E novembro começa
Dia dos mortos, de santos, de fadas, de bruxas e de sacis. Cosmicamente, estamos aproximadamente entre o equinócio da primavera e o solstício de verão, talvez por isso os ancestrais tenham dedicado o período à interlocução mística e mítica com o mundo real. Sim, quase tudo o que rege as crenças e religiões modernas possui uma raiz em um passado não muito distante. Cada crença, da mesma forma que cada conhecimento, é construída sobre algo que já estava ali, aprimorando-o ou deturpando-o. Isso serve para mundos reais e imaginários. A Idade Média - retrógrada em termos religiosos, por exemplo - foi profícua no desenvolvimento científico em outras partes do mundo que não a Europa central. Hoje o retrocesso religioso parece mais amplo e intenso, penetrando de forma explícita na vida cotidiana de todos. Nunca antes foi disseminado tanto ódio por meio de instrumentos tidos como do amor. E o conhecimento tem sido outra vítima, além dos que vestem peles escuras e moram em periferias, levando a ciência a ser vilipendiada a cada negocionista que assume uma posição de poder.
Os primeiros dias de novembro são repletos de efemérides que não tenho condições de dizer aqui, deixando a tarefa para o multipremiado responsável pelo site Lorena Filatelia, meu confrade da Academia de Letras de Lorena (ALL) José Antônio Bittencourt Ferraz (https://lorenafilatelia.blogspot.com/). Lá veremos que foi aniversário da morte de Lima Barreto, meu autor de inéditos predileto, de nascimento do Betinho e que o professor Nelson Pesciotta, fundador e primeiro presidente de nossa ALL, faria 102 anos. Vários escritores, cientistas, artistas, políticos, personalidades públicas e um longo etc. estão lá ilustrando o site e sendo ilustrados em estampilhas, moedas e cédulas. Também morreram Lô Borges e Clara Charf, esses talvez ainda não frequentem o site, mas estão nos necrológios de jornais e congêneres, dada a importância de suas existências. Morre-se como complemento à vida, já afirmamos e sabemos todos.
Volto a minhas leituras e escritas após um mês de baixa colheita. Dizem que há o tempo de semear que antecede tal colheita. Apenas dizem, não realizam. Os blogs se tornaram o sorvedouro - e bebedouro - da escrita mágica de crônicas e relatos opinativos do momento. Vários são os colegas destes três parágrafos. O Rafael Moia é divulgador primeiro do blog, reproduzindo-o muitas vezes em seu Falando um Monte! (https://falandoummonte.blogspot.com/). O do José Antonio, já citado, é complementado por outro, em que apresenta escritores valeparaibanos (https://escritoresvaleparaibanos.blogspot.com/). Minha confreira de Academia Campinense de Letras e da UBT alimenta seu Blog da Kris (https://mkolliver.blogspot.com/) com boa periodicidade e é isso que mantém um blog vivo e ativo. O do Paulo Viana é um primor no requinte de poemas, contos e textos reflexivos (https://blogdopaulosergioviana.blogspot.com/). E vem em esperanto também, contrariando os que afirmam que essa língua criada está morta.
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