Cultura e conhecimento em Campinas

A Campinas deste 14 de julho amanhece aniversariante. O dia não é feriado municipal, pois a opção foi a de reservá-lo para a celebração da padroeira, em dezembro. Jornais, ainda existentes, fazem edição especial com cumprimentos aos 247 anos da cidade repleta de páginas de propagandas de empresas lembrando o aniversário e incluindo entrevista com o prefeito para falar de seus planos. O Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas também aniversaria hoje, debutante que é na preservação e divulgação cultural. A produção intelectual desses 15 anos de atividade pode ser vista na página do Instituto, com postagens constantes, atualizadas e autorais de membros e atuantes nessas áreas de pesquisa (https://ihggcampinas.org/artigos-recentes/).

O mês é culturalmente especial na Terra das Andorinhas por congregar a semana Guilherme de Almeida, além das comemorações a Carlos Gomes. O maestro nasceu aqui num 11 de julho e completaram-se 185 anos de seu nascimento. Hoje os eventos são limitados pela pandemia a visualizações gravadas no youtube, mas ainda vale a pena a elas assistir para entender um pouco mais desse compositor que triunfou na Europa e foi menos reconhecido em sua própria terra. O mesmo 11 de julho é dia do falecimento do poeta Guilherme de Almeida (em 1969), nascido a 24 de julho de 1890. O Guilherme que iniciava sua alfabetização teria alguma memória de Carlos Gomes vivo? O Maestro e o Príncipe seria um título para essa crônica especulativa. As entidades culturais de Campinas se uniram para as festividades da Semana que contou neste ano com leituras mais atuais, contemporâneas, interativas e integrativas da poesia urbana. O canal Cultura Abraça Campinas contém todas as apresentações feitas como lives ou gravações (https://www.youtube.com/channel/UCieYuKccyRR-GlMTCOjs-oQ). A Seção Campinas da União Brasileira de Trovadores lá compareceu com nossas trovas compostas em homenagem ao Príncipe dos Poetas (https://www.youtube.com/watch?v=x1PmDEUks8w).

À medida que a vacinação vai andando, as entidades culturais planejam a volta de atividades presenciais. Estamos longe da liberdade plena, sabemos, mas é bem possível iniciar a movimentação fora das telas dos computadores no início do ano que vem. Governantes mais alvoroçados clamam por retornos ainda agora no segundo semestre e a cautela é deixada de lado. As escolas são a maior bolha de preservação e a que contém o maior contingente de não vacinados - os adolescentes e crianças. As universidades públicas seguem uma dinâmica própria procurando as respostas menos lesivas. A circulação de ar em ambientes fechados é o maior desafio, mesmo depois de todos vacinados e usando máscaras. A covid continua a ceifar muita gente e é mórbido que comemoremos a redução da mortalidade diária para metade dos mais de 3 mil registrados cem dias antes. Mesmo assim, morre-se por outras causas. Nesta semana faleceu o professor Oswaldo Luiz Alves, Oswaldão para os alunos, um expoente na química do estado sólido. Não tive aula com ele na Unicamp, mas minha filha teve. Restou-me o privilégio de aparecer numa mesma foto em 2005 quando ganhamos prêmios do Conselho Regional de Química daquele ano. Ele, o Prêmio Fritz Feigl, eu, orientando alunos da Escola de Engenharia de Lorena. Fica o registro e a saudade. #IniCiencias