Respostas

O blog existe como espaço próprio de manifestação de opinião, sem a censura que possa haver em outros meios de comunicação, nos quais a publicação ou não é dependente de políticas próprias, concessões e pertinência econômica daqueles veículos. Assim, agradeço aos que leem e comentam aqui. A última postagem de 2019 sobre as festividades natalinas resultou em dois comentários interessantes e enriquecedores, de pessoas que respeito muito, divergentes na essência do que escrevi, levando-me à decisão de lhes oferecer uma resposta. Resposta esta que não tem a intenção de ser definitiva, mas de continuar a discussão.

José Alfredo Evangelista fez confirmar meus pressupostos de que o adepto do cristianismo não admite que sua religião é fruto de uma evolução baseada em outras (especialmente o judaísmo), avocando que o único que possa ser portador da verdade seja Jesus Cristo, quando ele próprio, segundo está na Bíblia em todas as centenas de versões existentes, não respondeu a Pôncio Pilatos o que seria essa verdade. Pelo menos não no sentido literal de uma resposta. Porém, como ateu convicto e praticante, não adentrarei um embate sobre os fundamentos religiosos, mas causa espécie atribuir somente a outras fés o extremismo e os atos de beligerância, quando os católicos, em particular, carregam em seu histórico as Cruzadas e a evangelização dos indígenas brasileiros, dois exemplos de alta mortandade de humanos com crenças diversas. No entanto, parece que concordamos que a festividade do Natal se transformou em ato de consumo.

Paulo Sérgio Viana é o leitor mais assíduo e ativo deste blog, escrevendo comentários e estimulando-me a continuar as postagens. Respondo-lhe também sobre o que disse sobre a evolução do cristianismo, deixando claro que minha formação histórica é nula e o texto contém apenas e tão somente minha opinião sobre a forma como vejo a religião. Minha intenção foi a comparação da coincidência forçada de datas religiosas, o que evidencia a anterioridade das crenças e um sincretismo estratégico. Não vou discutir qualquer percepção que avoque a verdade absoluta, mesmo porque não é o cristianismo a mais numérica ou mais antiga das religiões monoteístas do mundo. Ou conjunto de religiões, pois agrega muitas denominações que, mesmo pautada pelos ensinamentos atribuídos a Jesus Cristo, travam disputas acirradas entre si, que já levaram a guerras mortais. De qualquer forma, como bem lembrou o Paulo, o mais importante é o amor entre as pessoas, que prescinde de religiões e crenças.

Comentários

  1. Obrigado pela atenção, blogueiro! Sua resposta veio pertinente, inteligente, respeitosa e tranquila. Dá gosto lidar com discordância desse nível. Poderíamos prolongar nossa conversa, mesmo divergente, por réplicas tréplicas, mas não creio que este seja o melhor lugar para isso. Gostei muito de você ter trazido à baila a importante noção de sincretismo, que é um conceito universal de evolução do pensamento religioso em todas as culturas, em todos os tempos (e não só a absorção da religião africana no Brasil). Essa noção em nada desmerece o Cristianismo, penso eu, pois se trata de evolução do pensamento, em direção a uma religiosidade cada vez mais espiritual, neste caso. É por isso que eu gosto deste blog!

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