Plantas e planos

Cromatografia é uma técnica de separação. O nome é alusão aos primeiros experimentos de mais de um século atrás com extratos vegetais coloridos - a escrita das cores. De lá para cá, explicaram e elucidaram seu funcionamento, aprimoraram a técnica, possibilitaram fazer identificação e quantificação das substâncias que são separadas em misturas muito complexas, mas o nome foi mantido. O dicionário Houaiss fala de solubilidade e mobilidade em diferentes substratos na definição sumarizada. Omite o origem do termo e também que a volatilidade e o tamanho das moléculas são outros fatores importantes na separação. Nos cursos de graduação em química, a cromatografia é inserida em conjuntos maiores de técnicas de separação, identificação e quantificação. Cheguei a ministrar uma disciplina no curso de pós-graduação específica sobre isso, dada sua importância e necessidade de compreensão. A professora Carol Collins era especialista nessa área, escreveu livros sobre o assunto que usamos até hoje em nossas aulas e é citação constante na pesquisa científica. Aos 91 anos, ela faleceu no último domingo. Minhas referências científicas e da vida profissional estão morrendo. #IniCiencias

A adoção de um termo em outro contexto é ferramenta comum, especialmente entre escritores e estudiosos. Se a alusão às cores dos vegetais levou à adoção do prefixo grego cromatos na química, por que não outros objetos e propriedades não invadirem as demais áreas do saber? E quando invadem os conceitos para promover apenas a confusão ou chamar a atenção? Continuo minhas reflexões indagativas: como criticar um texto que se diz de opinião, mas é pura ficção? Denunciar o fato ao autor e ao veículo que o publicou seria uma alternativa. Porém ele carrega o estigma do 666 em seu nome - não, não acredito em mitos - e não me sinto confortável em fazê-lo, mas por outros motivos. Suposto líder de cegos liderados que é, usa e abusa de tal condição para dizer que a instituição o segue cegamente nas librações próximas à esquizofrenia. Ficou para outro leitor a publicação da crítica devida. Ousado e abusado ele! O plano segue, um motivação é saber que a maioria dos profissionais da cultura não foi absorvida pelo lado negro, como vemos no esperançoso clipe (https://youtu.be/jTxpT3QqJIY). Dá até para fazer planos para o resgate do futuro que se delineia.

Há nova filmagem de Pinóquio, o boneco de madeira que mentia. Quando assisti aos episódios de uma produção sobre essa fábula na tv, décadas atrás, a história causou decepção quando ele virou menino de verdade, perdendo a poesia da expectativa. Muitos seriados prendem nossa atenção por não apresentar uma solução imediata de conflitos e o desfecho, nem sempre necessário, acaba por ser trágico em termos de audiência. No caso de Pinóquio, algumas versões falam que o personagem era feito de um pedaço de pau comum, outras que ele veio do nobre carvalho, que carrega alusão a nefasto sobrenome inspirador de teorias da conspiração, ainda propagadas por aqui. O dia foi de um vegetal específico - a árvore -, cuja queima foi escondida na fala oficial mentirosa, mas o nariz não cresce feito o do boneco. Não cultuamos essa ficção, pois nossa realidade requer apenas um ser humano na condução das coisas verdes e das demais cores. Consulto o calendário: cem dias, ufa! Passamos, pois, pelo Dia da Árvore, oficializando o início da primavera. Vejo flores em nós.

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