Praia

Lugar em que "o mar passa saborosamente a língua na areia", nas palavras de Eduardo Dussek e Luis Carlos Góes, a praia esteve ausente deste blog e do blogueiro. A última visita ao limite das vidas, ou seja, entre a região da vida terrestre subsequente e a da vida aquática iniciante, se deu há exatos quatro anos, não sendo a pandemia o único motivo para não me deslocar até lá - ou, melhor, até aqui. A conturbada vida moderna assumida é insana em muitos aspectos e não se dar o devido tempo ao relaxamento físico e mental é o mais crítico deles. Mas cá estou, vendo o mar pela janela do apartamento, como diz outra música, com ar inquiridor porque todas as previsões diziam que deveria aguardar a redução da umidade atmosférica para enfrentar a da beira-mar. Ou seja, ainda não choveu, ao contrário do castigo que sofre minha Campinas.

O sol vem como aditivo ao período de descanso e a pele muito clara apenas avermelha-se em resposta à forte irradiação térmica e luminosa. Protetores solares cumprem parcialmente sua função, uma vez que as moléculas ali presentes com seus grupos cromóforos não são infinitas. Besuntar-se à exaustão meleca a pele e a abundante água marinha remove a suposta proteção em pouco tempo. A experiência dos ardores desde a infância é a mesma, portanto. Discorrer sobre isso não é necessariamente uma crônica, aguda que é nas dores. No terceiro dia o aviso é claro: buscar na sombra a sabedoria da preservação. A pele que se amorena é a do outro, não a minha. É fato, não inveja ou admiração. Como diria meu querido caipira: cada quar cô seu tar!

Na chegada, vi muitos painéis solares em instalações à beira da estrada, materializando as estatísticas de avanço na obtenção fotovoltaica da energia elétrica urbana. Sim, com a devida vênia de lembrar que energia não é produzida, apenas transformada. Os fótons sensibilizam semicondutores que promovem os elétrons para se movimentarem de um lugar ao outro. Ou seja, eis a corrente elétrica. Bom sinal para se somar às mudanças que vêm de Brasília, recolocando nosso país no cenário mundial. No sertão, o sol castiga e sua presença precisa ser mais bem aproveitada. Sendo o habitante de lá um forte, não teria como deixar de incluir a referência ao aniversariante do dia, 20 de janeiro, Euclydes da Cunha, patrono de nossa Academia de Letras de Lorena. E nada melhor que a postagem sobre a efeméride no blog Lorena Filatelia (http://lorenafilatelia.blogspot.com/2023/01/euclides-da-cunha.html). Ao final das contas, somos a grande possibilidade ambiental da sustentabilidade do planeta, não apenas um país com suas ricas e turísticas praias.

Comentários

  1. Excelente resenha sobre o mar e a praia, deleites dos que procuram o aconchego ds natureza para descansar e repor energias para a labuta da vida.

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  2. O mar...a praia...o descanso...o deleite na leitura desta poética descrição de "merecidas férias", tudo muito bom e belo! Parabéns amigo Adilson! Seu talento, na escrita, vale ouro! Maria Felim.

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  3. Um texto encantador! Assim como o vai e vem das ondas!

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