Terrorismo e ignorância

Há que ser dado o correto nome à coisa, ao ato. A festejada da semana passada vira atordoamento com o terrorismo praticado na capital federal. É isso mesmo a que chegamos? Muitos dos que estão ao nosso lado são terroristas ou são coniventes com eles ou até os apoiaram. Um desses conhecidos - que me recuso agora a chamar de amigo - faz postagens constantes de apoio a tais atos golpistas travestidos de democráticos e foi alertado por um parente numa das redes sociais: o que está acontecendo com o tio? De minha parte, tenho a sorte de não ter ninguém próximo, nem importante, que seja dessa laia. Proximidade no sentido sentimental porque há muitos que habitam esferas de convivência inevitáveis e inescapáveis para continuar alguma atividade cultural e social. Compreender à flor da pele o que passaram e passam povos submetidos a ditaduras, tiranias, fascismo e nazismo é um experiência muito traumática. Não queria estar passando por ela, mas é o que está em curso. Que rapidamente vire mais um fato histórico a se lamentar, mas não a se esquecer.

A fim de suprir minhas lacunas de formação em Humanidades, a constante leitura de revistas especializadas minimiza a lentidão que seria por meio do aprofundamento nos clássicos. Sim, é da CULT que estou falando, mensalmente chegando às bancas ainda persistentes. A piauí é outra que traz parte dessa formação, mais política do que cultural, apreciada em particular por publicar regularmente minhas missivas. Mitigar a ignorância para não dar azo a práticas terroristas, comecemos por aí. Aprendemos muito com as efemérides, e não me canso de citar aqui o trabalho do colega Acadêmico José Antonio Bittencourt Ferraz, fonte de aprendizagem pela filatelia e pela numismática (http://lorenafilatelia.blogspot.com/). Por esses dias também foi a lembrança da morte de José Luiz Pasin, historiador e ambientalista, patrono de minha cadeira na Academia de Letras de Lorena. E não esquecer que, na semana que se finda, assistir à posse das ministras Anielle Franco e Sônia Guajajara, também foi um aprendizado histórico e social, além da emoção explicitada na cerimônia.

O blog chega a algumas instâncias próximas e também vai longe em termos geográficos, já que a internet rompeu muitas fronteiras. Essa abrangência não pode significar anonimato, nem impunidade, quando as postagens são associadas a crimes ou à ignorância de "falsos fatos", sem contar a proteção a dados pessoais. Coletei alguns emails de pessoas envolvidas na área cultural para criar uma lista própria e informar as novas postagens e recebo, não de forma frequente, solicitações para que não sejam mais enviados tais avisos. Ação corriqueira na administração de contatos, mas um deles foi bem inusitado, um pedido de remoção da lista, escrito em inglês, alegando que o conteúdo não lhe era útil, pois o emissor não sabia ler em espanhol. Ainda há os que confundem as línguas, mas imaginem se um de nós confundíssemos a língua de Shakespeare com a de Goethe. Compreendo bem as duas, mas é na de Camões que me dou melhor na expressão de ideias e sentimentos.

Comentários

  1. Os atos de terror da semana passada enterraram de vez a possibilidade de se classificar o bolsonarismo como movimento político. Criou-se mais um verbete nos dicionários: Bolsorarismo é o mesmo que Terrorismo.

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