Nem tudo em abril é festa

A coincidência e a proximidade de feriados nos meados de abril diminuíram o ritmo dos acontecimentos sociais, mesmo com o esboço de uma tentativa de retorno às atividades normais, ainda que a pandemia, retraída, esteja em curso. Para detalhes sobre as efemérides, vale a visita ao Lorena Filatelia (http://lorenafilatelia.blogspot.com/). A leitura deste blog não foi diferente, em contraponto a postagens anteriores de maior acesso e com mais comentários. Ao menos veículos impressos deram espaço para publicações minhas, complementando as reflexões sobre o uso da água ("Águas públicas e privadas", Jornal Cidade de Bauruhttps://www.jcnet.com.br/opiniao/articulistas/2022/04/798735-aguas-publicas-e-privadas.html) e o discurso de ódio que se consolida na defesa de indefensáveis governos ("Tu e eu, gênios e néscios", Correio Popular, cuja reprodução pode ser vista na minha página do Facebook: https://www.facebook.com/adilson.goncalves.9847/). Mais estranho ainda é coincidir Carnaval com Tirandentes!

Quem vive e viveu na Alemanha sabe que o 20 de abril é dia de atenção para sair às ruas, aniversário do nazista-mor que levou aquele país à guerra e ao extermínio de milhões de seres humanos, especialmente judeus, ciganos, homossexuais e portadores de deficiências. Quando lá morei, 30 anos atrás, fiquei sabendo de alguns atos de agressão contra estrangeiros, mas, como tinha seguido as recomendações dos gestores de onde estudava, não saí de casa e não presenciei diretamente aqueles atos. O nazi-fascismo está longe de acabar. Pelo contrário, tem se intensificado em conquistas de espaços paradoxalmente democráticos. Vivenciamos tais temores pelos resultados de eleições mundo afora, a França como exemplo mais recente. Mescla-se a força daqueles que se beneficiam com a submissão de parte da população com a ignorância dos que desconhecem a História. Aqui, o Supremo Tribunal Federal no mesmo dia resolveu uma questão importante ao condenar, com um único e vergonhoso voto contrário, o deputado federal que atentou contra a democracia e os princípios dos poderes que compõem nossa República. Ponto positivo para os Magistrados, mas a ameaça continua, haja vista o que fez na sequência o chefe dos criminosos.

Outra data importante é a consagrada às discussões sobre os povos indígenas. Estou aprendendo a rever os conceitos que me foram passados sobre a composição e formação de nossa população e reconhecer as mentiras contadas e as histórias apagadas com a finalidade de criar uma ficção de conquista e modernização pacífica e necessária do território ocupado. Repito: estou aprendendo e, assim, não tenho nem bagagem, muito menos lugar de fala para tratar de tão sensível tema. Tenho ouvido bastante o escritor e colega Acadêmico Daniel Munduruku, já referenciado neste blog quando de sua candidatura à prefeitura de Lorena (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2020/09/escolhas.html), e que almeja agora ocupar uma vaga na Câmara dos Deputados. Ele trabalha muito bem a questão do conhecimento ancestral dos povos originários e a necessidade de um novo olhar e nova prática na elaboração de leis no país. De minha parte, entendo que tais conhecimentos não são secundários; pelo contrário, são a base primária para o conhecimento que consideramos mais estruturado e formal. #IniCiencias

Comentários

  1. Estranho abril, este. Com carnaval e cinismo político. Parece que ainda não sabemos exercer cidadania, a contento.

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