Saudáveis informações
Na espera do resultado cardíaco, aflige-me uma forte gripe. Desgraça, diz o ditado, vem a galope e acompanhada. Inimiga da solidão, a ruindade amealha companheiros pela jornada. Chás, líquidos leves, repouso e uma boa dose de corticoides já estão me colocando de volta, não que tivesse ficado parado: mesmo com vontade contrária, sói que o corpo dói. O coração físico vai a meia velocidade, acompanhando o amoroso, já que o tempo nos traz a idade e, com ela, o risco de ficarmos e termos fartos&infartos. Herdamos uma alimentação errada para os dias atuais, que era muito certa para outros dias em que a atividade física estava diretamente relacionada com a sobrevivência. Hoje nos esforçamos para impor alguma movimentação muscular que compense o que o cérebro arduamente treinado ao longo de milênios diz para o resto do corpo: acumule para não faltar. Da mesma forma que socialmente descobrimos que é na cooperação e não na competição que crescemos, e que o acúmulo de capital somente trouxe distanciamentos, pobreza, explorações e guerras ao mundo, precisamos praticar a descapitalização alimentar para romper as amarras com mercadores de corpos moldados e sarados (mas longe de ser curados).
Questões de saúde preocupam, quando é a nossa e quando é de pessoas próximas ou queridas. Ou necessárias. Ninguém é insubstituível, mas aquele que está fazendo quase tudo certo, mesmo sendo duramente criticado por todos, merece nossa atenção. O prontuário médico é um dos documentos mais íntimos que possa existir e alvo de disputas e controvérsias. Sendo meu, outros não teriam acesso, mas contendo informações técnicas, fica difícil ter domínio sobre conteúdos que não domino. Torná-lo público é o que empresas do setor de seguros e assistência médica querem para uma 'radiografia' mais precisa do que tem aquele paciente e provável cliente. Saber mais de seus hábitos, doenças, tratamentos poderia moldar melhor o risco de encarecer um plano, por exemplo. Acompanhamos denúncias de exposição de tais prontuários indevidamente, levando a milhares de pessoas a terem sua intimidade fisiológica devassada. No caso do personagem público, a situação é um pouco diferente, pois é importante saber em que condições ele está tomando suas decisões que afetam a todos. Informação, novamente, é a mola propulsora da sociedade moderna.
Se sabemos ou nos importamos com o que está acontecendo, a chave é a comunicação. Dizia-se que as pessoas eram manipuladas pelos meios de comunicação e o slogan "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!" era o suprassumo da indignação e do despertar das consciências. Como éramos ingênuos. Com o advento da internet, todos passaram a ser manipuladores, sem deixar de ser manipulados. A diferença é que agora são manipulados pela mentira e manipulam os demais, aumentando a lorota. Só que não é mentirinha inocente, é desinformação que causa danos e mortes, como os negacionistas de vacinas - o exemplo mais nefasto. Com a chamada inteligência artificial, os riscos aumentam e não se distingue mais entre fato e boato por uma avaliação rasa das mensagens que nos chegam. Como a maioria da população não se dispõe a verificar, continuam a ser vetores da doença desinformativa. E população não é apenas a fração que não teve acesso a formação em bancos escolares. Muitos diplomas devidamente registrados no MEC são de detratores da ciência, criminosos que atentam contra direitos reprodutivos e antiambientalistas.
No início deste texto, parece que vc esta com gripe, e se assim for, desejo-lhe pronta recuperação, para continuar escrevendo estes textos interessantes!!! E temos que ter muito cuidado com a Internet, agora + com a " Inteligência Artificial" que usada pelos" maus intencionados," complicara muitas vidas. Deus nos proteja!!!!
ResponderExcluirCorremos todos o perigo do moderno obscurantismo: a incapacidade de “discernir “. A solução é “Educação “ (PSViana)
ResponderExcluirGosto de remédios naturais. Interessante o texto
ResponderExcluirDanniel Valente