Agosto e seus gestos

A comunicação aumentada pelo espaço virtual cria a falsa sensação de que se tem acesso a muito mais coisas. Assim, informo aqui sobre vários eventos de interesse, tal como a Semana Euclidiana, que todo ano se dá em São José do Rio Pardo e desta vez segue online (https://casaeuclidiana.org.br/portal/). Sim, em cidade importante para e sobre Euclydes da Cunha, eles também não escrevem o nome do autor de Os Sertões com o y, letra reincluída em nosso alfabeto. Na sequência da postagem de semana passada (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2021/08/proezas-saudaveis.html), completei reflexões sobre as Olimpíadas no Boletim Anti-Covid da Unesp de Rio Claro, tanto no blog (https://bacunesprc.blogspot.com/2021/08/aprendizado-com-bolha-olimpica-em-toquio.html), quanto no site (https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/). Exagero nas citações e sugestões? Parece que sim e se não focar nas essências e nos essenciais, perde-se a atenção. Já me flagrei assistindo simultaneamente a três eventos. Naturalmente, a atenção é menos de um terço em cada um. A divisão do todo é menor do que uma singela parte.

Nesta semana vi um filme russo produzido em 2017, chamado "Salyut-7", dirigido por Klim Shipenko (https://www.imdb.com/title/tt6537238/), para sair do lugar-comum de produções hollywoodianas de filmes espaciais. Por acaso me deparei com esse, contando uma história verdadeira de um quase fracasso de conserto e recuperação da estação espacial soviética Soyuz durante a missão que dá nome ao filme e que, por fim, logrou êxito. História factual, mas com muita imaginação do diretor e dos roteiristas, distorcendo a realidade um bocado, a começar por um dos acidentes que os cosmonautas (não) sofreram. Que fique claro: por ser obra de ficção, não é documentário, e não precisa se ater a toda a verdade. Diferente da realidade atual que poderia ser um pouco mais sincera e verdadeira e menos baseada nos comentários do tio do zap, não acham? Um gesto nobre da parte dele poderia replicar apenas vídeos culturais, músicas, artigos profundos que vão a fundo na discussão filosófica daquilo que podemos melhorar. A esquizofrenia política virou desculpas para seus desatinos, pois ele não percebe que nem 20% dos membros do grupo lhes batem palminhas virtuais ou dizem que concordam.

Hoje é o dia da polêmica, não porque sucede o de importantes decisões que evitaram retrocessos ainda maiores neste nosso pobre país. Ouso assim rotular o estabelecimento dos cursos jurídicos no Brasil em 1827, época do império quando ainda não sabíamos - tal como hoje - o conceito de nação. A polêmica que trago, salvo melhor juízo, é os senhores advogados se auto-intitularem doutores. A lei, desde seus primórdios há 194 anos, é clara e atribui o título somente àqueles que venham, posteriormente, defender uma tese. Tese não é TCC nem dissertação, data venia. Ou seja, é fazer um doutorado nos mesmos ditames que qualquer outro acadêmico venha a fazer, quer seja nas Humanidades, nas Ciências Exatas, nas Engenharias, na Medicina, nas Biológicas e qualquer outra área que artificialmente criemos para dividir o vasto conhecimento humano. Lembra-me aqui o google que também é aniversário da Ponte Preta, time futebolístico de Campinas. Essa efeméride sobre o mais antigo dos clubes paulistas, e por isso era chamada de A Veterana, antes de ser A Macaca, deixo para os que melhor entendem do ludopédio.

Comentários

  1. Muito bom.
    Como sempre, a leitura muito agradável e poderia ter pelo menos quatro parágrafos...rs

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  2. Excelente, como sempre.
    Aparecida Militao Kugelmeier

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  3. Muito bom, principalmente as "es trelinhas" da ficção. Assisto de terças a sextas uma série que não precisa se ater a verdade, apenas a insinuações, igual a realidade atual. Mas, o que fazer? Estamos todos na mesma nave.

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  4. A quantidade de eventos virtuais está de atordoar. Como selecionar, blogueiro?

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  5. Muito bom, como sempre. Nesse mundo de tantas informações verdadeiras ou fictícias, estamos todos perdidos. A arte imita a vida ou a vida imita a arte?

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