Seguindo como se pode

O luto constante faz ficar um vazio na existência. Ficou também um vazio na sequência do blog. Quem quiser, olhe o fragmento anterior, ele sequer foi divulgado. Ou melhor, parte foi agregada na publicação do Jornal da Cidade de Rio Claro, por total incompetência de elaborar algo inédito. As palavras continuam minhas, bem as sei, mas em tempos de inteligência artificial predominando sobre a natural é bom que as repetições e os auto-plágios sejam contidos. Como sempre, na página do Facebook estão cópias das publicações impressas (https://www.facebook.com/adilson.goncalves.9847/). Opiniões pré-elaboradas também ficaram perdidas pelas semanas passadas e estão aqui para a devida consulta: https://www.brasil247.com/blog/jornaloes-sendo-jornaloeshttps://www.brasil247.com/blog/enterrando-o-bolsonarismo,  https://sampi.net.br/bauru/noticias/2739017/articulistas/2023/02/necessidade-de-ativismos-politicos. Tentemos dar prosseguimento ao possível, certos da impossibilidade da volta.

Os leitores cumprem o planejado? Nem quero saber do prometido, apenas daquilo que se apresenta como ações corriqueiras, pequenos compromissos, feitos que não serão celebrados, nem registrados nos anais da história. O dia-a-dia parece incompleto quando mente&coração estão em outro lugar. Os lemas do manter-se em movimento e permanecer vivo parecem apenas frases feitas de cursos motivacionais chinfrins. Sei, dirão que há pleonasmo nas duas últimas palavras. Em ano iniciado bem antes do carnaval, não ter um plano anual definido em março não é bom sinal. Recorro ao título: é o possível a ser seguido. Outros fincarão suas bases na crença, já que explicação para as perdas não há. Separadas, a fé e a razão, podem funcionar. Porém, uma é realidade, outra, imaterialidade. Uma é (ou deveria ser) igual para todos, a outra é exclusivamente uma questão pessoal e individual e não tem qualquer sentido avocar sua coletividade, a não ser pelos que coletam algo a mais do que rezas.

Ia escrever que as chuvas causaram enormes danos no carnaval, mas a verdade é a falta de urbanidade no urbanismo ter sido a principal causa das tragédias. Os parques seguem parcialmente fechados em Campinas devido a manutenção e cortes de árvores, em atenção ao alto índice pluviométrico. A proposta é de alerta e impedimento automático de acesso a locais arborizados quando chove acima de uma determinada quantidade. Medida interessante, mas aumentar a área verde para auxiliar no escoamento não é colocado em debate. Nessa toada foi elaborado um comentário beirando o óbvio, que não foi aceito para estampar jornais impressos ou espaços virtuais correspondentes. Segue aqui: As moradias em áreas de risco proliferam em todo o país e, mesmo com a tragédia ocorrida no litoral norte paulista, pouco ou nada será feito para coibir condomínios, loteamentos, assentamentos, adensamentos, invasões e tudo o mais que caracteriza a urbanização moderna. Remoção de cobertura vegetal e impermeabilização do solo são uma combinação que beira a insanidade. Mas o lucro dos investidores e especuladores fala muito mais alto, gente essa que raramente irá morar nos lugares "promovidos" a berço de catástrofes.

Comentários

  1. A conclusão de seu texto, muito bem escrito como faz sempre, é a mais pura verdade, para tristeza de todos nós, pois de antemão sabemos que, passado o impacto inicial da tragédia do litoral norte, muito será falado e pouco ou nada será feito em relação às ocupações que acabam colocando em risco vidas humanas, entre outras.
    Maria Felim.

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