Bruxas existem em mentes perfeitas
Fim do mês de outubro chegando e a comemoração é pelo Dia do Saci, na véspera do Dia de Todos os Santos e antevéspera do de Finados. Em 1 de novembro é também o aniversário de morte de Lima Barreto. Sim, sempre a ele nos voltamos para redimir nossas angústias. A leitura das crônicas, descobertas ou conhecidas, segue em franco curso, mas a compilação para a publicação estranhamente não encontrou ânimo. Felipe Rissato, o parceiro dessa empreitada, até lembrou-me do compromisso, ele também absorto em outros afazeres pandêmicos. Por esses dias também será a eleição norte-americana, a concretização da esperada sucessão de Donald Trump, para a felicidade de boa parte do mundo. Assim, do país nórdico importemos a atenção ao escrutínio, mas não ao que eles comemoram no dia 31 de outubro. Fiquemos com nosso traiçoeiro e sagaz Saci. E não é por falta de instrumento legal, lembremo-nos da Lei Estadual 11.669, de 13/01/2004. Há 16 anos o Dia do Saci é oficialmente comemorado nas terras bandeirantes.
Se as bruxas existem, deixo para o poeta das ilusões decidir. Acredita-se em várias construções humanas de divindades, das mais diversas, vingativas, irritantes, bondosas e um longo etc. Por que, então, não acreditar naquelas que também podem ser boas, como aprendemos no Mágico de Oz? Haveria um código específico para o mal? Associações com objetos e até com algarismos são comuns e dispenso o comentário do leitor de jornal de Campinas indignado com os algarismos adotados por um candidato, que ele não revela e nem me interessa, apenas é curioso o fato de tal associação existir e causar desassossego. As visões oníricas pouco se distinguem da esquizofrenia ou do transe de algumas drogas. Para tais e quais há tratamentos médicos. Para o fanatismo, não. A capacidade de criação da mente é infinita, como o é a de mentir para si própria.
A numerologia define candidatos, ao menos a sequência das teclas a serem apertadas na urna eletrônica, já que não mais podemos escrever o nome. O governador de São Paulo nos inundou com centenas apocalípticas para jogar o destino da pesquisa científica do Estado. Dois de seus palpites foram dados: 529 e 627. A primeira não deu o prêmio principal, mas arrancou vários institutos de pesquisa da proteção pública. A outra ainda não correu, mas a apreensão é grande pelo insucesso da primeira. A comunidade científica, mais uma vez, se mobiliza, critica e gasta seu valioso tempo para explicar o óbvio: ciência não é custo, é investimento #IniCiencias. Fiz minhas cartas sobre os cortes também. Minhas juntadas opinativas resultam em publicações inusitadas. Às vezes falta uma conjunção poética ou mesmo um elo de raciocínio entre os parágrafos, concorrentes destes aqui. Uma desses textos não é numerológico, por certo, mas contém uma boa dose de bruxarias governamentais. Segue o link para leitura; clique, leia e dobre o número de leitores: https://www.brasil247.com/blog/bracis-intimus.
Amós Oz escreveu "Como curar um fanático". Devia ser adotado nas escola, não? Em relação à numerologia, talvez precisássemos perguntar aos sábios dessa crença o que eles acham do zero à esquerda...
ResponderExcluirFanáticos , creio , não têm cura!
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