Errando a torto e à direita

Foi impossível dar conta do bombardeio de efemérides desta semana. Dia do físico, do orgulho nerd (até o banco mandou mensagem lembrando da data), da indústria, 45 anos da saga Star Wars, 60 anos da FAPESP (a Fundação reproduziu meu artigo para o Jornal Cidade de Rio Claro: https://namidia.fapesp.br/fapesp-60-anos/385016), 90 anos do MMDCA - sim, a lei paulista 11.658/2004 incluiu o A de Alvarenga -, dia do pedagogo, em homenagem ao mês da morte de Paulo Freire, dia da padroeira do povo cigano, dia de santos, consagrados ou pressupostos... enfim, sei lá mais tantas datas que o melhor é consultar o site Lorena Filatelia (http://lorenafilatelia.blogspot.com/), do incansável colega Acadêmio José Antonio Bittencourt Ferraz, que traz, por meio da filatelia e numismática, a cultura dos acontecimentos e personalidades. Sem medo de errar.

Mas eu errei na informação de serem estudantes os quatro ou cinco que dão nome à sigla MMDC(A) e o artigo inspirado naquele que deixou de ser sem nunca ter sido foi plasmado num ímpeto, de supetão, repetindo tal erro, ou equívoco em linguagem política atual (https://www.brasil247.com/blog/esperanca-nao-possui-peso-para-doria). Também inaugurei outro espaço de manifestação para um jornal de Americana, cidade vizinha a Campinas, ainda aguardando a aprovação dos editores para estabelecer o dia da primeira publicação. O assunto é ciência e negacionismo, pois temos por obrigação combater a proliferação de falsas notícias e pseudo-ciência. Enquanto ficavam no âmbito da curiosidade, peculiaridade e até folclore não causavam danos. Hoje são responsáveis pela baixa vacinação da população e volta de doenças, como o sarampo, e por espaço de charlatães que querem vender "medicamentos" e práticas milagrosamente curandeiras para encher as próprias burras. É, portanto, significativo que na lista de livros indicados pelos leitores da Folha de S. Paulo, fui o único a mencionar um de divulgação científica, o "Ciência no Cotidiano", de Natália Pasternak e Carlos Orsi. #IniCiencias

Deixar de errar não significa chegar à verdade. Com os vários significados de uma palavra, podemos desenvolver paralelos e paradoxos, sem muito explicar ou sair do lugar comum da repetição de argumentos baseados em "bom senso", seja lá o que isso signifique. Reafirmo minha formação precária em Humanidades, recorrendo a autores que possam transplantar para textos de leitura mais rápida aqueles ensinamentos. A revista CULT continua a mais certeira dessas fontes, mas tenho recorrido também a páginas da internet com cursos de formação filosófica, histórica e social. É o começo de uma caminhada. As perguntas filosóficas são errantes em busca dos acertos: de onde viemos? para onde vamos? Tal movimento de ida e vinda, pendular, parece refletir não apenas um lugar no tempo, mas um divagar pelo espaço. O que a mente quer de resposta é algo que o corpo em movimento sabe muito bem: território. Sei que fiz a heresia de aparentemente separar mente e corpo. Erro meu, não me julguem tão mal. Nômades que somos, erramos.

Comentários

  1. Muito bom ! Gosto muito de seu jeito de escrever e suas opiniões.
    Realmente as datas comemorativas são muitas e neste mês de maio tivemos também o Dia de N.Senhora de Fátima e Dia das Mães, entre tantos outros muito importantes também.
    Magda Helena.

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  2. Enfim, em meio a efemérides (teve até Dia do Silêncio!) e notícias boas com notícia falsas, chega o blogueiro a questões abismais: o sentido da vida. A busca não cessa e o blogueiro não se cansa. Bom para nós, leitores.

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  3. As fake news devastaram nosso país. Além de dar voz aos canalhas, prejudicaram, e muito, a saúde nossa população. As crianças não estão tomando as vacinas que fazem parte do calendário vacinal e são obrigatórias. Fico apavorada só pensar como será nosso futuro! Tantas doenças novas chegando e as antigas, algumas até erradicadas, estão voltando com tudo.

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