Força da Língua Portuguesa

Hoje é o Dia Mundial da Língua Portuguesa e, dentre as várias comemorações, a visita virtual ao Museu da Língua Portuguesa tenho como a mais significativa. Escrevo aqui o link para o evento com atividades ao longo da semana: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/programacao-online-e-visita-especial-na-semana-da-lingua-portuguesa/. É por meio dessa palavra inventada por Camões que nos expressamos tentando ser Pessoa, tendo por ferramenta um bom Machado. A palavra atravessou os mares e está em Ásia, África, nas Américas e reside em seu berço europeu. Será mago, Saramago? Adoro esta minha língua! Ontem participei de sarau cultural na Unifatea, a convite da professora Neide Arruda, docente daquela instituição e presidente de nossa Academia de Letras de Lorena. Pude falar um pouco sobre a trova, o ritmo e rima daí advindos e a importância da poesia para a expressão de sentimentos e angústias. O músico e escritor Guto Domingues nos brindou com seu violão e bate-papo sobre a forma de elaboração de seus livros. Dialogamos quanto à matemática musical e o uso da arte na educação. Um deleite de evento virtual de duas horas, extinguindo o conceito de tempo.

O dia de Star Wars será sempre aqui lembrado pela coincidência com o início do blog neste endereço há três anos (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2018/05/forca-das-financas.html). O Guto, no sarau, mencionou a saga de ficção científica pela importância dos acordes musicais da abertura dos filmes, causa provável de seu sucesso e manter tantos interessados até hoje - sim, sou um deles, caso ainda pairem dúvidas. Relembrei a data em minha intervenção ao final da conversa. Fiz também o registro em meu Facebook mas os amigos lá vinculados entenderam como uma manifestação de graças e não a graça da manifestação ao 4 de Maio, que em inglês dá o May the Fourth, com pronúncia quase idêntica ao início de May the Force be with you, fala Jedi significando "que a Força esteja com vocês".

Em português do mais fundamental se manifestava Dona Hermínia, o principal personagem de Paulo Gustavo, falecido ontem, devido às complicações da Covid-19. À dele somam-se outras 410 mil mortes em nosso país. Ao luto que o fato representa, à cura da doença que buscamos, avançamos até os múltiplos desejos que temos em torno disso tudo e pelo que passamos. O português nos deixa usar a mesma grafia desse verbo para o passado e para o eterno e inacabado presente. Desejo é o tema do Lugar de Fala da revista CULT deste mês (https://revistacult.uol.com.br/home/colunistas/lugar-de-fala/). Meu desejo é que a Força se transforme em coragem, especialmente para revelar os que respondem por seus atos políticos que nos trouxeram até aqui na pandemia. Coragem para enfrentar, não somente a morte, mas também a vida e suas consequências. Coragem até para lembrar Guimarães Rosa.

Comentários

  1. Final arrepiante, sim, é necessário que haja Força, muita força para combater as pragas do Planalto.

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  2. Excelente. assuntos pesados, escritos de forma leve. Agradável leitura. Apreciei.

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  3. Nossa língua portuguesa nos nutre, sustenta e alenta. Precisamos voltar ao museu, assim que for possível!

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  4. Nossa língua portuguesa nos nutre, sustenta e alenta. Precisamos voltar ao museu, assim que for possível!

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  5. Nossa língua portuguesa nos nutre, sustenta e alenta. Precisamos voltar ao museu, assim que for possível!

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  6. Acho que todos os brasileiros da minha geração foram frutos do Caminho Suave que nos inaugurou na Lingua Portuguesa

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  7. Um idioma tão rico e bonito, e sendo tão maltratado. E o pobre povo brasileiro, maltratado pela inépcia dos que deixaram esse vírus chegar onde chegou. Nem a força de Jedi vai aliviar nosso sofrimento!

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  8. Aparecida Militao Kugelmeier

    Eu também gosto muito de star war. May Jedy give us force para superarmos este tempo de medo, sofrimento, miséria para uma grande parcela da população, não só brasileira, mas também mundial.
    Ótimo texto, Adilson. Sou fã declarada de suas publicações.

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  9. Quando vejo tudo que fazem com a Lingua Portuguesa e as bizarrices desse governo , tenho tristeza. Viva de Camões a Saramago , e a todos nós que usamos s arte da palavra num país que as pessoas confundem saber escrever com ser escritor.
    Esquecem que Literatura é um dom.

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