Do básico ao acabamento

#Iniciencias será a marca de minhas postagens sobre as iniciativas para a divulgação de ciências. Escrevi artigo para o Jornal Cidade de Rio Claro com esse título e discorri sobre a necessidade de se discutir conceitos básicos, fundamentais das ciências, e não apenas fazer a divulgação de fatos mais expressivos. A dificuldade para se assimilar a importância da atividade científica é movida pelo desconhecimento desses conceitos. Usamos tecnologias de ponta de forma corriqueira - celulares, veículos, eletrodomésticos - e não percebemos o volume de conhecimento ali depositado. Tentarei fazer postagens diárias no Facebook e no Twitter com essa hashtag (#) e avaliar sua extensão e abrangência. Verifiquei que a palavra 'iniciencias' não foi usada na língua portuguesa, com apenas uma dezena de entradas em sites em espanhol e será, portanto, um bom marcador. Nada adianta noticiarmos os avanços na fronteira do conhecimento, se as pessoas - e mesmo alunos - desconhecem a natureza atômica da matéria, as leis da conservação da energia, a evolução e por aí vai.

De qualquer forma, nesta semana estão sendo divulgados os agraciados com o Prêmio Nobel, ápice da notoriedade científica. A física fica marcada por voltar a premiar uma mulher depois de mais de meio século. O prêmio da química foi para pesquisadores - dentre eles, uma mulher - que estudaram a aplicação da evolução a enzimas e outras proteínas. Detalhes podem ser lido aqui http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2018/10/03/frances-h-arnold-george-p-smith-e-sir-gregory-p-winter-ganham-o-nobel-de . Lembrando sempre que o Brasil chegou perto de ser agraciado por pelo menos três vezes: uma com Carlos Chagas, outra com Cesar Lattes e, segundo documentos recentes, Jorge Amado teria sido cogitado para o Nobel de literatura. Um misto de preconceito e falta de desprendimento da própria comunidade científica brasileira resultou na ausência do país nessa lista. Ao menos na matemática temos a Medalha Fields de Artur Avila, o equivalente internacional nessa área do conhecimento.

O primeiro Nobel noticiado na semana foi o de medicina para pesquisas sobre terapias para combater o câncer. Essa é a doença do século, para a qual muitos recursos e esforços têm sido destinados. Houve algum avanço, com tipos de câncer podendo ser controlados, aumentando-se a sobrevida dos doentes. No entanto, muita ignorância impera e as falsas notícias sobre "a cura do câncer" continuam a se alastrar. Somente não são mais frequentes, agora, do que as fakenews políticas, dado o crucial momento eleitoral em que vivemos. Continua paradoxal que a percepção social é favorável à necessidade de se buscar melhores tratamentos para doenças, mas que na hora de se decidir maior aporte orçamentário para atividades de ciência, tecnologia, inovação e educação, o conjunto é visto como gasto, que precisa ser diminuído e as atividades privatizadas.

Comentários

  1. Ciência de fato importa conhecer, mesmo para quem não é cientista. Assim como poesia também serve para quem não é poeta, esporte para quem não é esportista, política para quem não é político. O lema do Iluminismo era "atreva-se a conhecer". Textos de popularização da ciência são imprescindíveis!

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