Vícios da linguagem

Informação e conhecimento são matérias viciantes. Aprender não pode ser assunto árduo e o deleite do sabor do saber precisa ser apreciado. Os tempos atuais assim requerem. Mais do que isso, exigem. A ignorância tem imperado como política oficial, nunca é demais repetir, e conhecimentos dos mais fundamentais foram substituídos por teorias alucinadas da conspiração e um explícito negacionismo que, além de inescrupuloso e vergonhoso, é mal intencionado. A vítima primeira é a verdade, seguida dos que sucumbem por total falta de empenho e empatia. A Unesp tem feito contribuições significativas para mitigar a desinformação e nosso Boletim Anti-Covid é um desses canais (https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/). A mesa-redonda virtual "Fake news: Desinformação e Covid-19 - A doença que fragiliza o sistema de saúde" foi transmitida pelo canal da Universidade, com a participação do professor da Unesp Francisco Belda, estudioso do fenômeno da desinformação, do médico infectologista Esper Kallás, da USP, e do jornalista Carlos Orsi, do Instituto Questão de Ciência. As quase duas horas de discussão podem sem assistidas no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Akj5lX_pQPo. Mortos continuam em profusão. Respeitemo-los, mas não nos silenciemos em face dos maiores culpados que riem, fazem festa e desdenham da tragédia, inevitável, mas que poderia ser bem menos drástica em sua dimensão. #IniCiencias

Amanhã estarão faltando 300 dias para o Ano Novo e, no máximo, bem no limite do máximo suportável, 666 para o encerramento do período de trevas. O número tem ares cabalísticos, mas a antecipação do término do obscurantismo parece que não ocorrerá, pois preferem o sangramento político dos adversários à solução magnânima para a sociedade. Há uma distinção - e distensão - entre povo e eleitor, indivíduo e cidadão, que ainda me é algo estranha. Dois artigos de peso sobre minhas considerações políticas foram publicados e podem ser consultados e lidos nos links: https://port.pravda.ru/cplp/brasil/02-03-2021/52408-criminoso_cassar-0/  e https://www.brasil247.com/blog/viuvos-a-jato. Não discorrerei mais sobre eles, a angústia e protesto já estão lá explicitados. O vício de usar a linguagem política fica em seu lugar definido, com possibilidades para ser amplamente consultado, mas sem a petulância de forçar sua leitura nesse blog menos áspero.

Para nós, usuários e viciados das palavras, recomendo a leitura dessa curta análise da obra de Graciliano Ramos publicada pela revista CULT: https://revistacult.uol.com.br/home/graciliano-ramos-entre-a-gramatica-e-a-lei/. A efeméride da prisão do escritor foi um bom motivo para discorrer sobre a própria palavra. Mostro e encontro ferramentas para a criação, vinte e seis letras em profusão, e suas consequências são inesperadas. Elas se juntam, convivem, às vezes se amotinam, relutam em participar, escondem-se. Talvez não sejam tão falantes como as da obra de Orígenes Lessa (ah, que leitura inspiradora na infância!), paradoxalmente mais faltantes até. Viciados nelas, seguimos acompanhando seu arranjo em versos e poemas. E também na trova, essa senhora nobre que nos exige uma paixão além da linguagem. Aproveito para completar a informação de postagem anterior: a trovadora Maria Cristina de Oliveira é a nova presidente da Seção UBT Campinas, diretoria que será também composta por Silvio Romero Tavares (Cultura e Relações Públicas), Flávio de Azevedo Levy (Finanças), Maria Ernestina Tamaso Malfatti (Administração) e Sara Ribeiro Valadares (Secretaria).

Comentários

  1. Realmente informação e conhecimento são sedutoras e fascinantes. Parabéns pelo belo artigo.
    Obrigada por citar a composição da nova diretoria da UBT Campinas.

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  2. informação e conhecimento, está muito em falta hoje! parabéns caro confrade!!

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  3. Obrigado por divulgar e comentar sempre, blogueiro, material que seja uma luz obstinada em meio à treva medieval que nos circunda. Puro terror!

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