Antecipando os chocolates

É quase feriado prolongado, de forte importância para os crentes e de alívio para os não crentes que usam os dias para uma pausa no ano que começou com uma velocidade maior, bem maior. De um lado, os incorformados e adeptos de crimes e teorias de conspiração esperando que ainda algo mudasse, mesmo com cem dias de sucesso, e, de outro, os esperançosos que muito batalharam por mudar a situação caótica e de destruição em que estávamos. Alinhamentos bem sucedidos - e controversos - estão em execução, o fim não está próximo, no entanto. Alguma confusão resta quanto a propostas econômicas que buscam trazer a ficção de um mercado imaterial para a realidade de carne e osso, já com menos osso e mais carne. E a maioria política confirma que essa matemática não é para qualquer um entender. Ter mais votos não significa estar à frente, nem a recíproca leva os de menos votos ao menor poder. Nós que lidamos com as ciências chamadas exatas sabemos que números não mentem, desde que seu mentor não lhes seja um mendaz. Ou "o" mendaz.

A Academia Campineira de Letras e Artes realizou a reunião de março no primeiro de abril. Repito-me e não minto ao falar do pianista e também Acadêmico Cezar Freysleben que interpretou cinco obras de Orestes Farinello com o diferencial de comentar uma breve biografia desse compositor pouco conhecido. A forma como Cezar se aproxima das teclas do piano e sua extensão dos acordes ao final da execução são primorosas e emocionadas. Uma seleção da obra artística de Acácio Pereira, apresentada pelo Acadêmico Mário Gravem Borges, e a palestra de Tom Abreu sobre Criatividade completaram a festiva reunião, cujas informações e registro podem ser conferidas nas redes sociais e, quiçá, em alguma publicação com tal relato. Doce e primorosa foi aquela tarde de sábado. Sim, a ACLA possui página no Facebook (https://www.facebook.com/Acla.Campinas/) e a programação de reuniões abertas ao público é mensal, sendo a próxima no dia 29 de abril, às 15h30min.

Chocolate amargo e bacalhau salgado parecem ser atributos de preço, não de paladar. Mesma época, mesma discussão de custos para comidas típicas. Em um país com enorme litoral e rios piscosos é um paradoxo comermos tão pouco peixes e outros frutos do mar. Aquela fantástica economia também nada por tais ondas. Aqueles doces, os chocolates, já estão comprados para alguns familiares, preferida a forma compacta de tabletes, longe do mais volumoso e dispendioso formato de ovo. Coelho botar um ovo foi um dos paradigmas de minha infância, pois vim a descobrir que o animal escondia os ovos, em atendimento às fábulas do hemisfério Norte, e não imitando uma galinha ou outra ave. Foi explicada a situação quando eu já não tinha mais ilusões sobre essas fantásticas teorias de mortes e renascimentos. Muitos outros alimentos importados foram adaptados, mas há alguma atenção para os produtos da terra. A jabuticaba, brasileira, está fora de sua época, não encontrada para vender. Isso até modificarem geneticamente para retirar a restrição sazonal. Anteciparemos a fruta com alguma ciência, mas não abriremos mão dos chocolates e das crenças.

Comentários

  1. Excelente, como sempre, parabéns!

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  2. Parabéns! Apreciei sua fala. Deus o abençoe e conserve nossa amizade.

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  3. Só ingênuos votaram acreditando que entraríamos no paraíso. Ter saído do inferno já foi uma boa coisa!…(Paulo S. Viana)

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