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Mostrando postagens de junho, 2024

Nas alturas

Temos medo de altura, de elevador, de escada rolante, do sobe e desce na vida. Tenho minhas apreensões quando os pés ficam distantes do solo, mas a diversão é garantida em montanhas-russas, salto de paraquedas, viajar de avião e outras estripulias aladas para quem não possui asas. No trabalho, a plataforma elevatória levou mais de cinco anos para funcionar e, ainda assim, sem a porta interna. Vê-se a parede passar ao alcance das mãos entre um andar e outro. Aproximar-se da saída com o elevador em movimento faz com ele pare - ao menos um sensor de segurança existe. Minha avó tinha pânico dessas criações mecânicas e, se precisasse ser levada a uma consulta médica, já passava mal ao entrar no carro. Para ir a um local que tivesse elevador ou escada rolante, então, dizia ser melhor deixar ela morrer sem atendimento, que seria mais tranquila a passagem para o outro mundo. Coisas inexplicáveis de nossa mente, tanto os medos quanto as crenças. Vejo que alguns jovens possuem tais fobias, desen

Semana do solstício

Efemérides são o que acontecem com destaque ou são consideradas importantes, às vezes de forma rara, outras, totalmente previstas. Aniversário é uma delas, um evento anual que se repete na mesma data, monotonamente para muitos. Quando a quantidade de anos acumulada é redonda, lembramos mais facilmente e deixa uma marca a ser comemorada. Nestes meados de junho temos muitas efemérides dignas de nota. Legais, eu diria. O aniversário do Chico Buarque de Hollanda, 80 anos, com lançamento de vários livros, foi uma delas. O livro do André Simões foi um desses. Estive lá, apreciando e tietando o autor de "Chico Buarque em 80 canções" e o Fernando de Barros e Silva, apresentador do Foro de Teresina e repórter da revista piauí , que participou da conversa com o autor. Tasquei-lhe o registro de uma foto e pedi autógrafo no livro comprado, uma vez que o Fernando também assinou a orelha da obra. ( https://cultura.uol.com.br/radio/programas/vozes-do-brasil/2024/06/21/88_chico-buarque-em-80

Paixão química

Amar é verbo corrosivo, transformador. Daí, talvez, venha a química associada ao amor, uma ciência que transforma a matéria, animando corações e intelectos afetivos. Na troca de elétrons, o equilíbrio é alcançado, mas há sempre quem perde e quem ganha. Partículas em movimento são o que nos define, portanto. Antes de ser uma exclusiva declaração de amor, pois é Dia dos Namorados, lembro que o dia dos profissionais da Química se aproxima e é comemorado em 18 de junho, quando outras efemérides serão conjuntamente festejadas. Já fiz algumas ponderações quanto ao que considero equívoco em atrelar a química exclusivamente à atração, uma vez que é a repulsão entre partículas que propicia a existência da matéria. Somos o que somos porque cargas com sinais iguais se repelem. Se tudo fosse atração, o colapso aconteceria e todo o universo voltaria a se resumir ao que foi na origem: um ponto. Nos primórdios deste blog, a falácia foi objeto de considerações ( https://adilson3paragrafos.blogspot.com

Novela e futebol

Novela e futebol, quando eles são interrompidos é porque a coisa é séria. No apagão de 2001, o capítulo da novela foi repetido no dia seguinte, tamanha a abrangência do descaso energético em todo o país e a importância daquele pedaço de entretenimento. Agora, nas cheias do Rio Grande do Sul, o campeonato de futebol foi interrompido por duas semanas. São as medidas da gravidade de um país que ainda depende do circo para combater a fome do pão. Mesmo ficando sem novela e sem futebol, não aprendemos a cuidar melhor do ambiente e das formas de obter e distribuir energia elétrica para que todos possam se divertir um pouco. Os colapsos energéticos em menor extensão continuaram, pois sempre tem uma turbina falhando e uma torre de alta tensão caindo. As chuvas serão cada vez piores, ou melhor, cada vez mais drasticamente intercaladas com períodos de seca, o que caracteriza o antropoceno em que vivemos com eventos climáticos extremos. Mas tudo parece letra morta e palavra surda, pois ninguém lê

Acalentando opiniões

Ufa! Foi o imposto de renda, de novo, em meio de feriado. Mais uma vez, aconteceu nos últimos momentos o apertar das teclas certas, com a desconfiança de que algo deu errado. Fosse eu um bilionário, não teria esse problema, pois eles não saberiam da minha riqueza. Não que tenha feito um voto de pobreza, mas minha não-riqueza é muito bem conhecida por eles, melhor até do que eu conheço, tanto é que a declaração já vem preenchida! Por isso colocam as armadilhas para ver se nelas caímos, pois há que se confirmar os centavos auferidos na caderneta de poupança e se o empregador não enviou informação distinta para você e para eles. Enfim, um bom tempo mal gasto. Seriam essas as fortes desculpas para o blog atrasar, mas a franqueza não deixa. Atrasou por pura procrastinação, já que o momento é de franquia da franqueza. Em feriados há a ilusão de que o tempo se dilata, cabendo neles tudo o que não é resolvido em dias comuns. É o que penso, mas errei. Desta vez, errei já envolto em cobertores.