Diversão

A ressaca poderia ser a desculpa para estes parágrafos tardios, o que tento evitar. Evitar a desculpa, não a ressaca. Teremos um encontro poético pós-carnaval neste sábado, 16 de fevereiro, a partir das 10 h na Biblioteca Pública Municipal "Professor Ernesto Manuel Zink", inaugurando as atividades dos trovadores em ação. Encontro que será divertido além de instrutivo. Brincar e brigar com os quatro versos mágicos e rimados, de sentido completo, e  que formam a trova é o desafio desta manhã. A biblioteca é um dos muitos espaços públicos de cultura do município, esperando que a intensa programação deste ano não seja apenas pelos 250 anos de Campinas e pelas eleições e reeleições vindouras. Saberemos apenas no ano que vem, mas o calejado corpo sabe que as necessidades públicas mantêm distância segura dos interesses privados. Quer dizer, tudo poderia ser de todos, mas o pronome que resta é o meu.

Semana passada, em artigo publicado no Correio Popular de Campinas (Matemágicas), escorreguei ao lembrar encontros e trombadas com a matemática em minha vida. Falei de um shopping center quando na verdade tratava-se de um hotel de luxo. Continua sendo boa a piada, apesar da desmemória. Boa atividade para os neurônios que envelhecem é fazer exercícios mentais, cálculos e tarefas de atenção. Um bingo é uma excelente opção. Nos bingos, tal qual em qualquer outro jogo, é baixa a probabilidade de acertos, mas a diversão é certa. Matemática adentra a diversão, mas não falem para quem está marcando os números na cartela o que é estatística, caso contrário aparecerá a decepção. Resgatando o mesmo matemático Marcelo Viana que citei no artigo e que escreve na Folha de S. Paulo, repito que ele é sempre instigador em suas colunas. No mesmo dia que saiu meu modesto texto (7/2) ele falou sobre Paulo Dirac, um matemático que "descobriu a antimatéria". Assunto complexo da física, que pressupõe que para cada partícula de matéria existe uma equivalente de antimatéria. Se ambas se unissem, haveria aniquilação total, tal qual representada na obra de Dan Brown "Anjos e Demônios", levada aos cinemas tendo Tom Hanks como protagonista. Ousei dizer que a mesma matemática simples explica a origem do Universo a partir do nada. Se +1 - 1 = 0, então a partir do zero (0) podemos chegar no +1 (matéria) e -1 (antimatéria) invertendo a equação. Simples assim.

Por fim, uma questão que me é conflitante. Dirigir um automóvel é atividade tomada como diversão para alguns, não para mim, como já relatei anteriormente (https://adilson3paragrafos.blogspot.com/2022/05/conducao-e-lideranca.html). Procurava um tom para dirigir as considerações para que fossem realmente divertidas, tentando não me contradizer e vi que o Estadão publicou uma matéria no final de janeiro com o chamativo título "A paixão pelo Fusca atravessa gerações, dado sua história, charme e resistência". Pronto! Foi no vermelhinho de meu pai que aprendi a dirigir, para o qual bastava andar com uma chave de fenda para resolver problemas no carburador e outros que porventura surgissem. Um carro perfeito para as ainda precárias condições das estradas brasileiras. Fiquemos com a máxima: há vários meios de transporte, mas carro é Fusca!

Comentários

  1. Se fôssemos trovar sobres todos os fusquinhas de nossas histórias, as diversões seriam mesmo matemágicas, e, talvez, nos transportassem para onde vivem tantas imagens que teimam em não virar antimatéria...

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  2. Muito bom.Lembrei do livro que escrevi pra crianças, que tbm leva o nome Matemágica e mostra que a matemática está em todos os lugares.. Parabéns! Curti a ressaca e o fusca 😆

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  3. Muito bom texto e cheio de humor! Uma leitura prazerosa. Valeu a visita, saí melhor que entrei. Parabéns.

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  4. O primeiro carro do meu pai foi um fusca azul. Foram muitas as aventuras vividas naquele veículo quase sem conforto, mas apaixonante. Gostei de comentar sobre a trova que, segundo a presidente da UBT Nacional, se não houver a entrada de novos adeptos a esta arte literária, dentro de máximo 50 anos não haverá mais UBT, muito menos trovadores.

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  5. Nem me fale em "fuscas"! Estou cansada de "levar tapinhas" de meus netos de 11 e 15 anos, quando saimos juntos, pois eles sempre enxergam primeiro que eu todos os fuscas que passam e isto lhes dá o direito de dar o tapinha na pessoa mais próxima. kkkkkk (Maria Felim)

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