Estratosféricos

Segunda-feira Mercúrio passou em frente ao Sol. Chamado de trânsito do planeta ou alinhamento com a Terra, o fenômeno é um tipo de eclipse, mas não de proporções a fazer sombra ou ocultar um dos astros devido à diferença descomunal de tamanho visual entre Mercúrio e o Sol. É de se considerar tal diferença visual, pois lembremos que Lua e Sol possuem quase a mesma dimensão no céu, um quase ocultando totalmente o outro nos eclipses, mas o diâmetro da estrela é 400 vezes o do nosso satélite. Não vou escrever "400 vezes maior", pois isso denotaria 401 vezes, como já discorrido e discutido ad nauseam alhures. Mas somente com filtros apropriados dá para registrar o minúsculo eclipse para não ferir as sensíveis retinas oculares. Vi nas imagens divulgadas o pontinho preto passando à frente do brilhante Sol.

O biólogo da Gazeta de Piracicaba publica um artigo na terça-feira, 12 de novembro, dúbio, defendendo a ciência - que pouco tem feito nos textos anteriores -, mas citando uma "ciência esotérica", seja lá o que isso signifique. A contradição, que lhe é peculiar, parece a brincadeira que fazíamos sobre o anarquista democrático. Um contradição per se e justificável apenas como anedota. Lá ele defende que não existe qualquer influência da Lua nos ciclos vitais. Muitas crenças são apenas isso: crenças; mas há um componente de sequência ou pelo menos de coincidência entre os ciclos astronômicos e os vitais. A própria alternância entre claro e escuro determina uma séria de metabolismos, tudo em função da adaptação que nossos corpos e de uma boa parte dos seres viventes deste planeta desenvolveram ao longo de milhões de anos de evolução. O princípio é apenas a rotação da Terra ao redor do próprio eixo. #IniCiencias

Os valores de custeio nos órgão federais para ciência e tecnologia começam a ser liberados. Não são estratosféricos, como outros orçamentos, tais como os para salvar bancos e pagar os juros da dívida interna que financiam o capital especulativo e não o produtivo, muito menos o trabalho. Comemoramos? Não, é apenas a retirada de alguns dos bodes que foram colocados na sala. Foguetes levam astronautas para o espaço, mas aqui as cabeças ditas pensantes se voltam apenas a questões de crendices e mentiras, úteis para a escrita de ficção, da qual sou adepto, mas inconsequentes para um país que já foi um dos marcos do desenvolvimento mundial. Os BRICS são prova disso, quando juntaram-nos com Rússia, China, Índia e África do Sul como um bloco para dar uma nova contextualização nas relações internacionais. Perdemos, mais uma vez, a oportunidade, longe e eclipsada agora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Letras que dizem

Finalizando

Pedaços quebrados