Tempo para algum fôlego

Uma semana é pouco para recuperar o fôlego e introduzir reflexões atualizadas, mas é um tempo enorme para novos acontecimentos. Enquanto a tragédia da queima de nossa memória era lamentada, mas não assimilada, o ambiente político foi fortemente mudado. Uma antidemocrática facada foi desferida contra o antidemocrático candidato, aumentando a lista de crimes políticos recentes, iniciada pelo assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, pelas balas disparadas contra a caravana de Lula em março, continuada pelo assassinato do vereador Silvânio Barbosa em Maceió e pelo incêndio supostamente criminoso em uma prefeitura paranaense. O tempo de solução de cada crime mostra a verdadeira importância que a sociedade dá a cada situação e a atenção fica nos números das intenções de voto e suas nefastas correlações. Dará tempo para consolidar a candidatura?

Tempo foi o tema do dossiê de setembro da Revista ComCiência, com a qual pude contribuir com uma matéria feita em colaboração com o Eduardo Cezar Bento. A revista pode ser lida no link http://www.comciencia.br/ e nossa matéria aqui: http://www.comciencia.br/o-tic-tac-biologico-no-compasso-humano/ . São espaços para a divulgação científica, com a intenção de melhorar o entendimento das pessoas sobre a importância do conhecimento e também para o senso crítico de avaliar a informação. Nesse sentido foi o Seminário Pós-verdade, realizado ontem (11/9) na Unicamp, em parceria com a Folha de S.Paulo. A presença de uma equipe de jornalistas não foi suficiente para sair algo publicado sobre o evento na edição de hoje do jornal. Vamos dar um tempo para eles e ler a edição de amanhã...

Revistas e jornais, mesmo que impressos, são produzidos na origem em meio digital. Pelo menos é assim com os veículos mais conhecidos e de maior púbico. Penso que seria importante estabelecer uma regra (mais uma lei?) para tornar esse material com acesso público após um certo tempo, talvez diretamente nos sites das empresas jornalísticas ou pela hemeroteca da Biblioteca Nacional. A empresa privada pode falir, como é o caso da Editora Abril, e todo o conteúdo de décadas de informação, ainda que tendenciosa, ficaria perdido. A crônica tem sua origem etimológica no deus do tempo e nela é fundamentada a percepção dos que fazem uma leitura de sua época publicada nos jornais e revistas. Sim, novamente falo de Lima Barreto, que a todo tempo me instiga com o que escreveu.

Comentários

  1. Parabéns ao blogueiro pela publicação. É de se destacar o contraste de quem pensa com seriedade e profundidade, quando comparado com quem pensa com uma ponta de faca. Ou, pior ainda, em quem pensa em votar em função da facada. Quanta responsabilidade recai sobre os meios de comunicação, cuja tarefa é estimular e ajudar a pensar!

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