Concursos públicos

Admito. Estou prestando concursos públicos para os mais variados cargos. O objetivo principal é forçar-me à atualização profissional, estudando um pouco mais do que o de costume. Preciso saber onde estou em minha carreira e nada melhor do que uma "provinha" de conhecimentos. E se for aprovado? Bem, aí a dor de cabeça será outra, envolvendo remuneração, local e horário de trabalho e um longo etc que precisa ser avaliado por quem já está há algumas décadas no serviço público e na carreira de pesquisador científico. Este ano em especial está sendo profícuo em oportunidades. Os novos rumos do governo federal são o principal motivo de tantos concursos, uma vez que parte das estruturas de Estado havia sido desmontada. Em especial, as atividades relacionadas à ciência, à tecnologia e à educação, além dos cargos de gestão em instituições e órgãos de controle. Indico aqui este site que é o mais completo com informações de concursos e processos seletivos em todo o Brasil: https://www.pciconcursos.com.br/concursos/. No último fim de semana, porém, vivenciei um dissabor, pois a prova realizada foi cancelada e deverá ser aplicada em outro dia. Tudo porque entregaram a prova errada para um pequeno grupo de candidatos que necessitavam de material impresso em caracteres maiores. 

Concursos públicos se tornaram eventos com editais detalhados e susceptíveis a contestação constante. No caso da prova errada, pode até ser que alguém tente junto a juízes que torne-a válida para quem a realizou, não sendo obrigatória uma nova aplicação. E novo estresse, é claro. No edital, uma descrição equivocada de um equipamento para uma vaga de técnico para operá-lo, por exemplo, pode suscitar a impugnação do certame, mesmo que os gestores entendam que se deduz facilmente do que se trata. Ledo engano. Se ali consta ser necessária uma graduação em área específica e não aparecer a palavra correlata ou similar, não adianta entender que engenheiro industrial químico é igual a engenheiro químico. Lógica e ditames jurídicos não compartilham o mesmo plano de existência. O maior problema é quando os responsáveis pelos editais são alertados para providenciar a correção e entendem não ser ela necessária. Sigamos com os prazos e na certeza da desilusão de não conseguir contratar quem é necessário para a execução das tarefas ali previstas.

Enfrentar um concurso público demanda dedicação para estudar além da formação adquirida. São muitos os detalhes cobrados em tais provas porque é necessário escolher poucos candidatos entre os muito bons para ocupar as funções. A estrutura segue os ditames constitucionais para não haver favorecimento ou indicação pessoal para a posição de trabalho. Não é raro concurso com mais de mil candidatos por vaga. Assim, nem sempre a habilidade necessária é suficiente para ser aprovado. Mas também a base de formação não pode ser negligenciada. Vemos que muitos potenciais candidatos nem se inscrevem em função da baixa qualidade de formação. Ou pelo menos, assim o fazem aqueles que sabem que pouco sabem. Ao longo da semana saíram os resultados do Pisa, avaliação da educação básica, que revelou a baixa assimilação de conceitos e habilidades por parte dos estudantes brasileiros. Lamentável que esses jovens não consigam realizar cálculos fundamentais, nem ler e entender textos simples. Este blog surgiu do conceito de não mais de três parágrafos serem lidos em relatos longos. Bem, sei que o estudo foi feito com textos bem mais curtos. Assusta que até os colegas da velha guarda estão preconizando que se deva escrever cada vez menos! Enfim...

Comentários

  1. O Brasil esta nos últimos lugares em educação escolar global. Ainda tem o raciocínio (os poucos que ainda estudam) de estudar para passar de ano e não para saber o conteúdo da matéria. Há evasão escolar pelos que não quetem o saber e invasão escolar pelos que querem depredar as escolas. Estamos diplomado analfabetos que acham que sabem. Dinheiro para educação existe, mas não é aplicado na qualidade de saber e sim em ideologias Paulofreireanas. Gostaria de saber de 1000 candidatos, a porcentagem de quantos candidatos tem a mínima capacidade do saber de um mínimo de conteúdo da matéria. A concorrência real, deve ser bem menor do que 1 X 1000.

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