Exemplos

Livros são meus exemplos primeiros, sem contra-indicações, mas com aprazíveis efeitos colaterais. O que de ruim um livro carrega? O que ganhei na virada do ano, A bailarina da morte, de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, fala sobre a gripe espanhola no Brasil. Foi um trabalho de pesquisa realizado durante a pandemia do novo coronavírus e as famosas autoras de outras abordagens históricas e literárias aproveitaram o período para esse importante paralelo que também nos afligiu drasticamente. Outras biografias que estavam na minha lista de desejos já foram encomendadas. A de Ruth de Souza foi relatada em postagem anterior (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2021/09/vagalumes.html); a da Angela Maria chama a atenção pela dimensão, mais de 800 páginas. Livros gratuitos em formato digital abundam na internet, muitos são formas piratas de acesso ao conteúdo. Evitem-nos. Porém, na área científica, está muito comum o acesso legal a tais livros e um deles foi lançado recentemente sobre golfinhos e baleias no litoral paulista, fruto de décadas de estudo do pesquisador Marcos César de Oliveira Santos, do Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos. A obra é recheada de belas fotos e vale, ao menos, dar uma olhadela nessas imagens (http://sotalia.com.br/index.php/extensao-cultural/livros-gratuitos). #IniCiencias

O exemplo pode também ser negativo, e o esporte é pródigo nisso. A postura de Novak Djokovic ao não querer se vacinar e causar mais um imbróglio no tênis é uma decepção dupla para os fãs. Primeiro, por não podermos ver o excelente jogador e suas bolas fantásticas no Aberto da Austrália, segundo, pelo mau exemplo de um profissional dessa envergadura. A vacinação vem em primeiro lugar, sempre. Se causar alguma reação ou efeito colateral, o atleta decide, posteriormente, se joga ou não. A pergunta foi invertida: devido ao risco mínimo de alguma reação, ele decidiu não se vacinar. O jogador está vivo até agora porque seus pais o levaram para vacinar quando criança. No mais, é um jogador que já se mostrou indiferente à saúde da população, promovendo aglomeração na pandemia que levou a muitos infectados. Ou seja, não dá mais para torcer por ele pelo deletério negacionismo que representa. Já o chamei de simpático neste espaço, quando também protagonizou uma polêmica - daquela vez por uma infelicidade - ao acertar uma juíza com uma bolada (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2020/09/simpatia-para-empatia.html).

Bons exemplos, professores sempre o serão. E o cinema soube representá-los, às vezes caricatos demais, outras travestidos de um empoderamento inexistente. Um desses intérpretes, Sidney Poitier, morreu hoje aos 94 anos e parece que o atraso desta postagem estava esperando por um terceiro parágrafo sobre ele. A emoção de Ao Mestre, com carinho - no original To Sir, with love -, lançado no ano de meu nascimento, continua todas as vezes em que revejo o filme (https://www.imdb.com/title/tt0062376/). Mas não foi por esse filme que Poitier ganhou o Oscar de melhor ator, sendo o primeiro ator negro a conquistá-lo, mas por Uma voz nas sombras, de 1963. Como sói acontecer, deverão reprisar sua cinematografia e discorrer sobre as questões sociais envolvidas em seus personagens. Rememória é outra forma de fixar exemplos, ainda mais em sociedade cada vez mais múltipla.

Comentários

  1. Melhor atentar para Poitier do que para atleta negacionista milionário.

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  2. Excelente seu texto,reflexões profundas. Senti saudade de Ao Mestre com Carinho, concordei com o idiota negacionismo do atleta. Muito obrigada por compartilhar (existe vida alem da trova...kkk)

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  3. Hora de rever Ao mestre com carinho e refletir como este carinho tem ficado distante em EaD.

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  4. " Ao Mestre, com carinho" . Como gostei desse filme!
    Ainda hoje é visto pelos alunos, nas escolas , comemorando o Dia do Professor.
    O Primeiro Parágrafo, propicio para o dia de hoje: Dia do Leitor.

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  5. Excelentes parágrafos. O nosso grande historiador campineiro Jorge Alves de Lima também escreveu sobre a peste no Brasil em três valiosos volumes da vida em campinas dos idos de 1918, vale a pena a leitura. Muitas saudades do Sidney Poitier.

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