - o que não é muito - e que estão por aí curtindo suas aposentadorias ou atuando no que gostam ou deveriam gostar: viver. Com eles soube que o aprendizado se faz por exemplos e contraexemplos, assim creio que pregava Piaget, e com muita repetição. De preferência, repetimos os exemplos e os escrevemos em folhas físicas ou mentais, sempre com a intenção de absorver e transformar a informação. A insistência nos erros tem nos tornado menos humanos e tristemente mais iguais uns aos outros. Se assim não fosse, não haveria tantas guerras insanas e por interesses exclusivamente econômicos de alguns grupos que permanecem na surdina. Dizem que é defesa de princípios democráticos, liberdade de expressão, religiosidade, etc. Enganai-vos uns aos outros, eis a mensa