Manual da guerrilha da inteligência
Meus amigos europeus e latino-americanos me perguntam o que está acontecendo com o bom senso e a lógica, em função das escolhas políticas feitas aqui. Não sei responder, mas agora entendo o que comunidades vivenciaram ao escolher líderes que levaram o caos à Europa no início do século passado e que apoiaram golpes militares na América do Sul algumas décadas depois. A mentira passou a ser a verdade absoluta, pois o objetivo não é a razão, mas sim a justificativa para a escolha feita. Jogo lixo na rua porque todo mundo joga mesmo. Sonego impostos porque todo mundo sonega mesmo. Voto contra um partido porque todos estão votando, com a certeza de que não serei atingido por tal gesto desinteligente. A reversão do resultado é pouco provável. Então vamos às estratégias de sobrevivência.
Meus artigos recentes moveram-se da esfera científica para a política e, portanto, deixaram de ser publicados nos jornais com os quais eu possuía uma boa interlocução. A regra do medo já iniciou seu império e mesmo cartas mais opinativas têm como destino as lixeiras, reais e virtuais. Insisto enquanto o braço opressor do estado não me pegar, pois a proibição de toda forma de ativismo já foi declarada. Dirão as cegas e surdas ovelhas que não, pois o pastor só pode conduzi-las ao paraíso. Será pela guerrilha da inteligência que a sobrevivência terá alguma chance de acontecer. Ao menos hoje os lados estão muito bem definidos nas redes sociais e não será admitida no futuro a desculpa do não saber.
Como seria esta guerrilha? Incursões não programadas, inesperadas, em vários pontos estratégicos e simultâneos, mas sem as armas que estarão nas mãos das pessoas em breve. Usando ferramentas inteligentes será possível desarticular (ou pelo menos interferir em) algumas ações antidemocráticas, que serão difíceis de serem evidenciadas, especialmente no início do ano, haja vista o grau de anestesia com que atravessaremos os próximos meses. Valerá a pena o esforço? Talvez não haja outra alternativa.
Meus artigos recentes moveram-se da esfera científica para a política e, portanto, deixaram de ser publicados nos jornais com os quais eu possuía uma boa interlocução. A regra do medo já iniciou seu império e mesmo cartas mais opinativas têm como destino as lixeiras, reais e virtuais. Insisto enquanto o braço opressor do estado não me pegar, pois a proibição de toda forma de ativismo já foi declarada. Dirão as cegas e surdas ovelhas que não, pois o pastor só pode conduzi-las ao paraíso. Será pela guerrilha da inteligência que a sobrevivência terá alguma chance de acontecer. Ao menos hoje os lados estão muito bem definidos nas redes sociais e não será admitida no futuro a desculpa do não saber.
Como seria esta guerrilha? Incursões não programadas, inesperadas, em vários pontos estratégicos e simultâneos, mas sem as armas que estarão nas mãos das pessoas em breve. Usando ferramentas inteligentes será possível desarticular (ou pelo menos interferir em) algumas ações antidemocráticas, que serão difíceis de serem evidenciadas, especialmente no início do ano, haja vista o grau de anestesia com que atravessaremos os próximos meses. Valerá a pena o esforço? Talvez não haja outra alternativa.
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