Orgulhos

Sesquicentenário de postagens, existe tal expressão? Com esta, são 150 publicações neste espaço, neste endereço, lembrando que o rótulo de Blog dos Três Parágrafos vem de um pouco antes, dos tempos em que o UOL permitia o uso do espaço, encerrado três anos atrás. Pelo contador do word no qual faço cópia dos textos, são 67 mil palavras e 420 mil caracteres. A título de comparação, meu livro Transformações na Terra das Goiabeiras, de 2017, com 222 crônicas do tempo do Jornal Guaypacaré usou 103 mil palavras e 640 mil caracteres. Outro livro equivalente, prometido não de hoje. A transcrição da oitiva de Mayra Pinheiro na CPI da Pandemia no Senado Federal, que durou cerca de 7 horas, gerou um documento em pdf de 101 páginas contendo 350 mil caracteres. Ou seja, mantidas as devidas proporções e diferenciações, meu blog aqui, de três anos, corresponde numericamente a menos de um dia de reunião da CPI. Quanto ao conteúdo, garanto que tento ser mais responsável pelo que é documentado; afinal de contas não dá para contar com a mentira como base de considerações, ainda que na forma de opiniões. Coloquei-me a tarefa de ouvir aquelas reuniões para contribuir com resumos e análises para o Boletim Anti-Covid, apenas isso. 

Há ferramentas na internet que auxiliam na escrita de textos ficcionais longos, os chamados romances. Esse gênero literário sempre me confundiu, pois o entendia contendo necessariamente uma relação amorosa. Uma das ferramentas que tentei usar uma vez propunha que se dedicasse um tempo fixo por dia, pelo menos uma hora, para escrever continuamente, e por trinta dias corridos, sem exceção, um número definido de páginas, mesmo que fossem a esmo, sem sentido. O princípio era o da colação (termo meu): a partir de palavras, outras viriam a elas coladas e o cérebro as trabalharia para dar sentido e forma. Depois, com alguma lapidação, um texto coerente emergiria. Como disse, tentei usar e não passei do terceiro dia contínuo. A ferramenta era implacável e começava a enviar avisos de que a etapa daquele dia não estava sendo cumprida. O prazer virava dever e, a partir da incapacidade de cumprir o desejável, um estorvo enorme. A desinstalação de tal programa era a etapa final para o devido epitáfio da empreitada: aqui finda o que não começou. Sigo na tentativa e erro da redação curta, crônicas e contos aí incluídos, não ousando uma estória mais longa. Se não orgulha-me, ao menos satisfaz-me.

 

A comunicação científica segue seu curso com espaços nos meios impressos e digitais para divulgar esclarecimentos e denúncias. Na página do Facebook (https://www.facebook.com/adilson.goncalves.9847/) cópias dos impressos são colocadas e podem ler lá o que não reproduzo aqui. Em resumo, os institutos de pesquisa estão fadados à extinção em face do descaso de governantes de todas as esferas políticas e a mentira se sobressai em jogo de narrativas que deveriam levar a salvar vidas, e não condená-las à miséria e a doença. No âmbito profissional, a semana foi intensa, com a realização de evento científico internacional adiado de um ano atrás. Minha apresentação na língua de Shakespeare pode ser vista no link do canal youtube, que creio estar aberto ao público: https://www.youtube.com/watch?v=I0c6fxwAHNU (após 44 minutos). Há que se continuar o trabalho, ainda que confuso pela mescla do remoto com o presencial. Por fim, registro o Dia do Orgulho Nerd. Sim, ele existe e postamos um comentário no blog do Boletim Anti-Covid ontem (25/5): https://bacunesprc.blogspot.com/2021/05/nerd-do-pejorativo-ao-orgulho-de-um.html. #IniCiencias